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SOAS University of London: a universidade que estuda Ásia e África

Priscila Bellini - 05/12/2017
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Quando a School of Oriental and African Studies (Escola de Estudos Orientais e Africanos) foi fundada, em 1916, o Império Britânico ainda tinha colônias em outros continentes. Com o tempo a SOAS, como ficou conhecida a instituição, virou referência no assunto, reunindo especialistas em estudos sobre Oriente Médio, Ásia e África.

Atualmente, a escola integra a University of London, uma federação de faculdades e instituições criada em 1836, que reúne outros nomes conhecidos, como a London School of Economics e a University College London. Ainda que estejam sob o mesmo guarda-chuva, instituições como a SOAS contam como entidades independentes para boa parte das atividades, como admissão de alunos e obtenção de fundos.

Fazer parte dessa rede não impediu que a SOAS se destacasse por seus diferenciais. Com um viés mais especializado – voltado às Humanidades e a dois continentes em particular -, logo virou o centro europeu mais reconhecido na área. Além das próprias iniciativas, a escola firma parcerias com instituições que sigam uma linha semelhante, como o Instituto Nacional de Línguas e Civilizações Orientais (INALCO), na França.

Garantindo a cobertura de assuntos variados, a universidade é dividida em três faculdades principais: a de Artes e Humanidades, a de Línguas e Culturas e a escola de Direito. Para ter uma ideia, são 350 combinações possíveis para graduação e cerca de 200 programas de pós, incluindo mestrado e PhD. Um aluno aceito pela SOAS pode, por exemplo, optar por um LL.M. na instituição em que estude apenas os sistemas legais de países da África e da Ásia – contando sempre com especialistas na área.

Quais as vantagens de estudar na SOAS, afinal?

A Escola de Estudos Orientais e Africanos é um ponto fora da curva em matéria de rankings universitários. Levantamentos como o QS Ranking e o Times Higher Education não mencionam a instituição entre seus 100 primeiros colocados, nos rankings gerais e globais. Já nas listas focadas no Reino Unido, assim como índices voltados a áreas como Antropologia, a SOAS alcança posições de destaque. Isso porque é difícil propor uma classificação justa para uma escola tão especializada, que recebe líderes do mundo todo em seus cursos de formação.

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Se, por um lado, os rankings não dão pistas sobre a qualidade da SOAS, por outro a qualidade do corpo docente deixa clara a vantagem da escola. Um dos motivos por trás do sucesso da Escola de Estudos Orientais e Africanos está na concentração de especialistas de diversos campos do conhecimento em uma só instituição. É possível estudar a sharia islâmica aplicada em países específicos, ou conhecer lideranças de programas das Nações Unidas para África e Ásia em um mesmo lugar. Para os interessados em uma perspectiva diferente de assuntos já consagrados, é um prato cheio.

A diversidade também é um dos marcos da SOAS, que reúne estudantes de 140 países, divididos em classes com poucos alunos. Na biblioteca da instituição, uma das cinco National Research Libraries, há mais de 1,5 milhões de livros disponíveis,  em 400 idiomas diferentes.

Não é à toa, portanto, que tantos líderes tenham passado pela instituição. Governantes de países como Gana, Moçambique e Turquia fizeram cursos na SOAS, assim como embaixadores, ministros e legisladores. Também entram na lista de ex-alunos famosos acadêmicos, jornalistas e artistas, como o americano Paul Robeson, ligado ao movimento por direitos civis nos Estados Unidos.

Como se candidatar à SOAS University of London

Localizada em Bloomsbury, no coração de Londres, a SOAS segue o modelo de applications das universidades britânicas. Mais do que o resultado em uma prova específica, a instituição avalia o perfil mais abrangente do candidato.

Durante o processo seletivo, são analisados dados sobre o estudante, como cartas de recomendação, essays e histórico acadêmico, bem como atividades extracurriculares.

De forma geral, ao aplicar para os cursos da escola, o candidato é automaticamente considerado para oportunidades de apoio financeiro. Há opções de bolsas para mestrado específicas para estudantes de países específicos, como Índia, e regiões do globo, como Sudeste Asiático.

Nesses casos, o estudante é selecionado de acordo com seu perfil e pretensões de carreira, logo após a análise de candidaturas. Também é possível complementar a formação com cursos de línguas e dialetos, como Dialeto Levantino e Hebraico.

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Sobre o escritor

Priscila Bellini
Priscila Bellini
Priscila Bellini é jornalista, bolsista Chevening 2018/2019 e mestre em Gênero, Mídia e Cultura pela London School of Economics and Political Science (LSE). Foi colaboradora do Estudar Fora em 2016 e 2017 e editora do portal em 2018.

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