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Early application: como ele pode te ajudar a entrar nas melhores universidades

Gustavo Sumares - 15/02/2024
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Um aspecto muito importante de se preparar para estudar fora é o tempo. É necessário se organizar com antecedência para ter tempo de obter os documentos e redigir seus essays com calma. E outra vantagem de fazer tudo isso de forma adiantada é que você tem a chance de se candidatar em early application.

Early application (ou, literalmente, “candidatura adiantada”) é uma opção de candidatura que muitas universidades oferecem. Estudantes que enviem suas candidaturas num prazo bem anterior ao prazo final entram no early application, e têm mais chances de serem aprovados — além de algumas outras vantagens. Confira:

Como é se candidatar em Early Application

Helena Frudit, aluna do Prep Estudar Fora, foi aprovada recentemente para estudar engenharia elétrica em Princeton. Ela escolheu a universidade por ser uma escola de Liberal Arts, o que lhe daria uma fundamentação forte na área de Humanas, e pelo seu foco em energia.  “Lá tem um departamento de pesquisas só de energia, então isso também foi um motivo de eu ter ido para lá, e eles tem muitas coisas de empreender nas ciências”, comenta.

Ela descobriu a oportunidade de se candidatar em early application conversando com alunos mais velhos do Colégio Bandeirantes, onde fez o Ensino Médio, e com os mentores do Prep. O procedimento foi o mesmo de se candidatar a Princeton. A única diferença é que ele teve de ser feito mais cedo.

“Tive que conseguir deixar tudo pronto no fim de outubro, dois meses antes do que eu teria que fazer se não fosse early, já que todos os prazos são no final de dezembro ou comecinho de janeiro”, comenta. ” Então eu já tive que ter o SAT pronto, não podia fazer o de dezembro, e já tive que començar a escrever as redações muito cedo”, complementa.

Modalidades

Há basicamente duas modalidades de early application em universidades estrangeiras. Elas se chamam “Early Decision” e “Early Action”, e embora as duas exijam que o candidato envie seus documentos com antecedência, elas têm algumas diferenças quanto às regras que eles devem obedecer.

Early decision

O “Early decision” (ou “decisão com antecedência”) exige que o candidato, caso aprovado, estude naquela universidade. Por um lado, isso indica à instituição que os estudantes que se candidatam nessa modalidade têm total intenção de estudar lá caso sejam aprovados.

Por outro, no entanto, ela pode prejudicar o candidato, já que ele não tem a oportunidade de comparar o auxílio financeiro oferecido pela instituição com outras propostas que recebeu. Por isso, só vale a pena se candidatar em early decision se o aluno tiver certeza absoluta de que estudará naquela universidade caso seja aprovado.

Early action

Já o “Early action” (ou “ação com antecedência”) não é vinculativo. Os estudantes se candidatam antes, e recebem a resposta antes, mas têm um prazo normal para decidir se vão se matricular ou não. É uma boa opção, portanto, para quem considera estudar em diversas universidades, ou quer comparar as ofertas de auxílio financeiro que receberá.

Há também algumas universidades com planos de “single choice early action”, que acabam sendo uma mistura dos dois. Os alunos que se candidatam para uma faculdade nessa modalidade também terão o prazo normal para decidir sobre sua matrícula, mas não podem se candidatar a nenhuma outra universidade durante o early application.

Vantagens do early application

Lucas Lellis, aprovado para estudar Economia e Ciência Política na Universidade de Chicago, conta que o early application (que ele fez enquanto estudava nove horas por dia no Colégio São Bento, no Rio de Janeiro) teve vários impactos positivos para ele. Afinal, ele encerrou os procedimentos de application mais cedo, e recebeu a resposta mais cedo também.

“Descobri mais cedo, terminei mais cedo, fiquei aliviado mais cedo, meu final de ano foi incrível, foi o melhor presente de natal possível, e eu to com consciência muito mais limpa para esse ano”, comenta.

