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“Não faça o que você acha que é esperado”, diz admission office da Duke

Lecticia Maggi - 29/01/2015
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É importante pensar sobre o que de fato importa para você, o que você ama, e aproveitar seu tempo livre em áreas que realmente gosta. Isso irá refletir natualmente em um bom application (candidatura)

Um erro comum dos adolescentes que desejam fazer a graduação no exterior é tentar descobrir o que as universidades buscam e então se adaptar a este “modelo de estudante”. Isso será inútil, segundo Christoph Guttentag, Dean of Undergraduate Admission (diretor de admissões para graduação) da Universidade Duke, nos Estados Unidos.

“Quase sempre quando os alunos tentam fazer algo porque acreditam que aquilo é esperado pela faculdade não há entusiasmo e nem comprometimento”, afirma em entrevista à revista Forbes. “É importante pensar sobre o que de fato importa para você, o que você ama, e aproveitar seu tempo livre em áreas que realmente gosta. Isso irá refletir natualmente em um bom application (candidatura)”, diz. Nos EUA, diferentemente do Brasil, os candidatos a cursos de graduação não são avaliados apenas por uma prova (vestibular), mas sim por uma série de itens: além de prova, exame de proficiência no idioma em que as aulas serão dadas, cartas de recomendação, redações e entrevista (conheça detalhes do processo aqui). Pretende-se, assim, conhecer o perfil do candidato como um todo.

O processo de seleção – Em Duke, Guttentag explica que dos cerca de 32.000 candidatos que pleiteaim uma vaga anualmente, somente cerca de 11% são selecionados. Na primeira fase, os profissionais do escritório de admissão dividem as candidaturas por estado e país e fazem uma análise preliminar da competitividade dos candidatos. Neste momento, cerca de 50% dos aplicantes já são eliminados.

Os que sobram têm suas candidaturas avaliadas por duas pessoas, que eliminam mais alguns. Por fim, um terceiro profisisonal avalia os applications restantes e determina os aprovados. “É um processo trabalhoso, que leva de três a quatro meses”, afirma Guttentag.

duke 2Como, então, se destacar entre os milhares de candidatos? Em primeiro lugar, a universidade busca excelência acadêmica. Os jovens que pleiteim uma vaga, em geral, estão entre os 10% melhores de suas salas. Os aprovados, entre os 2 e 3%.

Depois, avalia-se a acapacidade do aluno de se auto-desafiar e tirar vantagem das oportunidades que tem. Busca-se duas características principais nos candidatos: engajamento e impacto. “Queremos estudantes que não vão pelo caminho mais fácil, que são líderes, querem fazem a diferença, fazer as coisas serem melhores…”, conta.

A seleção é feita, conforme Guttentag, verificando se há match entre o aluno e a universidade – algo difícil de definir. “Nós nos questionamos: por que pegaríamos este aluno(a)? Qual será seu impacto aqui? O que ele(ela) irá acrescentar aos colegas de sala? E à comunidade acadêmica como um todo?”.

Para saber mais sobre o processo de admissão de Duke, assista ao vídeo (em inglês) com a entrevista completa de Guttentag à revista Forbes.

Sobre a Universidade Duke Fundada em 1924 por James Buchanan Duke, como um memorial para seu pai, Washington Duke, a instituição está sempre entre as 20 melhores do mundo, segundo os principais rankings acadêmicos (THE e QS). Atualmente, tem pouco mais de 15.000 alunos, entre estudantes de graduação e pós.

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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