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MBA e mestrado no exterior: como tornar seu perfil competitivo

Uma cadeira de madeira iluminada por um holofote

Por Daiana Stolf

Cursar um MBA ou programa de mestrado profissional no exterior em universidades como Harvard, Oxford, Stanford, MIT, Wharton, Insead, entre outras, pode ser a ponte para conseguir uma rápida ascensão na carreira e trabalhar em grandes empresas.

Não é novidade que o processo seletivo para um mestrado ou MBA em universidades estrangeiras exige candidatos e profissionais preparados. Mais do que isso, a concorrência é bastante grande: para ter uma ideia, menos de 10% dos candidatos que aplicam para instituições como Stanford e Harvard são aceitos nesses programas.

Assim, vale lembrar que a construção de um application forte requer planejamento, tempo e muita vontade, dedicação e reflexão.

Dito isso, o que é necessário para ter um perfil competitivo? Como se destacar em meio a um mar de aplicações excelentes?

Primeiro, vamos lembrar dos 4 componentes básicos do application em programas de MBA e mestrado:

Componente Representado principalmente por
1 Performance acadêmica e prova de capacidade analítica e de conhecimento
do inglês
GPA (nota global da graduação)
GMAT (teste de lógica e matemática)
TOEFL/IELTS/PTE (teste de inglês)
2 Trajetória profissional: resultados alcançados, potencial de liderança,
atuação na empresa /mercado
CV e cartas de recomendação
3 Trajetória pessoal: Quem é você como pessoa (valores, hobbies, interesses, habilidades
específicas);Quem você almeja ser como líder (o
que/quem te inspira? Que impacto quer gerar no mundo?);Envolvimento com atividades comunitárias, ativismo, interesses fora
do caminho padrão de trabalho e estudos;Experiência internacional.
Essays (redações)
4 Visão de futuro: ambições pessoais e de carreira no curto, médio e longo prazo Essays (redações)

 

Agora, vamos às dicas para entrar em programas de MBA e mestrado no exterior específicas de acordo com diferentes momentos de vida e de carreira.

Para quem deseja entrar em um MBA ou mestrado e ainda está na graduação:

  • Aprimore seu inglês ou a língua nativa do país em que deseja estudar. Além de cursos específicos, caso seja viável financeiramente, cogite fazer um semestre ou dois no exterior — uma experiência única que conta também como exposição internacional.
  • Assim que possível, planeje estudar e prestar o GMAT. O teste é válido por 5 anos, então conseguir uma nota competitiva desde cedo pode poupar seu tempo posteriormente.
  • Envolva-se com atividades extracurriculares. Vale de tudo: pesquisa, empresa júnior, monitoria, organização de conferências, participação em clubes, engajamento com esportes, atividades pró-bono, etc. Empenhe-se em fazer algo pela comunidade ao seu redor — tanto dentro como fora da universidade. Isso faz de você uma pessoa interessante.
  • Não se esqueça dos estudos! Um bom desempenho se traduz em um GPA competitivo e evita que você tenha que justificar reprovações ou períodos de notas baixas no application.
  • Faça estágios! Aproveite o tempo e o risco relativamente baixo para se expor a diferentes indústrias e empresas, e começar a entender seu propósito de vida e carreira.

Para quem deseja entrar em um MBA ou mestrado sendo recém-formado:

