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Histórico e currículo: tudo sobre esses documentos para quem quer estudar fora

Gustavo Sumares - 10/01/2024
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Dois documentos que são solicitados como parte de praticamente todos os processos de admissão de universidades estrangeiras (além das bolsas de estudo) são o currículo (ou CV) e o histórico acadêmico. Eles são importantes para demonstrar a excelência do candidato em sua trajetória de estudos (no caso do histórico) e de trabalho (no caso do CV).

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Por isso, é importante se informar bem sobre esses documentos antes de enviá-los como parte da sua application. Para isso, vamos falar a seguir sobre eles, indicando como montar seu CV (tanto para vagas de pós-graduação strictu sensu quanto para MBA e oportunidades voltadas para gestão ou desenvolvimento profissional), como obter seu histórico acadêmico, como saber se ele é competitivo e o que você pode fazer para compensar notas que não sejam tão boas. Confira:

O que define um bom desempenho acadêmico para as universidades?

Mais do que significar simplesmente “boas notas” na formação anterior, um bom desempenho acadêmico se traduz em vários aspectos da application.

Para começo de conversa, é necessário entender de que forma as notas são avaliadas pelas instituições de ensino. O histórico escolar é enviado à universidade, geralmente acompanhado de uma tradução para língua estrangeira, listando quais matérias um estudante cursou e quais as notas obtidas.

Nesse momento, as universidades consideram não só as notas separadamente, como também uma média – o que, nas instituições americanas, é chamado de GPA. O resultado pode ser calculado com base em todas as matérias, ou com base em disciplinas tidas como essenciais.

Muitos alunos dos Estados Unidos têm, por exemplo, aulas de dança ou outras eletivas desde o Ensino Médio e isso vai parar no histórico acadêmico. Na hora do processo seletivo para universidades, tais eletivas são deixadas de lado para não “puxarem” a nota pra cima, fazendo com que o GPA considere apenas as “principais”.

Exames padronizados

Há ainda um outro aspecto a ser considerado quando se fala em um bom desempenho acadêmico: como é possível usar um sistema de notas para dizer se um aluno se saiu bem no Ensino Médio, em qualquer país do mundo? Por exemplo, uma escola no interior de São Paulo pode avaliar os estudantes com notas de zero a dez, mas os avaliadores não saberão dizer qual o nível de exigência do ambiente, e o que aqueles números representam.

Os exames padronizados surgem, então, para determinar com uma mesma régua o desempenho dos candidatos. ACT, SAT, TOEFL e outros tantos testes estabelecem os mesmos critérios, mesmas matérias e mesmo nível de exigência para os alunos que se inscrevem. Esses resultados são, então, um fator a mais na definição do bom desempenho acadêmico.

Com o boletim do candidato em mãos e, também, seus scores em exames padronizados, fica mais fácil dizer quem se destacou na escola. Há ainda mais documentos que servem para essa análise: atestados de que o aluno estava entre os 10% melhores da classe, por exemplo. Para ter uma ideia, em universidades de destaque como Princeton e Yale, 97% do corpo discente estava entre os 10% melhores de sua turma.

Outros fatores

Para os candidatos à pós-graduação no exterior, há ainda mais fatores a serem considerados. Entre eles, estão a produção de conhecimento durante a formação anterior (por meio de artigos publicados, por exemplo), bons resultados em sua experiência profissional e trabalhos – voluntários ou não – com impacto social consistente.

Ter um bom desempenho acadêmico não significa, necessariamente, ter notas 10 de cima a baixo. Uma nota ruim, ou um semestre particularmente difícil, podem passar batido, ainda que reduzam a média geral de um aluno. Caso esse impacto seja significativo e justificável, vale usar etapas da candidatura para explicar o problema.

Se o estudante for alguém que teve notas medianas ou ruins ao longo da formação, mas demonstrou claro interesse em melhorar, ou aumentou gradualmente suas notas, há outras saídas.

Vale dizer ainda que o nível de exigências quanto a notas varia de instituição para instituição. Uma universidade menos competitiva, que não faça de grupos como a Ivy League, pode estabelecer padrões mais flexíveis na seleção.

