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Estudar no exterior ajuda estudantes a desenvolver inteligência emocional

Priscila Bellini - 16/04/2018
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Ganhar fluência em um idioma, conhecer outras localidades, incluir uma experiência internacional no currículo… Esses são alguns dos benefícios comumente associados à experiência de estudar fora. Para quem decide fazer as malas e embarcar para outro país, entretanto, os impactos não param aí: são sentidos, inclusive, nos níveis de inteligência emocional.

Por trás do conceito, estão aspectos da personalidade de uma pessoa que se relacionam, como o nome indica, ao domínio das emoções. Não só de entender as suas próprias, mas de identificar e saber lidar com as dos outros, apresentando empatia e desenvolvendo habilidades sociais nesse processo.

A popularização da ideia de inteligência emocional pode ser atribuída a nomes como o do jornalista científico do New York Times Daniel Goleman, que lançou em 1995 um livro homônimo sobre o assunto. O modelo de Goleman fundamenta esse tipo de inteligência em cinco pilares:

  • Autoconsciência – capacidade de reconhecer as próprias emoções
  • Autorregulação – capacidade de lidar com as próprias emoções
  • Automotivação – capacidade de se motivar e de se manter motivado
  • Empatia – capacidade de enxergar as situações pela perspectiva dos outros
  • Habilidades sociais – conjunto de capacidades envolvidas na interação social

Apresentar tais traços bem desenvolvidos estaria ligado a uma melhor capacidade de liderança, resiliência diante de obstáculos e maior sucesso na vida profissional.

Como o intercâmbio impacta sua inteligência emocional

Para alguns estudos, os traços de personalidade de quem opta por uma vivência internacional já indicam um bom nível de inteligência emocional – por exemplo, ter a mente aberta para novas experiências.  Em outras análises, depois de serem expostos às situações comuns em um intercâmbio, os alunos apresentam um aumento no índice.

É um desafio e tanto: aprender a reagir a outras normas sociais, conseguir se manter motivado mesmo longe de uma rede de apoio, reconhecer as próprias emoções que vêm a partir de situações inesperadas. E, ainda, entender as emoções dos outros e sua expressão, em um molde determinado pela cultura local. Por exemplo, em um trabalho em grupo com gente de várias nacionalidades, numa universidade estrangeira, é preciso manter o jogo de cintura e se colocar no lugar do outro.

Como resultado, os estudantes adquirem mais flexibilidade, maior tolerância ao estresse e se tornam mais independentes.

Mas como é possível desenvolver melhor a inteligência emocional antes de fazer um intercâmbio? Que práticas podem tornar o tempo fora do país mais positivo?

Qual o seu nível de inteligência emocional? Faça o teste e descubra!

Passos para melhorar a inteligência emocional

#1 Invista em autoconhecimento

Muita gente associa a preparação para o intercâmbio a aspectos externos práticos, como conseguir uma vaga em uma escola de idiomas adequada, bancar um alojamento confortável e morar em uma cidade que agrade o estudante. Para além destes fatores externos, porém, cabe ao estudante se autoconhecer e se preparar psicologicamente para um período fora do país.

Um exemplo disso vem justamente de entender quais situações podem ser, potencialmente, mais desafiadoras para o aluno. Um jovem introvertido pode se sentir, a princípio, desconfortável em um evento de networking. Ter consciência dessa dificuldade e se organizar para contorná-la – como conseguir uma companhia para o evento e interagir em grupos menores – faz toda a diferença.

Lembre-se de que inteligência emocional tem a ver com lidar com as próprias emoções e saber como expressá-las e traduzi-las, mesmo para quem não tem as mesmas referências culturais e não segue as mesmas normas sociais que você.

Leia também: Veja como escolher o destino do intercâmbio

#2 Utilize os recursos ao seu redor

Ainda que um estudante esteja longe de casa e de uma rede de apoio mais complexa, à qual está acostumado, pode contar com outros recursos no país estrangeiro. Uma associação de alunos brasileiros, um clube ligado a um esporte de interesse ou mesmo eventos de boas-vindas para intercambistas servem de oportunidade para aperfeiçoar habilidades sociais.

#3 Saiba que encontrará obstáculos

Nem tudo são flores, no intercâmbio ou no país de origem. Tenha consciência de que haverá situações inesperadas ou desafiadoras na sua trajetória: dificuldades de comunicação, saudade de casa, necessidade de construir uma nova rede de amigos. Prepare-se para encarar tais momentos com uma atitude positiva – entendendo que fazem parte da vivência no exterior e podem ser contornados – e veja de que forma consegue reagir melhor a eles. Ter o telefone de um amigo sempre em mãos, ou mesmo fazer acompanhamento psicológico, pode ajudar.

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Sobre o escritor

Priscila Bellini
Priscila Bellini
Priscila Bellini é jornalista, bolsista Chevening 2018/2019 e mestre em Gênero, Mídia e Cultura pela London School of Economics and Political Science (LSE). Foi colaboradora do Estudar Fora em 2016 e 2017 e editora do portal em 2018.

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