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Conheça os principais programas de intercâmbio acadêmico

Nathalia Bustamante - 28/04/2017
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Fazer intercâmbio significa passar um período fora do seu país de origem ou residência, conhecendo outro lugar com objetivos profissionais, acadêmicos ou pessoais. Com este objetivo, são oferecidos diversos tipos de programas de intercâmbio, de acordo com o momento da vida de cada um e com os recursos disponíveis. 

Essencialmente, programas de intercâmbio podem ser divididos em quatro grande categorias: intercâmbios de ensino médio; intercâmbios de idiomas; intercâmbios acadêmicos e intercâmbios profissionais.

Programas de Intercâmbio Acadêmicos e Profissionais

Na lista abaixo, explicamos todos os detalhes sobre intercâmbios acadêmicos – ou seja, aqueles que são realizados entre universidades. Falamos também sobre intercâmbios profissionais, que permitem ao estudante ter uma experiência de trabalho no exterior.

Se você está procurando por intercâmbio de ensino médio ou intercâmbio de idiomas, confira todas as informações aqui.

Graduação fora do Brasil

Para fazer uma graduação fora do Brasil, é necessário passar por um processo seletivo chamado application. Em vez de um teste pontual ao fim do ensino médio, como é o caso do vestibular brasileiro, o aluno deve enviar um verdadeiro dossiê à universidade escolhida. São exigidos, por exemplo, testes de proficiência na língua estrangeira (como o TOEFL, sobre o inglês) e cartas de motivação.  Também entram na lista o histórico acadêmico e as redações feitas pelo estudante sobre seu perfil, os chamados essays. A ideia é fornecer à instituição informações sobre quem é o estudante, para só depois admiti-lo no curso.

Para viabilizar a faculdade fora do Brasil, há opções de financiamento estudantil, bem como bolsas de estudo para graduação. Países como a Alemanha, por exemplo, oferecem ensino gratuito — ou por taxas simbólicas — mesmo aos alunos internacionais. Um bom começo para quem deseja passar um período fora, portanto, é comparar os destinos e os sistemas de ensino.

Uma vez aprovado, o aluno pode se deparar com um perfil bastante diferente de graduação. Nos Estados Unidos, todos os alunos, de todos os cursos, devem passar por algumas disciplinas básicas quem têm duração aproximada de 2 anos. Essas disciplinas são chamadas de “core courses” e abordam praticamente tudo o que foi visto no high school (ensino médio), mas dentro de um nível universitário.

O lado bom desse modelo é que o aluno não precisa escolher logo de cara qual curso ele irá seguir. Já que todos passarão por estas disciplinas, é possível entrar na faculdade, cursar o currículo “core” e só depois escolher o curso que irá seguir. Isto não quer dizer, porém, que o “curso de escolha” também tenha uma grade fechada. O estudante, após terminar o ciclo básico, também tem liberdade de escolha dentro do curso de graduação ou até mesmo fora dele.

O que é o intercâmbio universitário ou acadêmico?

Para muitos jovens esta pode ser a primeira experiência prolongada longe de casa e a principal ideia que vem à mente ao cogitar o que é intercâmbio. E apesar do momento de vida permitir uma liberdade maior para ir e vir e fazer suas próprias escolhas, receber orientação e apoio no processo continua sendo importante.

Normalmente o intercâmbio universitário se estende por seis meses. Mas, para quem quer ter uma imersão mais profunda em outra cultura, essa experiência pode se estender por um ano. Qualquer uma das duas opções é altamente positiva.

Quase todas as universidades e/ou faculdades públicas ou privadas oferecem programas de intercâmbio para os seus alunos. Basta procurar a coordenação de intercâmbio da instituição de ensino no Brasil e verificar quais parcerias e convênios estão firmados com universidades fora.

Se a faculdade/universidade não oferece este tipo de programa ou se o aluno desejar ir por conta própria, existem outras possibilidades:

. Programas de intercâmbio da AIESEC

. Intercâmbio independente, no qual você negocia o seu intercâmbio diretamente com a universidade.

. Consultorias especializadas que ajudam você a montar seu intercâmbio internacional.

. Agências especializadas que oferecem intercâmbios universitários.