6 maneiras de compensar notas ruins na candidatura para estudar fora

A seguir, vamos listar seus maneiras de compensar notas ruins na sua candidatura. Isso é possível porque os comitês de admissão querem saber se os candidatos são pessoas comprometidas, disciplinadas, motivadas e interessadas em aproveitar ao máximo o que a universidade tem a oferecer. E o histórico acadêmico é uma das maneiras de mostrar isso. Afinal, não adiantar dar uma bolsa integral de estudos para um aluno que vai faltar em todas as aulas, né?

Mas se você conseguir demonstrar que tem essas qualidades em outras partes do seu application, as notas menores no seu histórico acadêmico vão acabar pesando menos. Então se você tem essa preocupação, confira seis coisas que você pode fazer para compensar notas ruins:

1 – Atividades extracurriculares

Você já deve ter ouvido falar que as atividades extracurriculares são importantes para universidades estrangeiras, e é verdade. Os comitês de admissão não querem saber só como você ia nas matérias, mas também o que te interessava além da sala de aula. Então, um envolvimento profundo com atividades extracurriculares pode fazer com que algumas notas menores passem batidas no seu histórico.

Isso é particularmente verdadeiro na candidatura a áreas criativas, como artes, música e otras disciplinas que não costumam ser tão bem contempladas pelo sistema de avaliação das escolas. Nesses casos, demonstrar bastante engajamento com essas atividades é uma maneira de mostrar à universidade que você tem algo a acrescentar.

Por isso, vale a pena citar hobbies ou outras atividades com as quais você tem forte envolvimento no seu application. Se você tem uma banda, ou envolvimento com algum coletivo artístico, tudo isso entra. Participações em grupos de estudos de assuntos menos acadêmicos também podem ser interessantes, assim como práticas esportivas.

2 – Impacto social

As universidades estrangeiras em geral buscam por candidatos com habilidades de liderança e engajamento com suas comunidades. E uma maneira de mostrar essa qualidade é por meio da sua participação em projetos de impacto social, como trabalho voluntário ou envolvimento com determinadas causas.

Essas experiências sugerem ao comitê de seleção que o candidato não está querendo estudar lá só para melhorar sua condição socioeconômica, mas também para beneficiar as pessoas e comunidades ao seu redor. Para a universidade, é uma indicação de que a formação que aquela pessoa conquistar vai se traduzir em impacto positivo para muita gente.

Você pode comentar sobre os trabalhos voluntários que realiza na sua carta de motivação, e se conseguir mostrar um vínculo entre esses trabalhos e as matérias que pretende estudar, melhor ainda. Se você tiver experiências positivas atuando em causas políticas ligadas à promoção da igualdade socioeconômica e da diversidade, isso também pode ser positivo e compensar notas ruins no seu histórico.

3 – Testes padronizados

Mudar as notas que você já tirou pode não ser possível. O que é possível é realizar testes padronizados como o SAT, o ACT, o GMAT e o GRE e tirar notas boas neles. Os dois primeiros são para quem quer se candidatar à graduação no exterior, e os dois últimos para quem está interessado em pós graduação.

Esses testes cobrem o conteúdo que é considerado essencial para que o aluno dê prosseguimento aos seus estudos. Eles são semelhantes ao nosso Enem no sentido de que as notas que os alunos tiram neles são usadas como critério de seleção para o ingresso no ensino superior.

Por isso, uma boa nota no SAT é uma maneira de provar que você domina o conteúdo do ensino médio, ainda que as suas notas do ensino médio não sejam as melhores possíveis. O mesmo vale para o GMAT e o GRE, mas para compensar notas ruins que você tenha tirado na graduação.

4 – Experiência

Alguns programas de MBA exigem que o candidato comprove alguns anos de experiência de trabalho para poder se candidatar. Isso porque aquela experiência de mercado pode ser tão valiosa para o candidato quanto alguns anos de estudo em outras áreas. E, de fato, experiências profissionais interessantes podem compensar notas fracas no seu histórico.

Se você for se candidatar a uma pós-graduação em jornalismo, por exemplo, e tiver bastante experiência profissional interessante, as suas notas da graduação podem nem pesar tanto. Ainda mais se você tiver conquistado prêmios ou outros reconhecimentos pelo seu trabalho.

No caso de áreas mais científicas, a experiência profissional pode ser substituída por experiências acadêmicas. Participações em congressos, publicações de artigo e outros trabalhos na sua área de pesquisa podem chamar mais atenção do que notas medianas.