Ele também conseguiu uma bolsa integral de estudos para a universidade, e considera que o fato de ter se candidatado com antecedência teve uma influência positiva nisso. “Aplicar no early me ajudou a ser aceito, porque é menos competitivo, e indiretamente me ajudou a conseguir a bolsa porque eu fui aceito”, diz. A Universidade de Chicago se compromete a oferecer todo o auxílio financeiro necessário aos estudantes que ela aprova.

Helena, por sua vez, considera que o early application para Princeton foi muito útil em ajudá-la a se organizar. “Mesmo se eu não tivesse sido aceita, eu já ia ter muita coisa organizada”, considera. “E uma coisa que eu acho que foi muito positiva é que você mostra para a faculdade que ela é a sua primeira opção”, acrescenta.

Isso também acabou aliviando a estudante depois que ela foi aceita. “Eu pude mudar muito [minhas escolhas de faculdade], eu não precisei me aplicar para as mais fáceis porque eu não iria para lá”, comenta. No final, ela acabou escrevendo alguns essays que nem enviou, pois já sabia que não trocaria Princeton por aquelas universidades caso fosse aprovada.

Impacto para bolsas de estudos

Para quem precisa de bolsa de estudo para conseguir se matricular em universidades estrangeiras, o early application pode ser uma ótima opção. Isso, no entanto, depende da política da universidade com relação a auxílio financeiro. E aqui, é importante destacar duas modalidades diferentes.

Algumas universidades, como Princeton, são need-blind (algo como “cegas para necessidade”). Isso significa que o comitê de admissão não tem nenhuma informação sobre a condição financeira dos candidatos. Assim, eles se comprometem a escolher os candidatos mais promissores, independente de sua capacidade de pagar pela universidade. E se eles precisarem de auxílio financeiro, a universidade oferece tudo que for necessário.

Nesses casos, como todos os candidatos aprovados receberão bolsa caso necessitem, candidatar-se durante o early application não impacta diretamente no valor da bolsa. Mas como a concorrência é menor durante esse período, pode ser mais fácil ser aprovado — e, portanto, mais fácil conseguir a bolsa.

Outras instituições, no entanto, se consideram need-aware (ou “atentas a necessidade”). Nesse caso, elas concedem bolsas de estudos conforme o desempenho acadêmico e a necessidade financeira dos candidatos, de maneira a garantir que o maior número possível de alunos promissores possam estudar na instituição.

Nessas situações, a decisão de conceder uma bolsa depende de como a universidade percebe a sua dedicação a estudar lá. Assim, candidatar-se durante o early application pode ser um fator importante para quem deseja uma bolsa de estudos. Pode até ser uma maneira de compensar pontos mais fracos na candidatura.

Dicas para quem quer se candidatar

A dica de Lucas para quem pretende se candidatar em early application é para focar nas suas metas. “Não se compare e faça o seu trabalho, foque em si, na sua trajetória e no seu application”, recomenda. E prepare-se para se esforçar bastante! O processo pode ser exaustivo, mas “é o ano que vai mudar a sua história”, considera Lucas.

Helena recomenda planejar-se bem para não deixar passar nenhum prazo. E, nesse sentido, estabelecer pequenas metas (“agendar o SAT“, “estudar para o reading do TOEFL“, etc.) pode ajudar. “É um ano muito estressante, e elas ajudam a dar conta”, diz.

Ela também lembra da importância de conversar com os pais, de maneira transparente, sobre seus planos e necessidade de auxílio financeiro. Isso ajuda a evitar problemas no futuro. “Não adianta você deixar até faltar só dois dias para a candidatura para pensar em bolsa de estudo; aí você passa mas não pode pagar”, comenta.

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Sobre o escritor

Gustavo Sumares
Gustavo Sumares
Gustavo Sumares é o editor do Estudar Fora. Jornalista, já escreveu sobre tecnologia e carreira.

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