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Brasileira aceita em 11 universidades dá dicas sobre application e bolsas

Priscila Bellini - 14/06/2017
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A brasileira Maria Eduarda Penteado tem uma lista considerável de aprovações em universidades estrangeiras: ao todo, são 10. Mesmo depois de acumular as cartas de aceite, que vinham de instituições como o Kings College London e a Universidade de Georgetown, ela sabia que apenas um nome realmente a interessava: Universidade Columbia.

No dia em que as instituições da Ivy League enviaram as respostas aos candidatos, Maria Eduarda e a mãe ficaram na expectativa, depois de um ano de participação no programa Prep Estudar Fora. “Eu abri o e-mail de Harvard e não tinha passado, e em Yale também não”, conta a estudante carioca. “Eu abri o e-mail de Columbia e comecei a chorar. Nós duas choramos, lemos a carta mais chorando do que lendo”.

Por que Columbia?

A intenção de se candidatar para a universidade, localizada em Nova York, começou há quatro anos. Quando ouviu sobre a instituição em uma feira de universidades na Escola Britânica, onde é bolsista, Maria Eduarda logo se interessou. “Fiquei apaixonada pelo core curriculum de Columbia”, explica ela. “Acho o formato em Columbia ajuda muito nisso. O aluno lê textos de história, de filosofia, questiona muitas coisas”.

Em vez de, logo de cara focar em uma major, portanto, os estudantes têm acesso a discussões mais amplas. São debates que podem se debruçar por questões filosóficas, como as origens do conhecimento e o que significa ser um indivíduo. “A gente também tem que pensar a crescer como pessoa”, ressalta Maria Eduarda.

A formação de Columbia, portanto, teria tudo a ver com a brasileira, que sempre se interessou por artes e projetos sociais. Para ela, que se dedica ao teatro há anos, “educação em arte tem que ser parte do currículo”. “Se já é difícil fazer arte aqui no Rio, imagina em outros lugares. É pouca oportunidade para muita gente boa”, comenta ela, que participou de projetos como o CAT (Criando Artes Together), na Escola Britânica.

Prestes a embarcar para a graduação na Columbia, ela também destaca que as muitas oportunidades em estudar em Nova York. “Além dos recursos da própria universidade, há estágios e oportunidades para quem se interessa por ciências humanas e sociais”. Localizada no coração da metrópole, Columbia costuma atrair palestrantes de destaque para seus eventos.

Como passar em uma universidade estrangeira

A brasileira explica que o processo de candidatura é demorado e exige dedicação por parte do aluno. Com apoio do Prep, ela conseguiu melhorar as cartas enviadas para universidades e ficar afiada para as etapas do processo seletivo. Eram horas de revisão e apoio de mentores, desde o começo do programa, que ajudaram a tornar a application melhor. “Às vezes, você tem alguma sacada, mas precisa de outra pessoa para dizer qual a forma de escrever isso melhor”, ressalta.

Para dar conta das exigências, o jeito é se preparar para cada detalhe, das cartas de recomendação aos essays. “Ninguém diz que é um processo fácil”, brinca. Afinal, a application exige que o candidato fale muito — e de forma bem elaborada — de si mesmo. “É importante ver se o perfil da faculdade se encaixa no seu e sempre ser sincero sobre quem você é”, opina a brasileira.

Uma boa application precisa ser um verdadeiro espelho do candidato, de suas conquistas, de seu perfil acadêmico e personalidade. O texto precisa chamar a atenção e refletir o lado pessoal. “Se seus olhos não brilham, você não chegou lá ainda”, indica Maria Eduarda.

Leia também: O passo a passo para quem quer fazer graduação no exterior

Como conseguir uma bolsa de estudo

O “sim” de Columbia veio acompanhado de um talvez. Isso porque, apesar da oferta, a instituição não havia concedido uma bolsa para Maria Eduarda. Sem o “need-based aid”, o sonho de estudar por lá ficou mais distante. Foi aí que a estudante carioca enviou um “appeal” à universidade.

O mecanismo funciona da seguinte forma: o aluno, após receber uma oferta muito baixa de bolsa de estudo, pode recorrer à universidade e demonstrar que precisa de mais apoio. Na prática, isso significa, por exemplo, enviar a oferta recebida pelo aluno, vinda de outra instituição americana. Com uma oferta mais atrativa em mãos, Maria Eduarda enviou o documento à Columbia.

“Há uma chance de que a instituição cubra a oferta”, sintetiza ela. “É um processo delicado, mas se você não pode mesmo pagar, e tem carta de outra faculdade, vale a pena fazer”, explica. Como a brasileira explica, Columbia havia destacado no e-mail com os resultados a possibilidade do appeal, o que a deixou mais segura. “Como as bolsas são baseadas no imposto de renda, o aluno nunca vai receber uma bolsa maior do que precisa”, ressalta. Por fim, Columbia cobriu a oferta, que vai abrir as portas para a graduação de Maria Eduarda.

Dica para application bolsas: ter motivação

Ainda que tudo isso pareça um caminho linear, em que o destino final é uma candidatura de destaque, nem tudo são flores. “Tudo bem se sentir nervoso de vez em quando, tudo bem dar uma pausa e não fazer tudo a toda hora”, resume Maria Eduarda. “Vale a pena tirar um dia só para relaxar, para dançar, para fazer alguma coisa que você goste”, recomenda ela.

Para quem deseja conquistar uma vaga em uma universidade estrangeira, o caminho certeiro é não desistir, mesmo diante dos essays e da preparação para testes, como o SAT. “As coisas só são possíveis se a gente acredita nelas”, conclui a brasileira.

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Sobre o escritor

Priscila Bellini
Priscila Bellini
Priscila Bellini é jornalista, bolsista Chevening 2018/2019 e mestre em Gênero, Mídia e Cultura pela London School of Economics and Political Science (LSE). Foi colaboradora do Estudar Fora em 2016 e 2017 e editora do portal em 2018.

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