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5 perguntas sobre como é a vida de estudante em Israel

Colunista do Estudar Fora - 07/05/2018
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Depois de ter publicado a primeira coluna sobre minha experiência por aqui, vários estudantes de todo o Brasil entraram em contato comigo, em busca de aconselhamento. Estou orgulhosa dessa galera. Eles me impressionaram muito pelo seu nível de determinação e potencial. Dessa vez, vou me esforçar para responder, a partir de informações oficiais e do meu ponto de vista, algumas das perguntas que mais recebo sobre a vida de um estudante em Israel.

#1 Que língua devo saber para estudar em Israel?

O hebraico é a língua principal em Israel. No entanto, existem vários programas internacionais ensinados completamente em inglês do Ensino Médio ao doutorado.  Além disso, a maioria da população fala inglês como segunda língua.  Grande parte dos sinais, placas e embalagens com informações importantes estão em inglês.

Quando cheguei a Israel, eu nem era fluente em inglês. Por ter estudado em uma escola internacional, eu estava em constante imersão e acabei ficando fluente relativamente rápido. Isso acontece com a maioria dos estudantes que vêm sem ser fluentes, pois os programas internacionais são dirigidos no idioma e a imersão é inevitável.

#2 Israel é desenvolvido? Existe algo além de desertos?

O IDH de Israel é de 0.89, contra 0.75 do Brasil, colocando a pequena nação na décima nona posição entre as nações mais desenvolvidas do mundo. Entre os outros fatos que tornam Israel atrativo, está o número de startups per capita – que é o maior do mundo.

Israel também produz mais artigos científicos per capita do que qualquer outra nação no mundo, com um índice de 109 para cada 10 mil pessoas. O população acredita na importância dos avanços em ciência e tecnologia e isso faz com que Israel possua o maior número de cientistas e técnicos na força de trabalho – 145 para cada 10 mil pessoas contra 85 para cada 10 mil pessoas nos Estados Unidos. Muitas tecnologias que utilizamos todos os dias nos nossos computadores, celulares e hospitais foram desenvolvidas em Israel.

Estudando aqui é possível acompanhar de de perto as startups que estão desenvolvendo as próximas tecnologias revolucionárias e também trabalhando em segurança cibernética.

#3 Existem oportunidades se você não for judeu?

Você não precisa ser judeu para ser um estudante em Israel, e nem mesmo para ser um voluntário no Exército. A população adora receber estrangeiros, principalmente nas cidades não-religiosas, e os brasileiros que tem uma popularidade imbatível em Israel. Essa popularidade se deve, em parte, ao fato de muitos israelenses visitarem o Brasil e a América do Sul em uma viagem de comemoração ao fim do serviço militar.

#4 O que eu posso estudar em Israel como aluno internacional?

Existem diversos programas do bacharelado ao doutorado. Antes da universidade, é possível estudar em escolas internacionais, como o EMIS, onde me formei. A partir da graduação, uma das oportunidades mais populares são os programas internacionais da Universidade de Tel Aviv ministrados em inglês, com opções em Engenharia Elétrica ou Liberal Arts. Nessa Universidade existem bolsas especificamente para estudantes brasileiros de alto potencial.

#5 Israel é um país perigoso para estudar ou morar?

Nos meus últimos quatro anos em Israel, sempre me senti mais segura por aqui do que no Rio de Janeiro. A segurança urbana possibilita que adolescentes e crianças andem livremente pelas ruas em qualquer hora do dia ou noite, na maioria das cidades. Em Israel, também não precisamos esconder celulares ou equipamentos eletrônicos, pois crime e violência estão sob controle da segurança estatal.

Existe uma preocupação legítima com possíveis guerras, e não posso prever o futuro da situação geopolítica de Israel. No entanto, posso esclarecer que o exército e a  população são altamente preparados para situações de ameaça. Existem alarmes que soam em caso de risco e abrigos de segurança máxima em todos os prédios privados ou públicos.

Israel investe em inteligência para sua defesa e desenvolve tecnologias para interceptar a maioria dos objetos ofensivos lançados contra o país. A verdade é que, estatisticamente, a possibilidade de morte por consequência de conflitos em Israel é muito menor do que a probabilidade de morte por homicídio no Brasil, que tem a nona maior taxa de homicídio do mundo.

Então, por que eu acho tão importante divulgar essas informações? Esses fatos demonstram que quem busca aumentar seu impacto na comunidade científica internacional, desenvolver soluções tecnológicas para problemas sociais e ambientais, e de fato se desenvolver como indivíduo tem muito a se beneficiar de parcerias com instituições israelenses.

Creio muito na competência, talento e paixão pelo conhecimento que muitos alunos cultivam no Brasil inteiro, apesar de todas as dificuldades que enfrentam. Sei do nosso desejo de mudar os rankings mundiais que o Brasil lidera. Cada um desses alunos competentes e dedicados pode fazer a diferença no Brasil utilizando o conhecimento e experiência que adquirir por aqui, para criar e transmitir o espírito de inovação e a energia da nação start-up à juventude brasileira.

Sobre a autora

Yasmim Franceschi é natural do Rio de Janeiro e atualmente mora em Israel, onde possuí bolsa de estudos integral para estudar na Universidade de Tel Aviv. Ela acredita que a educação é a arma mais eficiente de empoderamento para a juventude. Yasmim superou dificuldades sociais e rejeitou quaisquer limitações impostas para sua jornada. Atualmente, a estudante pretende informar mais brasileiros sobre oportunidades de estudo fora do Brasil, principalmente em Israel, e estimular a juventude de origem pobre e desprivilegiada a nadar contra a correnteza para alcançar sua emancipação pessoal e intelectual.

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Sobre o escritor

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Os colunistas são estudantes e especialistas convidados pelo Estudar Fora para compartilhar sua experiência. É neste espaço que você verá relatos em primeira pessoa dos estudantes ou orientação especializada de profissionais que atuam com estudos no exterior.

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