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Tudo o que você precisa saber para estudar na França

Nathalia Bustamante - 06/12/2016
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Por Nathalia Bustamante

Está pensando em passar uma temporada estudando na França? Não faltam razões para tanto: Paris já foi eleita por diversas vezes a melhor cidade para estudantes; as universidades francesas em geral são públicas e parcialmente custeadas pelo Governo (o que leva os valores de anuidade a cerca de 3% do valor pago para estudar nos Estados Unidos). Além disso, instituições de ensino do país são referências em áreas que vão de engenharia – como a X – às ciências sociais, como a Sorbonne e a Sciences Po. Para completar, a taxa de aceite de candidaturas feitas via Campus France é de 85%.

Agência responsável por promover a educação francesa no país, o Campus France Brasil abriu no último mês as candidaturas para graduação e pós na França no ano letivo 2017-2018. As inscrições podem ser feitas até o início de 2017. Pensando nisso, o Estudar Fora preparou seu próprio “dossiê” – reunindo tudo o que você precisa saber para estudar na França:

O Dossiê de Candidatura

O application a universidades francesas é feito através de um dossiê eletrônico. Este conjunto de documentos inclui informações sobre histórico acadêmico e profissional, cartas de motivação e outros anexos – como comprovante de proficiência em francês e cartas de recomendação.  A data limite para envio dos dossiês varia de acordo com o nível e a área de estudo, mas o prazo máximo é março de 2017. As aulas no sistema de ensino superior na França têm início, normalmente, em setembro.

Mais informações sobre o calendário e o processo de candidaturas no site do Campus France Brasil.

Um dos pré-requisitos para se candidatar a uma graduação na França é ter sido admitido por uma universidade brasileira, reconhecida pelo MEC, na mesma área de estudos. “Não importa se é pública ou privada”, explica Thaís Cardim, assessora do Campus France. Isso porque o diploma de Ensino Médio brasileiro – com exceção de alguns liceus e escolas internacionais – não é reconhecido na França como documento de acesso ao ensino superior; já uma aprovação no vestibular ou ENEM pode ser considerada.

Além deste comprovante de aprovação, o estudante também deve apresentar, junto ao seu dossiê, o histórico de Ensino Médio e comprovante de proficiência em francês – em geral, nível B2. Cada universidade, porém, pode pedir documentos complementares que podem ser consultados em suas páginas de admissão.

Para outros níveis acadêmicos, como o Master, é preciso enviar junto do dossiê de candidatura uma carta de motivação, currículo profissional e atender aos requisitos específicos da universidade. “Desde 2007, brasileiros que se candidatam via Campus France têm em média 80% de aprovação. Em geral, quem é recusado falhou em apresentar o nível de francês desejado ou apresentou um projeto inadequado – por isso a escolha da instituição é tão importante”, explica Thaís.

Por fim, quem deseja fazer um doutorado no exterior deve preparar um projeto de estudos específico para a escola doutoral na linha que deseja estudar. “Então, ele pode apresentar seu projeto a um orientador e, sendo aceito, faz a inscrição para o doutorado”. Através do Campus France o estudante pode ter acesso a um catálogo das formações na França que podem ajudar no processo de escolha. Assim como acontece com algumas universidades americanas, há a possibilidade de ser admitido diretamente ao doutorado após o fim da graduação. “Mas isso depende muito do projeto de estudos. Normalmente, o estudante faz um caminho mais clássico, de fazer primeiro o Máster e depois o doutorado”, esclarece Thaís.

Intercâmbio e Duplo Diploma

Correspondência entre os níveis de formação brasileiros e franceses
Fonte: Campus France

Estudantes brasileiros também têm a possibilidade de obter um duplo diploma, da sua instituição de origem e de uma instituição francesa, através de convênios acadêmicos. “A França é o primeiro país em número de convênios de cooperação, e o maior percentual de estudantes brasileiros na França é em programas de intercâmbio”, aponta Thaís. Confira aqui como funciona o Duplo Diploma com universidades francesas. Tanto para o Duplo Diploma quanto para os intercâmbios acadêmicos, é necessário passar pelo processo seletivo da universidade de origem, que determina os detalhes da seleção.