Na graduação, a experiência de trabalho não costuma pesar tanto, já que os candidatos são mais jovens. Mas para cursos como economia e administração, alunos que consigam demonstrar um perfil empreendedor e uma visão de negócios desde cedo podem usar essa experiência para compensar notas ruins.

5 – Cartas de recomendação

As cartas de recomendação são os únicos documentos do seu application nos quais outras pessoas falam sobre você. E se você conseguir cartas de recomendação bem fortes e articuladas com o resto da sua candidatura, as notas mais baixas do seu histórico acadêmico podem acabar ficando para trás.

Eventualmente, você pode até pedir uma carta para um dos professores que te deram as notas menores. Ele pode explicar que aquelas notas foram uma exceção na sua trajetória, pode citar fatores pessoais seus que possam ter afetado o seu desempenho, e pode mencionar outros pontos positivos seus que as notas podem ter deixado passar. A ideia não é que ele só justifique a sua nota baixa, mas que ele reconheça suas outras qualidades.

No caso da candidatura para pós-graduação, uma boa opção é conseguir uma carta de um professor renomado da sua área de pesquisa. Já para um MBA, uma carta de recomendação de um profissional de alto nível de uma empresa de grande porte na qual você já tenha trabalhado pode te ajudar bastante também.

6 – Carta de motivação

Todo o processo de application tem o objetivo de contar uma história sobre quem você é. O seu histórico acadêmico faz um pouco disso; as suas cartas de recomendação fazem outra parte. Mas a carta de motivação é a sua oportunidade de articular todos esses documentos em uma narrativa capaz de convencer o comitê de seleção de que você merece estudar naquela universidade.

Por isso, escrever uma carta de motivação bem forte também pode compensar notas ruins. De novo, você não deve passar a carta toda justificando as notas. Mas você pode explicar que elas vieram num momento difícil, ou que a partir delas você viu a necessidade de se dedicar mais. Se outros documentos do seu application comprovarem isso, melhor ainda.

Como fazer um CV para sua candidatura a pós-graduação no exterior

Candidatos a vagas de emprego estão muito habituados a ter de enviar um Currículo para as empresas em que desejam trabalhar. Mas muitos brasileiros estranham o fato de que, para se candidatar a uma pós-graduação, mestrado ou PhD no exterior, um documento semelhante seja solicitado: o CV (Curriculum Vitae).

Diferenças entre Currículo Profissional e Currículo para Application

Embora possuam certas semelhanças, um currículo padrão de mercado de trabalho não vai funcionar para a sua candidatura à pós-graduação no exterior (e nem o contrário! Se quiser saber mais sobre currículo profissional, confira esta matéria do portal Na Prática).

O mais recomendável é que seja feito um currículo com foco no seu histórico acadêmico, conquistas e pontos fortes. Também é interessante incluir informações sobre sua trajetória profissional e interesses profissionais – mas o foco do CV deve ser a formação acadêmica relevante para o programa ao qual você está se candidatando.

Ambos são semelhantes porque devem ter:

  • Linguagem direta – use verbos de ação para descrever suas experiência
  • Layout limpo – garanta que tenha espaços em branco para facilitar a leitura
  • Correção gramatical – faça uma boa revisão do idioma em que for escrito e tome cuidado com erros de digitação

Ambos são diferentes porque:

  • O CV acadêmico pode ter mais de uma página – mas não abuse: 3 é o número máximo
  • O CV acadêmico inclui todas as suas experiências, e não apenas aquelas focadas em uma posição específica
  • O CV acadêmico deve destacar informações como publicações científicas e apresentações de pesquisa em eventos (o que não é relevante para o currículo profissional).

5 passos para montar um bom CV

O currículo é geralmente o primeiro documento que o comitê avaliador lê ao revisar a sua candidatura. Por isso mesmo, é importante que não apenas o seu CV reflita quem você é, mas que também transmita a mensagem de uma forma livre de erros, profissional e de boa leitura. Se você está em dúvida em como fazer um CV que passe uma boa impressão, confira 5 dicas de especialista:

1 – Apresente-se efetivamente

Comece impressionando – o sumário das suas qualificações deve ser conciso e convincente. Com espaço limitado para se apresentar, o resumo deve chamar a atenção do seu leitor e persuadi-lo a continuar a leitura, ao invés de passar para o próximo candidato. Por isso, não desperdice este espaço com adjetivos genéricos como “inovador”, “criativo”

Além de uma breve descrição das suas habilidades e conquistas, o sumário das qualificações é a sua oportunidade de descrever sua personalidade e oferece ao comitê insights valiosos na pessoa que há por detrás da papelada.

