InícioGraduaçãoNão passei no processo seletivo da universidade estrangeira. E agora?

Não passei no processo seletivo da universidade estrangeira. E agora?

Marcela Marcos - 12/11/2018
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O processo de application para uma universidade do exterior exige muito mais do que uma preparação teórica, em termos de conteúdo. Não é nada fácil reunir uma série de documentos; saber se expressar bem na forma escrita e falada, em outro idioma e ainda lidar com a alta competitividade e com as expectativas.

Existem, claro, pessoas que conseguem uma aprovação logo na primeira tentativa para estudar em uma universidade do exterior, como já mostramos aqui. Mas, se esse não foi seu caso, ou se você está se preparando para essa etapa importante e tem medo de não ser aprovado, saiba que não passar “de primeira” tem vantagens que vão além de testar sua resiliência, que é a capacidade de persistir diante dos obstáculos. A segunda tentativa de application tem tudo para ser certeira, afinal, você já terá vivenciado cada etapa do processo e terá tido mais tempo para aperfeiçoar o que não deu certo na primeira chance.

A segunda tentativa de entrar em Harvard

Foi por não ter desistido diante da primeira reprovação para a renomada Universidade Harvard, em 2012, que a brasileira Larissa Maranhão hoje pode falar com “conhecimento de causa” sobre o que é preciso para ter sucesso no processo seletivo da instituição, na qual foi aceita no ano seguinte e pela qual se formou em Economia. Natural de Maceió (AL), Larissa admite que só o fato de insistir em aplicar para Harvard já seria sinônimo de resiliência.

“Eu cresci em Alagoas, terra maravilhosa, mas onde ninguém sabia o que era application ou SAT direito. Ninguém do meu estado tinha feito Harvard College. Era um sonho muito distante. Mesmo eu sempre tendo sido boa aluna, frequentemente ouvia que era impossível, e ouvia isso até mesmo de gente que recebeu uma preparação ainda mais forte do que eu, nas melhores escolas”
Em relação aos fatores que a afastaram de seu sonho no fatídico 2012, Larissa acredita que poderia ter se preparado melhor, o que conseguiu corrigir em 2013. “Na primeira tentativa, perdi a data dos subject testsIsso atrapalhou. Lembro também que na minha primeira essay eu falei demais sobre Harvard e menos sobre mim. Na segunda vez, foquei em contar a minha história. Falei de Alagoas e do ciclo da cana de açúcar como uma metáfora ao ciclo da minha terra e da minha vida”, conta.
Foi essa estruturação de como contaria sua história, aliás, que lhe abriu a porta para Harvard de vez. A economista dá as coordenadas para quem não quer cometer os mesmos erros:


Passe mais tempo escrevendo sobre a sua história e o que é importante para você, ao invés de focar demais no que você gosta naquela universidade. A segunda dica é colocar prazo para si mesmo, e se organizar para cumpri-lo. Não adianta querer escrever na véspera. É impressionante a qualidade que um tempinho a mais de revisão e noites bem dormidas podem trazer”

Por fim, Larissa conta que o planejamento melhor para o SAT fez a diferença na segunda tentativa de entrar em Harvard. “Lembro que eu tinha medo do exame na primeira vez. As questões não eram difíceis mas eu sofria com o tempo. Na segunda, depois de treinar bastante em casa, SAT para mim era como ‘fazer cruzadinha’: muito mais natural e até divertido!”, admite a alagoana. “Fazer simulados das matérias separadamente ajudou bastante. Um erro comum na preparação é querer fazer o simulado completo, o que leva mais de quatro horas, aproximadamente. Dessa forma, você evolui menos, porque fica cansado e não dedica tempo necessário para estudar sobre o que você errou”.

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Segunda vez no programa de bolsas da Fundação Estudar

O aprendizado de persistir após uma rejeição se estende a qualquer tipo de processo seletivo. Felipe Mendes que o diga.  Engenheiro formado pelo IME (Instituto Militar de Engenharia) em Fortificação e Construção, ele passou duas vezes pela seleção da Fundação Estudar para conseguir uma bolsa de estudos, e reconhece a importância de tentar de novo.

“Não ter sido aprovado significa que você tem um potencial muito grande ainda para crescer. Eu vi isso muito em mim. Não significa que você não é capaz, ou que você não está em um certo nível, mas que você tem um potencial grande para desenvolver até chegar na aprovação. Obviamente, é difícil não ser aprovado, mas para mim foi importante parar e pensar sobre o que eu poderia fazer para ser o meu máximo. […] Depois, eu me organizei, vi o que eu tinha feito até ali, e como eu poderia me tornar mais, virar um bolsista em potencial.”

Leia mais sobre a experiência de Felipe Mendes aqui.

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Sobre o escritor

Marcela Marcos
Marcela Marcos
Marcela Marcos é jornalista e cursa mestrado na linha de Comunicação do programa de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do ABC. Foi colaboradora do portal Estudar Fora em 2018.

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