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6 coisas que aprendi estudando em Stanford

Redação do Estudar Fora - 06/04/2016
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Gustavo Silva ganhou uma bolsa, ainda durante o Ensino Fundamental, para estudar em um dos melhores colégios de São Paulo. Estando em um dos melhores colégios de São Paulo, foi aceito pelas melhores universidades do mundo – e ganhou bolsas de boa parte delas. Hoje, ele está no seu segundo semestre na Universidade de Stanford. E, ao contrário do que se poderia pensar, ele não acha que já conquistou tudo. Pelo contrário, sabe que sua trajetória está apenas começando.

Tenho a certeza de que fiz a melhor escolha vindo para Stanford. Cresci muito e sei que isso é só o começo.

Por isso mesmo, Gustavo aproveita toda oportunidade que tem para crescer e se desenvolver. No último semestre, ele pegou disciplinas em suas áreas de interesse – cursou cálculo, física e ciências da computação. Sua curiosidade, porém, o levou a procurar também cursos de economia, francês, tênis e até mesmo sobre mudança climática. “É muito bom poder descobrir o que não gosto, o que gosto e o que gosto MUITO”, explica ele.

Com tantas disciplinas diferentes, e contato com uma rede de professores que estão entre as maiores referências para as suas áreas, há de se imaginar que o que Gustavo mais aprendeu foi sobre os conteúdos das suas aulas. Mas não – o estudante afirma que as maiores lições que recebeu foram sobre comportamento e atitude perante os problemas.

Confira o que ele diz que aprendeu ao estudar em Stanford:

 

1. Ser humilde aqui não é exceção, é regra.  

Ninguém aqui faz alvoroço e sai espalhando coisas que conquista. Um dos caras do meu dorm já trabalhou em pesquisa com o secretário de Defesa dos EUA, criou uma organização que já ajudou mais de 500 mil pessoas que não tinham o que comer e ele ainda manda bem em todas as aulas. Apesar de sermos muito próximos e conversarmos todos os dias, demorei 4 meses para descobrir isso sobre ele. Ele não se acha bom. Sabe que o que fez é legal, mas que ainda tem muito para fazer. Não é falsa modéstia, é humildade genuína. Ah, e o pai dele, que é CEO de uma das startups mais promissoras do Vale [do Silício], também é super humilde. Esse é só um exemplo para ilustrar como as pessoas aqui são humildes. A minoria que é arrogante é composta pelas pessoas menos promissoras.

2. Não dá para ser o melhor em tudo.

Durante o Ensino Médio, me acostumei a ser destaque em tudo – em todas as matérias de escola, em engajamento social, etc. Aqui não dá. Tem pessoas que são as melhores do mundo na área delas. O negócio é também tentar ser o melhor em algo, aprender com as outras pessoas e tentar construir algo com elas.

3. Stanford também tem uma média que pode ser ultrapassada. 

Fiz uma aula em que tínhamos que desenvolver uma experiência de usuário melhor para uma empresa. Fomos divididos em grupos. No meio do trimestre, vendo que desenvolver uma solução para empresa não era tão fácil, pensei “vou me contentar em fazer algo mediano. Algum grupo com certeza vai fazer algo fora da curva e não tenho chance de competir com isso.” Na apresentação final, todos os grupos foram medianos. Ninguém fez algo fora da curva. Eu deixei passar a oportunidade de fazer meu grupo ser outlier. Nas próximas oportunidades, vou fazer parte dos que vão além da média.

5. É ok não ter sonhos e objetivos claros.

Nos últimos anos, tenho difundido a necessidade de as pessoas terem um “sonho grande”, propósito e objetivos que as guiem. Meu propósito era “empoderar pessoas” , ajudá-las a aproveitarem o máximo do potencial que possuem para serem protagonistas. Aqui em Stanford, comecei a questionar se esse propósito fazia sentido para mim. No começo, tinha uma resistência enorme a esse questionamento, porque significava rejeitar o que tinha me guiado até aqui e ter que construir um novo. Depois de um tempo, entendi que esses questionamentos fazem parte. Para estar satisfeito com meus objetivos, tenho que estar aberto a questioná-los e reformulá-los com o que estou aprendendo.

6. Ser específico torna ideias mais fortes. 

Descobri que tenho o péssimo hábito de ser muito amplo em minhas palavras e ideias. Por exemplo, meu propósito de “empoderar pessoas” é extremamente vago. Isso pode significar várias coisas, não é uma ideia que pode ser visualizada facilmente. Preciso repensar minhas ideias vagas para deixá-las mais específicas . Numa aula de escrita, aprendi que especificidade deixa argumentos e ideias mais poderosos.

 


Sobre Gustavo

Gustavo Torres é bolsista da Fundação Estudar. Ele nasceu e cresceu no Capão Redondo, bairro da periferia de São Paulo, e em 2015 foi aprovado em cinco universidades de excelência dos Estados Unidos (Harvard, MIT, Duke, Columbia e Stanford), optando por Stanford.

 

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