2 – Priorize suas Conquistas

Enfatize os aspectos mais convincentes da sua trajetória até o momento – inclua informações detalhadas sobre suas conquistas mais recentes, ao invés de focar em posições (e formações) anteriores. Quem tem menos de cinco anos de experiência profissional ou de pesquisa ainda pode valorizar suas experiências durante a faculdade, especialmente as relacionadas ao programa escolhido.

3 – Mantenha o foco

É ótimo demonstrar tudo o que você poderia agregar ao programa e todos os seus principais feitos. Porém, é igualmente importante se lembrar que o documento é um resumo, e não uma autobiografia. Se você tem a impressão de que alguma sessão específica do CV ou o documento inteiro está grande demais, provavelmente você está certo.

4 – Melhore a Legibilidade

Adote um formato legível e organizado – com parágrafos curtos e tópicos bem divididos. Um currículo que seja direto ao ponto e visualmente atraente vai melhorar sua receptibilidade entre os membros do comitê avaliador. Em cerca de duas páginas, não deixe de incluir:

  • Cargos e posições profissionais, com breve descrição das responsabilidades ou conquistas
  • Prêmios, certificados, atividades voluntárias e envolvimento comunitário
  • Habilidades digitais, línguas e experiência internacional
  • Breve histórico acadêmico, incluindo instituições de ensino, diplomas e pesquisas

Toda a informação acima deve ser apresentada em no máximo duas páginas com uma fonte de tamanho mínimo 10 – com espaço adequado entre seções. Limite-se a quatro tópicos para as conquistas mais recentes e importantes, e não mais que dois tópicos para todo o restante.

5 – Pegue uma segunda (ou terceira) impressão

Feedbacks de amigos, colegas de trabalho e membros da família são valiosos – peça para que uma ou mais pessoas revisem o seu CV para garantir que ele está pronto para ser enviado. Estes revisores podem apontar erros que passaram despercebidos e indicar áreas que ficaram confusas ou mal explicadas.

Este processo vai te ajudar a finalizar um currículo de sucesso, com garantia de causar uma boa impressão em qualquer comitê de admissão.

Saiba como fazer seu currículo europeu, no formato Europass

Muitos editais de bolsas de estudos e descrições de vagas internacionais destacam formatos específicos de currículo. Um deles é o Europass, o currículo europeu, que busca deixar visíveis as habilidades e competências dos candidatos em qualquer país do continente.

O formato popularizou-se desde sua criação, em 2005, por uma decisão do Parlamento e do Conselho Europeus. Por trás dele, estava a necessidade de estabelecer documentos padronizados que favorecessem a transparência na mobilidade de cidadãos pela União Europeia. Na mesma época, surgiram documentos como o Passaporte de Línguas, em que cada sujeito autoavalia sua proficiência em idiomas usando como base o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas.

Mas o que há de diferente no currículo europeu? Para começar, o Europass está disponível em 31 idiomas, incluindo línguas que vão do português e do inglês ao russo. Em outras palavras, é mais fácil seguir o mesmo modelo e preencher o documento para candidaturas em países diferentes, já que os espaços disponíveis são padronizados.

O modelo do currículo europeu condensa aspectos como qualificação acadêmica, experiência profissional e também uma tabela padronizada com o nível de proficiência em idiomas. Para elaborar um documento nesses moldes, basta acessar o site oficial do Europass e escolher o idioma. Pelo mesmo sistema, é possível criar uma carta de apresentação e anexar anexos, que auxiliam nos processos de candidatura.

Confira a seguir 3 dicas para montar seu CV no formato Europass:

1) Sintetize as informações antes de colocá-las no Europass

Assim como qualquer outro documento do tipo, o currículo europeu exige que o candidato resuma bem suas experiências. Na prática, isso significa descrever funções e conquistas de forma direta, apresentando resultados e condensando informações. Em vez de uma longa descrição sobre como entrou na empresa e assumiu um cargo de gestão, com detalhes sobre tarefas do dia a dia, opte por frases simples e separadas em bullets que deem noção do todo.