Como obter um duplo diploma? 

Neste tipo de programa, o aluno faz parte de seu curso em uma universidade estrangeira afiliada à brasileira. Depois, volta para concluir os estudos na instituição de origem. No fim, recebe um certificado validado por ambas.

Convênios desse tipo são em geral arranjados diretamente entre as universidades, a fim de garantir a qualidade do ensino. Este crivo alto faz com que as ofertas de duplo diploma para brasileiros ainda sejam poucas se comparadas às possibilidades de intercâmbio universitário, em que o aluno estuda outros assuntos no exterior e por um tempo menor. Quem fez, no entanto, garante que compensa.

Matheus Proença passou dois anos e meio, entre 2009 e 2011, na École Centrale de Marseille, na França. Aos 26 anos, é formado em Engenharia da Computação pela instituição francesa e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). “Além da questão pessoal de expandir meus horizontes, optei pelo duplo diploma porque tinha bastante interesse em gestão, e o programa de engenharia generalista da Centrale é voltado para isso”, conta. Programas com esse perfil, voltados ao duplo diploma em engenharias, são comuns em países como a França e a Alemanha.

Estágio no Exterior

A notícia ruim é que são poucos os países que permitem ao estudante estrangeiro trabalhar enquanto estuda no exterior. Já a notícia boa é que, nesses lugares, é bem fácil conseguir a permissão para realizar os dois.

Austrália, Nova Zelândia, Irlanda, Estados Unidos e Canadá são os destinos mais certos para quem procura aliar experiência acadêmica e profissional, mas cada um oferece oportunidades diferentes. Por isso, é importante o estudante primeiro decidir o que pretende com a sua experiência internacional e depois selecionar o melhor lugar para vivê-la.

Para realizar estágios na própria área de estudo, remunerados ou não, o leque de países se torna maior: o primeiro passo é ser aceito para uma vaga em determinada empresa. Existem agências especializadas em facilitar esse contato. Outra opção é fazer o contato diretamente com o empregador.

Quais programas de intercâmbio escolher?

Em geral, a dúvida mais frequente dos estudantes que querem passar uma temporada fora é: “Para onde eu vou?”. Mais difícil que responder a essa pergunta, porém, é saber exatamente qual programa se encaixa melhor ao seu momento – considerando tanto suas necessidades e quanto suas expectativas.

“A primeira decisão é saber o que quer”, sugere Thaïs Burnmeister, consultora de educação internacional. Se o objetivo do intercâmbio ainda não estiver claro, cabe começar por fazer uma auto avaliação sincera: O que, exatamente, quero atingir ou desenvolver com esta experiência? Essa é uma das perguntas fundamentais para quem deseja fazer intercâmbio.

Lembre-se: não existe época ideal, nem fórmula mágica para dizer se a experiência de intercâmbio vale a pena. É uma questão de alinhar as expectativas, os objetivos possíveis e os meios disponíveis.

O primeiro ponto tem tudo a ver com o que se projeta, mentalmente, sobre como será um intercâmbio. Há expectativas sobre o destino, sobre as características da escola e, claro, sobre o que essa vivência vai significar em termos pessoais, profissionais e acadêmicos. Lembre-se de fazer estimativas realistas. Uma experiência imersiva de um mês não vai levar à fluência um estudante que saiu do “zero” no idioma estrangeiro, por exemplo.

Depois disso, é hora de fazer a pergunta: o que consigo fazer com os meios que tenho? Na prática, isso significa colocar na ponta do lápis o orçamento disponível, uma ideia de como seria possível juntar o dinheiro necessário, uma noção do tempo livre para passar no intercâmbio. E, nesse cálculo, deve pesar o fator da flexibilidade. “Muitos já chegam muito atraídos por um destino específico. O que ajuda é abrir o leque para identificar mais opções adequadas ao perfil do aluno”, pontua Andrea, especialista da EF.

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Sobre o escritor

Nathalia Bustamante
Nathalia Bustamante
Nathalia Bustamante é jornalista formada pela UFJF. Foi editora do Estudar Fora entre 2016 e 2018 e hoje é coordenadora de Conteúdo Educacional na Fundação Estudar.

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