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6 maneiras de compensar notas ruins na candidatura para estudar fora

Gustavo Sumares - 08/03/2023
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Praticamente todas as univesidades estrangeiras pedem aos candidatos que enviem os históricos acadêmicos no processo de candidatura. A ideia por trás disso é ver se eles são alunos comprometidos, que vão contribuir positivamente para o ambiente da universidade. Quer dizer então que se você tem notas ruins no seu histórico, não vai conseguir estudar fora? Não exatamente. A seguir, vamos listar seus maneiras de compensar notas ruins na sua candidatura.

É importante entender que o processo de candidatura às universidades estrangeiras costuma ser bem mais holístico do que o acesso a universidades brasileiras. Por aqui, em geral, o único fator é a nota que você tira no vestibular. Mas nas instituições de ensino superior na Europa e nos Estados Unidos, muitos outros fatores são considerados.

Com esses outros fatores, os comitês de admissão querem saber se os candidatos são pessoas comprometidas, disciplinadas, motivadas e interessadas em aproveitar ao máximo o que a universidade tem a oferecer. E o histórico acadêmico é uma das maneiras de mostrar isso. Afinal, não adiantar dar uma bolsa integral de estudos para um aluno que vai faltar em todas as aulas, né?

Mas se você conseguir demonstrar que tem essas qualidades em outras partes do seu application, as notas menores no seu histórico acadêmico vão acabar pesando menos. Então se você tem essa preocupação, olha só seis coisas que você pode fazer para compensar notas ruins:

1 – Atividades extracurriculares

Você já deve ter ouvido falar que as atividades extracurriculares são importantes para universidades estrangeiras, e é verdade. Os comitês de admissão não querem saber só como você ia nas matérias, mas também o que te interessava além da sala de aula. Então, um envolvimento profundo com atividades extracurriculares pode fazer com que algumas notas menores passem batidas no seu histórico.

Isso é particularmente verdadeiro na candidatura a áreas criativas, como artes, música e otras disciplinas que não costumam ser tão bem contempladas pelo sistema de avaliação das escolas. Nesses casos, demonstrar bastante engajamento com essas atividades é uma maneira de mostrar à universidade que você tem algo a acrescentar.

Por isso, vale a pena citar hobbies ou outras atividades com as quais você tem forte envolvimento no seu application. Se você tem uma banda, ou envolvimento com algum coletivo artístico, tudo isso entra. Participações em grupos de estudos de assuntos menos acadêmicos também podem ser interessantes.

2 – Impacto social

As universidades estrangeiras em geral buscam por candidatos com habilidades de liderança e engajamento com suas comunidades. E uma maneira de mostrar essa qualidade é por meio da sua participação em projetos de impacto social, como trabalho voluntário ou envolvimento com determinadas causas.

Essas experiências sugerem ao comitê de seleção que o candidato não está querendo estudar lá só para melhorar sua condição socioeconômica, mas também para beneficiar as pessoas e comunidades ao seu redor. Para a universidade, é uma indicação de que a formação que aquela pessoa conquistar vai se traduzir em impacto positivo para muita gente.

Você pode comentar sobre os trabalhos voluntários que realiza na sua carta de motivação, e se conseguir mostrar um vínculo entre esses trabalhos e as matérias que pretende estudar, melhor ainda. Se você tiver experiências positivas atuando em causas políticas ligadas à promoção da igualdade socioeconômica e da diversidade, isso também pode ser positivo e compensar notas ruins no seu histórico.

3 – Testes padronizados

Mudas as notas que você já tirou pode não ser possível. O que é possível é realizar testes padronizados como o SAT, o ACT, o GMAT e o GRE e tirar notas boas neles. Os dois primeiros são para quem quer se candidatar à graduação no exterior, e os dois últimos para quem está interessado em pós graduação.

Esses testes cobrem o conteúdo que é considerado essencial para que o aluno dê prosseguimento aos seus estudos. Eles são semelhantes ao nosso Enem no sentido de que as notas que os alunos tiram neles são usadas como critério de seleção para o ingresso no ensino superior.

Por isso, uma boa nota no SAT é uma maneira de provar que você domina o conteúdo do ensino médio, ainda que as suas notas do ensino médio não sejam as melhores possíveis. O mesmo vale para o GMAT e o GRE, mas para compensar notas ruins que você tenha tirado na graduação.

4 – Experiência

Alguns programas de MBA exigem que o candidato comprove alguns anos de experiência de trabalho para poder se candidatar. Isso porque aquela experiência de mercado pode ser tão valiosa para o candidato quanto alguns anos de estudo em outras áreas. E, de fato, experiências profissionais interessantes podem compensar notas fracas no seu histórico.

Se você for se candidatar a uma pós-graduação em jornalismo, por exemplo, e tiver bastante experiência profissional interessante, as suas notas da graduação podem nem pesar tanto. Ainda mais se você tiver conquistado prêmios ou outros reconhecimentos pelo seu trabalho.

No caso de áreas mais científicas, a experiência profissional pode ser substituída por experiências acadêmicas. Participações em congressos, publicações de artigo e outros trabalhos na sua área de pesquisa podem chamar mais atenção do que notas medianas.

Na graduação, a experiência de trabalho não costuma pesar tanto, já que os candidatos são mais jovens. Mas para cursos como economia e administração, alunos que consigam demonstrar um perfil empreendedor e uma visão de negócios desde cedo podem usar essa experiência para compensar notas ruins.

5 – Cartas de recomendação

As cartas de recomendação são os únicos documentos do seu application nos quais outras pessoas falam sobre você. E se você conseguir cartas de recomendação bem fortes e articuladas com o resto da sua candidatura, as notas mais baixas do seu histórico acadêmico podem acabar ficando para trás.

Eventualmente, você pode até pedir uma carta para um dos professores que te deram as notas menores. Ele pode explicar que aquelas notas foram uma exceção na sua trajetória, pode citar fatores pessoais seus que possam ter afetado o seu desempenho, e pode mencionar outros pontos positivos seus que as notas podem ter deixado passar. A ideia não é que ele só justifique a sua nota baixa, mas que ele reconheça suas outras qualidades.

No caso da candidatura para pós-graduação, uma boa opção é conseguir uma carta de um professor renomado da sua área de pesquisa. Já para um MBA, uma carta de recomendação de um profissional de alto nível de uma empresa de grande porte na qual você já tenha trabalhado pode te ajudar bastante também.

6 – Carta de motivação

Todo o processo de application tem o objetivo de contar uma história sobre quem você é. O seu histórico acadêmico faz um pouco disso; as suas cartas de recomendação fazem outra parte. Mas a carta de motivação é a sua oportunidade de articular todos esses documentos em uma narrativa capaz de convencer o comitê de seleção de que você merece estudar naquela universidade.

Por isso, escrever uma carta de motivação bem forte também pode compensar notas ruins. De novo, você não deve passar a carta toda justificando as notas. Mas você pode explicar que elas vieram num momento difícil, ou que a partir delas você viu a necessidade de se dedicar mais. Se outros documentos do seu application comprovarem isso, melhor ainda.

 

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Sobre o escritor

Gustavo Sumares
Gustavo Sumares
Gustavo Sumares é o editor do Estudar Fora. Jornalista, já escreveu sobre tecnologia e carreira.

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