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Como as universidades apoiam estudantes com deficiência

Priscila Bellini - 25/07/2018
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Escolher a universidade certa para estudar fora exige a análise de uma série de fatores. Afinal, não é só o programa de estudos que precisa se encaixar nos planos do estudante, mas também o perfil da instituição em si. Para estudantes com deficiência, essa busca pela escola ideal precisa contar com fatores a mais.

Isso porque é necessário que a universidade se comprometa com questões de acessibilidade. Pontos que parecem simples, como a existência de um elevador para levar a uma das salas ou auxílio para anotações em aula, são essenciais.

Para assegurar que estudantes com deficiência encontrem um bom ambiente acadêmico, uma série de universidades já se comprometeu. Em 1973, por exemplo, a legislação americana já estabelecia que as escolas deveriam fazer adaptações em sua estrutura para garantir inclusão e acessibilidade. Essa virou uma das condições, inclusive, para que instituições recebessem apoio financeiro federal.

Isso não fica restrito aos Estados Unidos. No Reino Unido, todas as universidades precisam ter autoridades responsáveis por tratar de questões ligadas aos estudantes com deficiência. Em outras instituições, também há escritórios responsáveis distribuídos pelos campi.

O que as universidades oferecem a estudantes com deficiência

Os recursos disponíveis variam de acordo com a universidade. Em geral, a ideia é proporcionar quaisquer recursos necessários para garantir que estudantes com deficiência tenham o seu direito à educação plenamente garantido. Na prática, isso equivale a oferecer adaptações nas provas (por exemplo, para alunos cegos), leitores e tutores, auxílio para anotações em aula, locais acessíveis por cadeiras de roda.

Como a lista não é exaustiva e o perfil dos alunos varia bastante, cabe à universidade identificar tais aspectos e usar ferramentas disponíveis. Por exemplo, colocar à disposição os livros da biblioteca em áudio ou em braile.

Para dar conta das mudanças na estrutura que são feitas, algumas instituições têm um fundo separado. A Universidade de Michigan, em Ann Arbor, criou o Services for Students with Disabilities (SSD) em 1973. Desde então, assegura que os esforços por acessibilidade sejam constantes. Por exemplo, os fundos necessários para proporcionar acomodação universitária aos alunos, sempre levando em conta critérios de acessibilidade.

Universidades da Ivy League, por sua vez, não ficam atrás. Harvard, a mais prestigiada das instituições americanas, conta com o University Disability Services. Yale possui um Resource Office on Disabilities, que lida com questões que vão da acomodação a vans especiais disponíveis no campus.

Existem bolsas para estudantes com deficiência?

Dar as mesmas oportunidades a estudantes com deficiência, seja ela de qualquer tipo, passa também por apoio financeiro. Com o tempo, tanto universidades quanto empresas criaram programas de bolsa específicos.

Conheça alguma das iniciativas:

#1 Microsoft DisAbility Scholarship

Criada pela gigante da tecnologia, essa bolsa serve para que alunos do Ensino Médio de qualquer nacionalidade possam estudar nos Estados Unidos. O foco, portanto, é em graduação, para estudantes que tenham necessidade financeira. Os selecionados recebem 5 mil dólares anualmente e devem declarar major em áreas de tecnologia, Negócios ou Direito. Os detalhes sobre application e condições da bolsa estão disponíveis no site da Microsoft.

#2 Bolsas do Google para estudantes com deficiência

A empresa possui dois programas principais: o voltado a universidades europeias, e o focado em Estados Unidos e Canadá. Para alunos que já estejam matriculados em instituições da Europa, é possível concorrer a bolsas no valor de 7 mil euros. Já em solo americano, o valor equivale a 10 mil dólares, e, em instituições canadenses, a 5 mil dólares. São elegíveis, nesse caso, estudantes de graduação, mestrado e PhD que apresentem alguma deficiência. Assim como na iniciativa da Microsoft, o foco é em alunos de áreas ligadas à tecnologia e os detalhes podem ser vistos no site oficial.

#3 Oxford-Wadham Graduate Scholarship for Disabled Students

Criado em 2014, o programa da Universidade de Oxford oferta bolsas integrais, que incluem anuidade e auxílio para manutenção no país. Como o nome sugere, a iniciativa está ligada ao Wadham College e exige que os candidatos apresentem excelente desempenho acadêmico. Não é necessária uma application separada, apenas a candidatura regular da pós-graduação.

#4 Snowden Trust Grants

A organização Snowden Trust concede grants de até 3 mil libras ao ano, para alunos que queiram estudar no Reino Unido. Para aplicar, é necessário ter sido aceito pela instituição de ensino e submeter documentos como cartas de referência. O prazo estipulado para inscrição é de 1 de fevereiro a 31 de agosto e os detalhes estão disponíveis no site da Snowden Trust.

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Sobre o escritor

Priscila Bellini
Priscila Bellini
Priscila Bellini é jornalista, bolsista Chevening 2018/2019 e mestre em Gênero, Mídia e Cultura pela London School of Economics and Political Science (LSE). Foi colaboradora do Estudar Fora em 2016 e 2017 e editora do portal em 2018.

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