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Como (e para que) são feitos os rankings universitários?

Priscila Bellini - 27/09/2017
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Quem já procurou detalhes sobre universidades, sejam brasileiras ou estrangeiras, certamente se deparou com um ranking. Em poucas palavras, os rankings universitários sintetizam, numa classificação, a resposta à pergunta  “quais são as melhores universidades?”. Mais do que isso, eles procuram apontar o que constitui uma boa universidade, elencando fatores comuns para analisá-las. Entre os exemplos mais conhecidos, estão o QS Ranking e o Times Higher Education, além de classificações regionais e nacionais. 

Logo de cara, os rankings têm um desafio enorme: usar a mesma régua para medir universidades variadas. O QS Ranking, por exemplo, se debruça sobre os dados de instituições de ensino em Hong Kong e sobre universidades americanas tradicionais, como Harvard e Yale. Cabe a tais sistemas elencar fatores comuns, que possam ser quantificados e coletados, e transformar tais informações em um sistema fácil de ler. Tão fácil que seja entendido por estudantes indecisos, interessados em uma graduação no exterior, e pelas próprias universidades.

Como são feitos rankings universitários: os métodos

O método usado varia de acordo com cada ranking. O QS Ranking, por exemplo, lista seis métricas para determinar a classificação de cada instituição de ensino. São eles: reputação acadêmica, reputação junto aos empregadores, proporção entre o número de alunos e professores, citações por docente, proporção de professores estrangeiros e de alunos do exterior.  A forma de obter tais informações varia. No caso da reputação junto ao empregador, por exemplo, os dados vêm de uma pesquisa disparada para dezenas de milhares de representantes de empresas.

Já o Academic Ranking of World Universities (ARWU) leva em conta número de egressos da universidade que já levaram o Nobel ou a Medalha Fields, número de artigos em revistas de prestígio como Science e Nature e de publicações bastante citadas em publicações científicas. No caso dessas publicações, os dados são selecionados pela Thomson Reuters.

Tanto um quanto o outro procuram estabelecer, em uma lista gigantesca, quais instituições se destacam — mas listam fatores diferentes.

Rankings universitários: as ressalvas

Ler um ranking desses não é, necessariamente, a única opção para saber a verdade sobre uma universidade. Em primeiro lugar, porque não é possível sintetizar tudo sobre uma instituição em um só ranking. Ao priorizar aspectos como citação de artigos e medalhas no prêmio Nobel, o sistema exclui outros fatores. Talvez uma instituição priorize programas consistentes de estágio e convênios com empresas, ou outras iniciativas que não apareçam nos índices mais famosos.

Outra ponderação bastante comum tem a ver com os critérios já utilizados pelos rankings, como a publicação em revistas científicas mais prestigiadas. Em um país onde a língua falada não é o inglês, há uma barreira a mais para os pesquisadores, já que precisam publicar em um idioma estrangeiro.

Então, para que servem?

Uma utilidade mais imediata dos rankings é a de oferecer um norte aos estudantes que desejam saber mais sobre uma universidade. Um aluno brasileiro pode consultar a classificação e checar se uma universidade americana ou chinesa está bem colocada.

Para as próprias instituições, os rankings podem servir como forma de visualizar se seus esforços estão dando resultados, ou descobrir em qual sentido esta ou aquela universidade se sai melhor. Mais do que ser uma verdade única, os rankings oferecem uma das formas de verificar a qualidade de uma instituição de ensino.

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Sobre o escritor

Priscila Bellini
Priscila Bellini
Priscila Bellini é jornalista, bolsista Chevening 2018/2019 e mestre em Gênero, Mídia e Cultura pela London School of Economics and Political Science (LSE). Foi colaboradora do Estudar Fora em 2016 e 2017 e editora do portal em 2018.

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