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Saudade das Olimpíadas? Saiba como estudar fora com bolsas para atletas

Mariane Roccelo - 09/08/2021
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Nas Olimpíadas, a importância do investimento em esportes na formação de jovens fica ainda mais evidente. Medalhistas de países como Estados Unidos e China, por exemplo,  são na maioria estudantes ou ex-alunos que cursaram uma universidade de ponta e tiveram a carreira como atleta alavancada durante a formação acadêmica. Na maioria dos casos, isso é possível porque muitos desses alunos estudam com bolsas para atletas. 

A carreira acadêmica não precisa acontecer descolada de uma carreira nos esportes. Para ter uma ideia, somente a Universidade de Stanford, uma das melhores do mundo, enviou para Tóquio 39 alunos e ex-alunos. Nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, representantes da instituição que competiram por diversos países conquistaram, juntos, 27 medalhas. Muitos desses estudantes vieram de outros países e cursaram os programas de Stanford com bolsas para atletas.   

Leia também: Olimpíadas: conheça os atletas que estudaram nas melhores universidades do mundo

Nos Estados Unidos, “o esporte universitário é super competitivo, a gente tem recordista mundial que é estudante de Stanford“, conta Juliana Kagami, Team Líder do Prep Estudar Fora e da Comunidade de Líderes da Fundação Estudar. Foi através de uma bolsa estudantil para atletas que ela pôde realizar uma graduação dupla em Economia Internacional e Estudos de Culturas Internacionais na St. Francis College, de Nova York, e paralelamente continuar a carreira na natação.  

O que é a NCAA

A principal liga de esportes universitários nos Estados Unidos é mantida pela NCAA (National Collegiate Athletic Association), criada há mais de 100 anos pelo ex-presidente Theodore Roosevelt. A associação é composta por 1281 instituições, conferências, organizações e coordena campeonatos de 26 modalidades.

A NCAA divide as universidades e faculdades em três divisões para cada esporte, e as bolsas de estudos para os atletas variam de acordo com o nível que o estudante compete. Nas divisões I, geralmente, as bolsas são maiores e até integrais, dependendo da universidade e da modalidade. Nas divisões II, elas são menores, já nas III geralmente não há subsídios. 

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Como conseguir bolsas para atletas em uma universidade dos Estados Unidos

A forma mais tradicional de conquistar bolsas de estudo para atletas é enviar para as universidades vídeos apresentando a própria performance no esporte e compartilhar resultados de competições. Além disso, o aluno pode solicitar que o próprio técnico/treinador faça uma ponte com o departamento atlético de cada instituição.

“É um processo que é muito tocado direto com o técnico, que geralmente faz alguma recomendação”, explica Juliana. Após entrar em contato com as universidades, o estudante passa a ser avaliado pelos “talentos e habilidades que interessam para a instituição”, conta. 

Após negociar com os departamentos atléticos, é necessário realizar o processo de application padrão para todos os estudantes, enviando toda a documentação exigida. Os critérios de seleção para esses bolsistas, entretanto, consideram o desempenho como atleta na hora de avaliar quais alunos serão aceitos.  

Conciliar treino e formação acadêmica

No Brasil, infelizmente, conciliar uma carreira acadêmica e treinos em nível profissional é quase impossível e a maioria dos estudantes precisa optar por um ou outro caminho. Esse é um dos principais motivos que levam jovens brasileiros a tentarem bolsas para atletas em universidades de ponta nos Estados Unidos.

Esse foi um dos principais motivos que levaram Juliana a estudar fora. No Brasil, ela “não via uma forma de conciliar uma boa faculdade e um bom ensino superior com o esporte, mas isso é possível nos EUA”.  Segundo ela, por aqui até o horário do treino entrava em conflito com os das aulas, e ela teria que escolher entre treino ou ir para a faculdade. “Nos EUA, eles tem várias regras: se nadar em uma universidade da NCAA, você só pode treinar no máximo 20h por semana porque nas outras 20h precisa estudar, e o técnico respeita”, explica. 

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Esse foi o mesmo motivo que levou a tenista Erika Cheng a ir em busca das bolsas para atletas. “Nos Estados Unidos, consigo estudar em uma das melhores faculdades de engenharia e jogar um alto nível de tênis”, explica.  Após enviar e-mails para diversos treinadores de várias instituições, ela foi aceita com bolsa para atleta no time de tênis da Virginia Tech, onde atualmente cursa o segundo ano com foco em engenharia. 

Enviar outros documentos da application

Nos e-mails enviados para as universidades, Erika conta que anexou também outros documentos que são exigidos na application, como notas no SAT, no TOEFL e médias escolares. Isso fez com que o próprio processo de aprovação tradicional fosse mais fácil. No contato feito com as instituições, ela deixava clara a vontade de jogar pela faculdade e solicitava uma conversa com os treinadores que tivessem interessados.

Carga horária dupla

As bolsas de estudo e os acordos entre os treinadores das equipes e a coordenação acadêmica são fundamentais para o estudante e atleta conseguir conciliar ambas as atividades – que demandam muito empenho. O desempenho positivo nas equipes e nos campeonatos pode ajudar a aumentar a bolsa do aluno, assim como manter um bom rendimento acadêmico é necessário para seguir competindo. 

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“É bastante treino intenso para se preparar para o season, a gente viaja bastante para jogar contra outras faculdades”, conta Érika. Paralelamente, se o aluno não vai bem no acadêmico, “não te deixam jogar”. “A gente tem menos tempo mas a mesma carga acadêmica”, explica. 

Mas, apesar de a carga ser mais intensa, as universidades conseguem auxiliar esses bolsistas para conseguirem conciliar estudos e esporte. Além de limitar a carga horário dos treinos, eles oferecem monitores e professores extras para que o aluno consiga ter um bom desempenho nos estudos. “Eles ajudam bastante com isso”, conclui Erika. 

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Sobre o escritor

Mariane Roccelo
Mariane Roccelo
Jornalista. Formada em Jornalismo e Comunicação Social pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Meios e Processos Audiovisuais (PPGMPA) e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCOM), ambos da USP.

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