2)  Várias experiências contam

Não é apenas uma questão de listar cargos em grandes empresas. No currículo europeu, vale incluir, por exemplo, experiências de voluntariado e projetos sociais, bem como detalhar as conquistas acadêmicas. Presença em congressos, apresentação de artigos e participação em grupos de pesquisa são alguns dos itens possíveis.

No espaço para “educação e formação”, também se pode adicionar competências gerais e técnicas obtidas em cada item. Em um curso de jornalismo, por exemplo, podem ser citadas as bases teóricas e disciplinas, além do conhecimento em ferramentas de edição de vídeo e áudio.

3) Não superestime suas competências pessoais

O currículo europeu exige que o candidato liste sua língua matéria e o nível de proficiência em cada idioma no qual tem experiência. Na hora de preencher a tabela padronizada, nessa etapa, nada de superestimar as próprias habilidades.

Para isso, o caminho certeiro é entender, por meio do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, qual o nível do candidato em termos de compreensão oral, escrita, leitura e interação oral. Lembre-se de que, comumente, tais habilidades podem ser testadas em outros momentos do processo de seleção, como uma entrevista presencial ou online.

Dicas práticas para estruturar seu CV para um application de MBA no exterior

Montar um CV para MBA no exterior é um procedimento um pouco diferente. Seu currículo é um componente de grande importância no seu application de MBA. É por meio dele que o comitê de admissões terá uma visão geral — e, ao mesmo tempo, assertiva — da sua trajetória profissional. Por isso, vamos listar a seguir as regras básicas a serem seguidas no seu CV para application de MBA para impressionar os admission officers. Confira!

1. Formato

As palavras mágicas aqui são: curto e objetivo! Sim, você deve condensar toda sua carreira em apenas 1 página! Difícil? Provavelmente. Impossível? Longe disso! Organize as informações de maneira lógica e visualmente agradável. O leitor deve entender quando, onde e como sua participação em cada posição foi relevante, e ter uma ideia clara de resultados. Truques de formatação, como diminuir as margens e usar fontes (letras) mais enxutas, podem ajudar. Mas, atenção! Nunca use tamanho menor do que 10pt e evite um visual abarrotado.

2. Conteúdo

Divida o CV em diferentes seções como, por exemplo:

  • Contato;
  • Educação;
  • Profissional;
  • Pessoal (línguas, hobbies, interesses, intercâmbios curtos);
  • Comunidade (voluntariado, trabalhos pro-bono).

Em alguns casos, pode ser uma boa opção reunir os dois últimos itens (Pessoal e Comunidade) em uma seção única chamada Informação Adicional. Não é necessário (nem recomendado) incluir “Objetivos” ou “Resumo de Habilidades” no início do documento.

As datas devem ser precisas. Lembre-se que, depois de aprovado, as escolas costumam fazer um background check com seu CV para application de MBA para confirmar todas as informações que você forneceu. Na seção educacional, explique, além do curso obtido, todas as atividades extracurriculares e intercâmbios acadêmicos realizados durante o período.

Na seção profissional, sugerimos estruturar da seguinte maneira:

  • Citar nome e tamanho da empresa;
  • Citar nome de cada uma das suas posições. Separe todos os cargos, mesmo que tenha sido promovido várias vezes dentro de uma mesma empresa. É importante que o leitor entenda o que você gerou de impacto em cada uma das posições.
  • Suas responsabilidades (rotina) podem ser descritas brevemente em, no máximo, duas linhas; seus projetos devem ser organizados em bullet points (máximo de 5 por posição – escolha os mais relevantes!). Comece cada bullet point com um verbo de ação (ex: led, implemented, coordinated, etc).

3. Linguagem

O palavreado no seu CV para application de MBA deve ser claro, assertivo e focado em impacto. Além disso, quantifique tudo o que puder! É muito mais fácil ter noção real dos resultados quando eles aparecem em números versus suposições generalistas. Veja a diferença nos exemplos abaixo:

A)

“Closed an agreement worth US$ 50 million to extend an education model that has previously demonstrated excellent results into six additional states, with the potential do reach a significant number of children from public schools by 2020. With the help of a team of four people from the IT, Legal and HR departments, revised a partnership with the XYZ Institution to guarantee quality during the implementation of the project, which also helped to reduce operating expenses.”