  • Se você já está ninja no inglês (altamente recomendado!), foque nos estudos para o GMAT, especialmente se vem de um background menos quantitativo. Aproveite que sua mente está acostumada a estudar conteúdos mais teóricos e mande bala nos exercícios e simulados da prova.
  • Começar a carreira em empresas de renome e/ou conhecidas globalmente pode ser um caminho interessante no sentido de ter uma marca forte no CV, mas não é o único. Startups são cada vez mais bem vistas e podem, igualmente, proporcionar uma experiência atraente. O importante é saber explicar o seu objetivo ao seguir uma direção ou outra, e dar o seu melhor dentro da empresa – seja ela uma multinacional ou um negócio pequeno.
  • Faça acontecer na posição em que você foi contratado! Vá além das suas obrigações! Lembre-se de que você precisará de cartas de recomendação fortes e bem embasadas sobre seus feitos na empresa e focadas em características que demonstrem seu potencial de liderança.
  • Procure ter exposição internacional no trabalho. Talvez não seja fácil conseguir uma posição no exterior quando você acabou de iniciar a carreira, mas até mesmo interações remotas com times / fornecedores / clientes internacionais contam.
  • Não deixe interesses pessoais de lado. Se puder, continue com o engajamento social que começou já na faculdade. Mantenha sua corrida, suas aulas de balé ou seus fins de semana tocando em bares com a sua banda. Ajude o projeto educacional do seu amigo a sair do chão ou apoie iniciativas comunitárias bacanas. Claro que um interesse genuíno em tais atividades é pré-requisito para que o seu tempo seja bem aproveitado e lhe dê prazer.

Para quem já está no mercado há alguns anos:

(recomenda-se, no mínimo, dois anos de experiência de trabalho full time, contados da formatura até o ano em que você inicia um programa de MBA ou mestrado)

  • O GMAT demanda energia e tempo consideráveis. Não deixe para a última hora! Comece a estudar no início do ano em que irá aplicar, ou antes. Você precisará relembrar conteúdos, além de treinar o controle emocional e o raciocínio rápido por meio de simulados. O ideal é ter a nota até a metade do ano, para conseguir se dedicar exclusivamente aos applications assim que eles forem disponibilizados no site das escolas (o que normalmente acontece em junho).
  • Reflita sobre as possibilidades de encontrar pessoas que possam te recomendar com carinho. Espera-se que o seu chefe direto seja um deles, mas existe a possibilidade de justificar se isso não for possível. A outra carta pode vir de alguém mais sênior, desde que tenha tido contato suficiente com seu trabalho a ponto de conseguir relatar uma crítica construtiva que lhe deu ou lhe comparar com pessoas no mesmo nível ou momento de carreira que o seu.
  • Não pense que uma carreira linear é imprescindível para ser admitido: cada vez mais as escolas procuram por perfis diversos, que possam adicionar perspectivas diferentes dentro e fora da sala de aula. É fundamental contar o racional por trás das suas escolhas de maneira impactante e genuína (viva o storytelling!).
  • Seus feitos profissionais devem estar claros e contados objetivamente no CV.
  • Reflita cuidadosamente sobre como o MBA no exterior se encaixa nos seus planos futuros – que diferença o programa fará na sua vida pessoal e profissional? Que habilidades pretende aprender? Onde se imagina logo após o curso? E 10 anos depois? Pense grande! Qual o seu propósito? Quem você quer se “quando crescer” ainda mais como líder?
  • Mantenha interesses paralelos à carreira vivos. Conte ao comitê de seleção como eles lhe torna(ra)m uma pessoa melhor, e engate com possibilidades de engajamento durante o curso. Como você pode contribuir para a comunidade da escola? Talvez oferecendo treinamento e informação aos colegas interessados em consultoria no Consulting Club? Talvez organizando uma conferência sobre um assunto específico que você domina, chamando líderes da sua área/rede? Evidência passada é prova de que a chance de você realmente realizar o que “promete” nos applications é alta.
  • Sua história de vida pode ser muito interessante aos olhos do comitê de seleção, e uma maneira de se sobressair. Mapeie os principais acontecimentos do seu passado e como eles lhe moldaram ao longo do tempo. Encaixe isso nos essays de maneira entusiástica e emotiva.
  • Visite os campi, pesquise sobre os programas, fale com alumni, participe de info sessions. Você deve demonstrar conhecimento sobre o programa e ser capaz de conectar o que a escola oferece com necessidades específicas para você crescer como pessoa e líder.

Acima de tudo: determinação e reflexão! Com uma boa dose de autoconhecimento, dedicação e tempo para explorar os programas e possibilidades, há grandes chances de se construir um perfil competitivo e de entrar na universidade dos sonhos!

 

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