Estudantes de universidades que não tenham convênio com instituições francesas também podem trancar sua matrícula no Brasil e fazer uma candidatura individual para o L3 (License), de forma independente. Sendo aceito, o estudante pode aproveitar os créditos cursados no Brasil e concluir lá a graduação. “Neste caso, é preciso escolher uma opção de curso que seja conectado ao seu curso de origem no Brasil”, finaliza Thaís.

 

Os Custos de Anuidade de os Tipos de Instituição de Ensino

O custo relativamente baixo dos estudos na França é um dos principais fatores de escolha dos alunos estrangeiros, mas eles variam entre os três tipos de instituições de Ensino Superior Existentes.

As Universidades – ou Universités – são públicas e o governo francês toma a seu cargo 90% dos custos de ensino. Além disso, não há distinção entre estudantes franceses e internacionais – todos pagam a mesma taxa de matrícula. Entre as 80 universidades do país, estão nomes renomados como a Sorbonne ou a Université Pierre et Marie Curie. Em geral, as universidades têm uma abordagem pedagógica mais teórica e abstrata, e apenas as universidades oferecem programas de doutorado e pesquisa.

Outro tipo de instituição são as Grand Écoles. “As Grand Écoles são muito renomadas, por conta da tradição e da qualidade do ensino”, explica Thaís. Não à toa: as duas melhores instituições de ensino da França, de acordo com o ranking QS, são Grand Écoles – a X e a Ecolé Normale Supérieure, Paris .Tratam-se de escolas especializadas em formar profissionais com um objetivo profissional definido, como engenharia, arquitetura ou negócios. Assim, acolhem um número mais restrito de alunos após uma seleção bastante rigorosa.

Por fim, há também as instituições de ensino particulares. Aqui, as taxas são um pouco mais altas – em escolas privadas de administração, por exemplo, há programas de MBA que chegam a 40 mil euros anuais.

 

Universidades

200 a 400 euros

Grand École – Engenharia

600 euros

Grand École – Arquitetura

400 a 900 euros

Escolas Privadas

5 mil a 12 mil euros

 

Benefícios para Estudantes

Os brasileiros que vão para a França podem se candidatar a mais de 200 programas de bolsa oferecidas pelas próprias universidades, além da bolsa Eiffel, oferecida pelo Governo Francês, que apoia o estudante com seus custos de vida no país.

Mesmo sem bolsa, há diversas maneiras de reduzir os gastos: alunos de instituições francesas têm acesso a moradias universitárias com baixo custo; a restaurantes universitários que cobram preços simbólicos, e a diversos descontos com a carteira de estudante em transporte e lazer. E, para complementar a renda, com o visto de estudante de longa duração é possível trabalhar meio período. “O estudante consegue se manter com cerca de 600 euros mensais, especialmente fora de Paris”, explica Thaís Cardim.

Além do trabalho autorizado pelo visto, alguns cursos, como os de engenharia e arquitetura, assim como algumas pós-graduações, exigem estágios remunerados para a conclusão do curso.

Confira aqui o passo a passo para escolher e se candidatar a um curso na França

 

Melhores Cidades

Paris ganhou uma excelente pontuação no ranking de melhores cidades para estudantes graças às suas renomadas universidades – são 16 – e também à qualidade de vida que oferece para quem opta por morar lá. Mas a capital está longe de ser a única opção francesas: diversas outras regiões, que por vezes têm maiores chances de admissões, também são mais indicadas para quem deseja estudar algumas áreas específicas. “Para a área agrícola ou alimentar, por exemplo, a região de Bordeaux e Borgonha são excelentes; já quem pretende estudar Engenharia Aeronáutica deve considerar também a ESEA Toulouse”, argumenta Thaís.

 

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Sobre o escritor

Nathalia Bustamante
Nathalia Bustamante
Nathalia Bustamante é jornalista formada pela UFJF. Foi editora do Estudar Fora entre 2016 e 2018 e hoje é coordenadora de Conteúdo Educacional na Fundação Estudar.

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