B)

  • “Closed a US$50mi initiative to replicate, within six additional states, a proven educational model expected to reach 2 million children from public schools by 2020.
  • Led 4 people across 3 departments to redesign a partnership with the XYZ Institution, ensuring quality during implementation and reducing costs in 15%.”

Note que, em A), há um excesso de palavras que não necessariamente acrescentam no entendimento das ações, e várias suposições de magnitude. Em B), temos uma linguagem muito mais assertiva e direta, e resultados tangíveis — mesmo que ainda não tenham acontecido (expected, no primeiro bullet point).

4. Consistência

Tenha certeza de que as informações fornecidas no CV para application de MBA estão consistentes com aquelas reportadas em outras partes do application, como nas redações, cartas de recomendação e formulário online. Não dê motivos para que o comitê de admissões desconfie da autenticidade dos dados, e nem se promova exageradamente.

Seja sempre honesto e transparente — afinal, suas capacidades ficarão aparentes numa entrevista! E revise todas as partes do application várias vezes, atento para que números e resultados estejam uniformes.

5. Extracurriculares / Informações Pessoais

Uma dúvida muito comum é: devo colocar informações pessoais como hobbies e viagens no CV? Sugerimos que sim! Os programas têm interesse em saber quem você é de maneira holística — afinal, um líder também deve ter valores pessoais fortes para ser inspirador.

Cite atividades extracurriculares, envolvimento com a comunidade, interesses diversos. Essas informações servem até mesmo para “quebrar o gelo” no início de uma entrevista.

Um CV para application de MBA bem escrito para os pode ser usado, ainda, na candidatura para estágios durante o summer, que acontece aproximadamente na metade dos programas de 2 anos. Portanto, vale a pena investir tempo e energia nesse que parece um passo simples, mas que é fundamental para seu sucesso não somente para entrar no MBA dos seus sonhos, mas também na sua carreira posteriormente.

Então, quais são os critérios de seleção?

O setor de admissions de Harvard, a universidade estadunidense mais prestigiada, lista uma série de perguntas feitas ao ler uma application, relacionadas ao bom desempenho acadêmico. Por exemplo, se o estudante obteve o resultado máximo possível, já que tinha de arcar com outras responsabilidades, como emprego e cuidados com a família.

Mais do que questões ligadas às notas que constituem o boletim, essa análise tem caráter holístico, e considera desde atividades extracurriculares até a trajetória pessoal do candidato. Nas palavras do Dean de Admissions e Financial Aid de Harvard, William R. Fitzsimmons, a seleção é “mais uma arte do que uma ciência”, dados os inúmeros aspectos levados em conta. “Nós sabemos que trabalhamos com informações imperfeitas e que ninguém pode prever, com certeza, o que um indivíduo vai conquistar na universidade e fora dela”, explicou ele, em entrevista ao The Choice, blog do New York Times.

Na própria universidade, há discussões sobre a forma de selecionar alunos que podem não ter ido bem nas provas de Química e Matemática, por exemplo, mas são estudantes promissores. Para a professora da instituição Helen Vendler, a questão não se refere à capacidade de Harvard de selecionar futuros bons advogados e engenheiros, mas de identificar alunos com potencial para áreas criativas. “A questão é se nós conseguimos atrair o máximo de Emily Dickinsons do futuro. Como podemos identificar essas pessoas? O que devemos perguntar nas entrevistas? Como faremos para que eles queiram se juntar a nós?”, detalha Helen Vendler em seu texto no site de admissions de Harvard.

Trata-se, portanto, um processo complexo – que leva em consideração notas, indicativos das habilidades de liderança e áreas de interesse – e diferente para cada universidade. Mais do que um bom desempenho acadêmico no boletim, o aluno deve demonstrar as características que o tornam único e uma boa aquisição à instituição. Seja isso um talento especial e dedicação à dança, seja sua trajetória em regiões periféricas do seu país de origem, sejam suas aptidões matemáticas.

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Sobre o escritor

Gustavo Sumares
Gustavo Sumares
Gustavo Sumares é o editor do Estudar Fora. Jornalista, já escreveu sobre tecnologia e carreira.

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