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Estudar medicina no exterior: como funciona a seleção das universidades

Priscila Bellini - 10/03/2023
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Medicina está entre as carreiras mais prestigiosas, sem dúvida. Quem nunca ouviu um parente sugerir que fulano ou ciclano investisse na Medicina e virasse “doutor”? Talvez seja esse um dos fatores que transformem o curso em um dos mais concorridos nas universidades ao redor do mundo — mesmo para quem opta por estudar medicina no exterior.

Nada mais natural, portanto, que o protocolo de seleção para Medicina seja diferenciado. Além de concorrida, esta é uma área crucial em que cada profissional lida com a vida e com o bem-estar dos pacientes. O cuidado em selecionar e formar bons médicos e médicas faz parte do pacote em todos os países — do Velho Continente aos países vizinhos, como a Argentina.

Processo de admissão às universidades

Para começar, o filtro dos candidatos à Medicina costuma ser bem diferente do restante dos cursos. Em Portugal, por exemplo, o convênio estabelecido para garantir acesso a instituições como a Universidade de Coimbra por meio do ENEM não valeu para a carreira. Nos Estados Unidos, é necessário passar por um curso na categoria “undergraduate” – em bom português, uma graduação -, para se candidatar às medical schools, depois de quatro anos de ensino superior.

Leia também: “Fazer medicina nos Estados Unidos é inviável para brasileiros”

Em processos como o estadunidense, os candidatos “pre-med” costumam quebrar a curva de desempenho dos cursos e se esforçar ao máximo, tornando a disputa ainda mais acirrada. Se o “sonho americano” fala mais alto, o jeito é separar em torno de oito anos para ter um diploma de “doutor” em mãos. Há quem opte por fazer a graduação no Brasil e, em um doutorado, investir em uma formação estrangeira. Ou mesmo embarcar para um período reduzido em outro país e dedicar-se à pesquisa.

Diferentes destinos para estudar medicina no exterior

Se, por um lado, a Medicina entra sempre para a lista de carreiras disputadíssimas no Brasil, por outro há alternativas em outros países latino-americanos. A nossa vizinha, Argentina, atrai estudantes por custos reduzidos e a proximidade geográfica, além de instituições renomadas como a Universidad de Buenos Aires (UBA).

Cuba, ilha caribenha que ganhou destaque justamente pela Medicina, também recebe centenas de candidatos brasileiros em sua Escuela Latinoamericana de Medicina (ELAM). Os alunos ganham bolsa integral além de alimentação, hospedagem e 30% do valor de um salário mínimo cubano — ou seja, é um destino onde é possível estudar medicina de graça no exterior.

De modo geral, mesmo as opções mais acessíveis para estudar medicina no exterior exigem um desempenho acadêmico que vá além da média. Ao contrário do método brasileiro, o vestibular tradicional, são levados em consideração fatores como cartas de recomendação e atividades extracurriculares, somados ao histórico acadêmico.

Uma vez aceito em uma universidade estrangeira, a exemplo das argentinas e cubanas, é hora de passar por um currículo-base. Entram na lista de disciplinas assuntos já familiares no Ensino Médio, como Biologia e Química, que servem de base nos primeiros anos de formação. É só depois de passar por tais matérias que aulas mais aprofundadas, como as de Anatomia ou Fisiologia Humana, aparecem. Assim, os futuros médicos passam por um caminho introdutório semelhante ao chegar às salas de aula, e são nivelados para se dedicar à Medicina.

Em qualquer país do mundo, Medicina é um curso extenso e que demanda dedicação total dos candidatos por anos a fio — chegando a mais de uma década de formação acadêmica em alguns casos. Por isso, antes de embarcar para outro país para fazer o curso, convém prestar atenção ao currículo da instituição, bem como às oportunidades de pesquisa e experiência clínica possíveis. Assim, é possível entender melhor qual opção se encaixa melhor para o futuro médico.

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Sobre o escritor

Priscila Bellini
Priscila Bellini
Priscila Bellini é jornalista, bolsista Chevening 2018/2019 e mestre em Gênero, Mídia e Cultura pela London School of Economics and Political Science (LSE). Foi colaboradora do Estudar Fora em 2016 e 2017 e editora do portal em 2018.

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