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UMichigan: universidade progressista tem mais de mil organizações estudantis

Priscila Bellini - 24/06/2020
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Inovação é uma das palavras que estão no DNA da UMich, a Universidade de Michigan. E, ao longo da história da instituição, isso significou muita coisa. Fundada em 1817, logo se destacou pelos nomes em pesquisa e pelo bom desempenho em várias áreas. É possível encontrar em Michigan tanto um excelente MBA em negócios, como um programa de pós-graduação em sustentabilidade fora de série.

Desde muito cedo, a universidade também adotou uma postura progressista e aberta a mudanças. Para ter uma ideia, de lá veio Marjorie Lee Browne, a primeira mulher negra a completar um doutorado em matemática nos Estados Unidos — em uma época em que muitas instituições estadunidenses ainda proibiam a presença de estudantes negros.

Hoje em dia, essa é uma preocupação constante da UMich: estimular a diversidade entre os estudantes, garantindo que haja gente de diversos backgrounds reunida nos campi. Há mais de mil associações de estudantes, menores ou maiores, incluindo grupos em defesa da democracia.

O DNA inovador se expressa também em iniciativas como o Innovate Blue, o hub criado para estimular empreendedores que fazem parte do corpo discente. São mais de 100 cursos voltados para empreendedorismo e mais de 350 mil dólares investidos em start-ups criadas por alunos, a exemplo de plataformas online como a Leesta.

Universidade de Michigan em números

A Universidade de Michigan tem hoje cerca de 45 mil alunos. Destes, aproximadamente 30 mil estão na graduação, com outros 15 mil na pós-graduação. Também é uma das universidades que mais investe em pesquisa e com maior volume de publicações nos EUA.

Alunos internacionais compõem cerca de 15% do corpo estudantil da instituição. São, no total, aproximadamente 7 mil estudantes, 2,1 mil dos quais estão na graduação (com o restante na pós-graduação).

Nos rankings internacionais, a Universidade de Michigan também se sai bastante bem. Veja a seguir a posição dela em alguns dos principais:

A universidade também já formou 25 vencedores do prêmio Nobel em diversas áreas, 6 vencedores do prêmio Turing e um vencedor da medalha Fields.

Como estudar na Universidade de Michigan

Na graduação

Para entrar na graduação da universidade, é necessário já ter concluído o ensino superior e ter em mãos documentos como seu diploma, histórico escolar e passaporte. Alunos que quiserem se candidatar à instituição também precisam mostrar suas notas de uma das provas padronizadas (SAT ou ACT).

Também é preciso comprovar proficiência em inglês por meio de provas como o IELTS ou o TOEFL, e enviar pelo menos uma carta de recomendação de um professor. Os documentos precisam ser traduzidos para inglês se não estiverem já nessa língua.

Em termos de prazos, as datas exatas podem variar de acordo com o que o aluno pretende estudar. Mas, de maneira geral, a Universidade de Michigan costuma receber candidaturas até 1 de fevereiro para estudantes que queiram começar as aulas em agosto ou setembro. Também é possível se candidatar no período de Early Action enviando os documentos até 1 de novembro do ano anterior.

Pós-graduação

No caso da pós-graduação, os requisitos de candidatura variam bastante conforme o programa e a área de estudos desejados. Em comum, porém, todos eles solicitam que o candidato comprove proficiência em inglês e envie seu diploma e histórico acadêmico.

Em alguns casos, pode ser necessário também enviar notas de provas padronizadas como o GMAT ou o GRE. Em outros (especialmente mestrados focados em pesquisa e doutorados), é preciso encaminhar uma proposta de pesquisa junto com os demais documentos da candidatura.

A lista de programas disponíveis de pós-graduação na Universidade de Michigan pode ser vista aqui. Uma curiosidade interessante: a instituição tem um programa de estudos afro-luso-brasileiros, e algumas das aulas do programa são ministradas em português.

MBA na Universidade de Michigan

Quem tem interesse em negócios, mas busca um perfil mais generalista encontra na universidade uma ótima opção. Esse foi um dos pontos que atraíram a brasileira Bárbara Leão Caruso à instituição, quando decidiu cursar o MBA. “Eles têm muito foco em prática, balanço muito bom de cases apresentados em aula”, explica Bárbara.

A abordagem, entretanto, é diferente de universidades como Harvard, que é conhecida por trazer análises de casos para a sala de aula. “A questão é muito menos ‘who’s gonna crack the case’ (“quem vai resolver o caso”, em português), e muito mais encontrar um jeito de resolver os problemas”.

O perfil colaborativo, com atividades em grupo e integração também faziam parte do ambiente. Um exemplo dado por Bárbara é o modelo de curva forçada (entenda aqui), deixado de lado pela UMich.

Optaram por abandonar a prática, comum nas instituições dos EUA, que classificam abertamente o desempenho dos estudantes.  “Na curva forçada, você fica mais preocupada em escolher matérias mais fáceis para manter uma nota alta. Isso acaba estimulando um comportamento em que a pessoa faz apenas o que já sabe”, resume Bárbara.

Com a flexibilidade da Universidade de Michigan, Bárbara se sentiu mais à vontade para escolher matérias sobre as quais não tinha domínio, muitas na área de finanças. “O nível acadêmico é extremamente rigoroso, mas essa possibilidade de aprender sobre o que você não é tão bom vale muito”, sintetiza ela. A brasileira acabou fazendo, no verão, um estágio na Microsoft, uma das possibilidades no MBA. Graças à experiência, foi indicada para trabalhar na empresa, onde trabalha atualmente na área de business operation.

Ela destaca, ainda, a postura da instituição americana em trazer os valores dos millennials às formações disponíveis. “Michigan tem uma série de oportunidades para as pessoas que procuram carreiras de alto impacto social, está à frente do mercado. E muito disso se tornou prioridade hoje em dia, como a possibilidade de ter uma carreira com propósito”, diz Bárbara.

Ex-alunos famosos

  • Gerald Ford, 38º presidente dos Estados Unidos;
  • Larry Page, um dos fundadores do Google;
  • James Newell Osterberg, ou Iggy Pop, cantor e ator;
  • Madonna, cantora, compositora, atriz e dançarina;
  • Lucy Liu, atriz

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Sobre o escritor

Priscila Bellini
Priscila Bellini
Priscila Bellini é jornalista, bolsista Chevening 2018/2019 e mestre em Gênero, Mídia e Cultura pela London School of Economics and Political Science (LSE). Foi colaboradora do Estudar Fora em 2016 e 2017 e editora do portal em 2018.

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