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Como é estudar em São Francisco durante a graduação na Minerva

Colunista do Estudar Fora - 07/01/2020
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Fellipe Couto é estudante de graduação da turma de 2023 da Minerva Schools at KGI. Nesse texto, ele conta sobre sua experiência com a faculdade, desde que a conheceu ir estudar em São Francisco, primeira das 7 cidades pelas quais passará durante sua formação. 

Incrível, desafiadora e caótica. Se eu tivesse que definir São Francisco e minha experiência na cidade, essas seriam as primeiras palavras que viriam na minha mente. Todos os dias a “Golden City” dorme e acorda de formas completamente diferentes. O ritmo dos dias é frenético e a mudança que se impõe todos os dias torna conhecer a cidade um desafio imenso (… e extremamente prazeroso!).

Da mesma forma que a cidade, o “ritmo Minerva”, para um marinheiro de primeira viagem, é incrivelmente desafiador. O tempo todo, há muito o que fazer: assignments (tarefas), leituras, “co-curriculars” da universidade para explorar a cidade… (espero que a ausência de palavras como dormir e descansar tenha ajudado a entender o quão frenético é ser um “Minervian” aprendendo a sobreviver).

Conhecendo a Minerva

Tomando o bondinho (outra coisa incrível da cidade!) de volta no tempo e viajando para o momento em que conheci essa universidade, cada momento aqui parece fazer mais sentido. Frustrado com os caminhos da educação superior brasileira, decidi buscar uma universidade que fosse mais do que sentar em uma sala e depois reproduzir informação. Eu queria entender, criticar e, principalmente, aplicar o que aprendia.

E foi assim que cheguei até o portal “Estudar Fora”, ainda em 2017, e li sobre a Minerva. A faculdade tinha tudo o que eu buscava, oferecia a oportunidade de estudar em sete países ao redor do mundo oferecia ajuda financeira, em parceria com a Fundação Estudar. Lendo o site da universidade, eu já tinha certeza que era o lugar certo para mim. Eu só pensava em fazer as malas e embarcar num avião enquanto cantava “De repente, Califórnia”. Como nem tudo é fácil como encontrar uma startup em São Francisco, um imenso obstáculo ainda tinha que ser superado: a famigerada application.

Processo de candidatura

Aplicar para uma universidade que mostra um índice de aceitação perto de 2% já é suficientemente assustador. Soma-se a isso o fato de a Minerva ter um processo completamente diferente de qualquer outra universidade estadunidense. Os candidatos devem enviar uma série de documentos e completar uma sequência de desafios: matemática, writing, reading, divergent thinking (uma palavra é dada e o aplicante deve citar vários usos para ela), expression (speaking) e accomplishments.

Apesar de parecer assustador no começo, o teste de divergent thinking é divertido e mostra bastante do que é Minerva: gerar ideias incomuns de forma espontânea para resolver um desafio (isso resumiria bastante do primeiro ano de currículo da universidade). Por outro lado, a seção de accomplishments foi um grande desafio para mim. Além de listar suas mais importantes realizações, o aplicante precisa explicar o “significado” de cada uma de suas realizações e providenciar uma lista de pessoas ou entidades que possam comprovar o que é falado.

Sobre o que falar na candidatura?

Fellipe estuda em São Francisco
Fellipe integrou a primeira equipe brasileira a participar de competição da NASA

Minha primeira dificuldade foi selecionar as realizações que eu considerava mais relevantes para a aplicação. Por exemplo: em 2017, integrei a primeira equipe brasileira a participar da competição NASA Human Exploration Rover Challenge, na qual somos desafiados a desenvolver um protótipo de veículo de exploração espacial tripulável e atravessar um percurso no menor tempo possível em Huntsville, Alabama. Tendo sido tão importante para mim, eu queria muito falar sobre ela. O problema é que a competição se dividia em várias etapas e mesmo os prêmios que ganhamos eram relacionados a partes diferentes da corrida de maior escopo (a Minerva pedia um máximo de 6 accomplishments, e eu ainda precisava falar de outras realizações).

Baseado na experiência de escolher seus feitos mais “relevantes”, eu diria que o segredo é escolher o que tem mais significado para você. Na verdade, eu demorei tanto tempo para tomar minha decisão e escrever os accomplishments que só fui capaz de aplicar no penúltimo ciclo de admissão da Minerva, o Regular Decision II, apesar de meu plano inicial ser aplicar no Early Action.

Sobre isso, uma dica que eu não poderia deixar de dar para alguém que deseja aplicar para a Minerva: planeje sua application. A universidade não exige que todos os testes e dasafios sejam completados de uma só vez. Portanto, reconheça seus limites e planeje a aplicação de acordo com suas forças.

Experiência de estudar em São Francisco na Minerva

É difícil dizer o que passa mais devagar: as horas em frente ao computador completando os “Minerva Challenges”, as semanas de expectativa que separam o momento de clicar no botão “Submit” e a chegada da tão esperada carta de aceitação ou a eternidade entre a leitura da carta e o primeiro “Welcome to Minerva” oficial. Essa última memória merece uma nota especial no texto, afinal, eu não poderia falar da universidade sem mencionar o que mais me encanta aqui: a comunidade.

Imagine estar cercado por mais de 160 outras pessoas, representando mais de 30 nacionalidades sentadas ao redor de uma fogueira no meio da praia mais famosa de São Francisco enquanto cantam juntas e se conectam umas com as outas. Talvez minha descrição tenha soado como um acampamento hippie qualquer que poderia ser encontrado nos “Hippie Hills” ou “Golden Gate Park”. Mas, não. Naquele momento, eu entendi o que era a Minerva.

A Minerva é mais que uma universidade. Minerva é mais que uma faculdade itinerante e mais que uma experiência. Minerva é comunidade. A Minerva é africana, asiática, europeia, americana e oceânica. Minerva é São Francisco, Seul, Hyderabad, Berlim, Buenos Aires, Londres e Taiwan. A Minerva sou eu e, em breve, espero que seja você também.

Sobre o autor

Fellipe Couto é ex-aluno de Engenharia Química e Biomedicina da UFF e atual membro da
Class 2023 da universidade Minerva Schools at KGI. Atualmente, mora em São Francisco e
está no primeiro ano na universidade. Apaixonado por Ciência, Educação e Saúde, e
principalmente pela interseção entre os três, tem como objetivo voltar ao Brasil e fazer parte da mudança que o país tanto precisa especialmente em áreas tão vulneráveis como as que o encantam.

 

A Universidade Minerva, em parceria com a Fundação Estudar, está oferecendo uma bolsa de estudo que cobre os quatro anos do curso de graduação na instituição. A candidatura é feita em rodadas, e o próximo prazo se encerra no dia 15 de março, para a turma que se inicia em setembro.  É necessário fazer o processo por meio deste link, que indicará que você conheceu a Minerva através do Estudar Fora.

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Sobre o escritor

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Os colunistas são estudantes e especialistas convidados pelo Estudar Fora para compartilhar sua experiência. É neste espaço que você verá relatos em primeira pessoa dos estudantes ou orientação especializada de profissionais que atuam com estudos no exterior.

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