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14 perguntas que as universidades fazem em entrevistas – e como respondê-las

Nathalia Bustamante - 18/03/2024
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A maior parte das entrevistas de admissão têm uma série de perguntas com objetivo de identificar se o estudante tem o perfil da universidade – e isto é importante não apenas para o avaliador como também para o candidato. É muito raro que sejam feitas perguntas traiçoeiras ou que façam o estudante se sentir estúpido. Lembre-se: a universidade também tem interesse em causar uma boa impressão em você.

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O mais importante é ser sincero mostrar sua personalidade de formas que não são identificadas no application. Abaixo, você confere algumas questões típicas e algumas sugestões de como preparar a sua resposta.

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1. Fale um pouco sobre você

Esta pergunta parece ser mais fácil do que realmente é. Como reduzir toda a sua vida em algumas frases? É difícil evitar lugares-comum como “sou amigável” ou “sou muito dedicado”. Claro que você quer demonstrar que é fácil de conviver e estudioso, mas tente também trazer algo memorável e que te possa te distinguir dos outros candidatos. Assim, não perca muito tempo em respostas previsíveis: mostre ao entrevistador quem é você. Quais são suas paixões? Suas manias? Por que seus amigos gostam de você? O que te faz rir? O que te deixa bravo?

Você ensinou seu cachorro a tocar o piano? Você gosta de refletir enquanto anda de bicicleta? Você prefere ler durante a noite? Responda com seriedade e sinceridade, mas procurando pintar um retrato vívido e detalhado de você, e não apenas um esboço.

2. Por que você está interessado por essa universidade? Por que ela se encaixa no que você quer?

Seja específico ao responder, e mostre que você realmente fez uma boa pesquisa. Além disso, evite respostas como “Eu quero ganhar muito dinheiro” ou “quem se formou aqui sai muito nem empregado”. Geralmente, as universidades acham mais interessante sua curiosidade intelectual do que seus desejos materialistas. Dizer que escolheu a escola pelo seu prestígio também indica superficialidade na sua decisão.

O aluno deve falar sobre a universidade, e não sobre o clima local ou a proximidade a uma cidade ou às praias. O que motivou a sua escolha? Pontos extras se mencionar os laboratórios de primeira linha, ou uma frase como “a oportunidade de trabalhar com o professor X, na pesquisa Y”.

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O que, especificamente naquela universidade, chamou a atenção e te fez privilegiá-la a outras? O que você precisa mostrar ao entrevistador é que você sabe quais são as peculiaridades daquela instituição. Refira-se ao programa inovador do primeiro ano, sua ênfase em aprendizado pela experiência, seu foco internacional… Também é interessante mencionar tradições ou características do campus e da cidade, como ciclovias.

3. O que você trará de diferente para a universidade?

Outra questão de destaque e que deve ser pensada com cuidado, antes da entrevista de admissão. É óbvio o que uma estrela do esporte pode trazer ao campus, por exemplo. Mas, mesmo que esse não seja o caso, todos têm algo a oferecer. Como você contribuiu para sua escola, no Ensino Médio? O que fez com que você se destacasse? Muitas das melhores universidades do mundo procuram candidatos que tragam um “algo a mais” para seus campi. Essa é a chance de impressionar com algo que seja incomum ou excepcional sobre si mesmo.

4. Você tem perguntas sobre a universidade?

Tenha certeza que seu entrevistador vai te dar uma oportunidade de fazer perguntas, por isso, prepare-se com antecedência. Evite perguntas como “quantos majors vocês oferecem?” ou “quem são seus ex-alunos mais famosos?”. Estas perguntas são tanto desinteressantes como podem ser encontradas facilmente no site da universidade.

Pense em algumas perguntas desafiadoras e focadas, como: “O que os seus formandos diriam que é a melhor parte de estudar aqui?” ou “Eu li que vocês oferecem um curso em Estudos Multidisciplinares. Você pode me falar um pouco mais sobre isso?”.

5. Quais são as pessoas que mais te influenciaram? 

Há algumas variações para esta pergunta, como “Quem é o seu herói?” ou “Qual personagem histórico ou fictício você gostaria de ser?” Esta pode ser uma pergunta estranha se você não dedicou um tempo para pensar nela, então, considere as pessoas que você admira e, mais importante que isso, por que você as admira.

Muitas pessoas citam Gandhi, Abraham Lincoln, Obama… Estas respostas são interessates, mas podem parecer que você está apenas tentando criar uma boa impressão. Como, na sua vida e no seu dia a dia, Obama influenciou o seu comportamento? Boas respostas são, por exemplo, um membro da sua família ou da sua comunidade, um professor que te ajudou e te guiou em diferentes momentos de escolha de vida. Além disso, não necessariamente uma pessoa te influenciou por ser um exemplo positivo. Talvez você tenha crescido e se desenvolvido como resultado dos erros ou comportamentos de outros, que lhe mostraram o que você não gostaria de fazer com a sua vida.

Pense em o que te torna único. O que, no seu perfil, poderia ser considerado um agregador à diversidade da universidade?

6. Como você pode contribuir com a comunidade do campus?

Assim como para todas as outras, quanto mais específico você puder ser, melhor. Respostas como “eu sou muito dedicado” é superficial e genérica. Pense em o que te torna único. O que, no seu perfil, poderia ser considerado um agregador à diversidade da universidade? Pense em como você se vê interagindo com seus colegas e outras pessoas da universidade – esta questão é uma oportunidade para mostrar como algumas habilidades ou interesses podem agregar à comunidade do campo e também mostra que você está disposto a compartilhar conhecimento.

7. Conte um desafio que você superou.

Esta questão visa identificar que tipo de “resolvedor de problemas” é você. Quando você se encontra diante de um desafio, como você reage? A universidade será cheia de situações como esta e os recrutadores querem ter certeza de que os estudantes aceitos conseguirão superá-los.

Boas respostas podem ser focadas em desafios acadêmicos ou profissionais, mas também de metas pessoais ou superação de uma situação difícil. O importante aqui é que o entrevistador consiga entender o contexto, como você lidou com ele e quais foram os resultados da sua atitude – ou seja, como o problema foi resolvido

8. O que você faz no seu tempo livre?

“Relaxar” ou “ficar no Facebook” são respostas fracas para esta pergunta. A vida universitária obviamente não será só trabalho, e os recrutadores buscam por estudantes que farão coisas interessantes e produtivas mesmo quando não estão estudando. Você escreve? Escala? Joga tênis? Use esta questão para mostrar como você tem interesses diversos.

Também evite respostas que não sejam sinceras. Lavar louça em um abrigo comunitário é admirável e importante, mas provavelmente não será considerado um hobby. Em geral, as melhores respostas aqui mostrarão que você tem paixões fora de sala – e não necessariamente em atividades extracurriculares – e como você é aberto a múltiplos interesses.

9. Onde você se vê em 10 anos?

Aqui, não é necessário fingir que você tem sua vida toda planejada. Pouquíssimos candidatos que entram na universidade conseguem com perfeição prever suas futuras profissões. No entanto, o seu entrevistador quer entender sua capacidade de olhar adiante. Se você se vê fazendo três coisas diferentes, não tenha medo de contá-las. Honestidade e mente aberta também serão consideradas a seu favor.

Uma ótima resposta seria “Não sei exatamente, mas sei que quero trabalhar com pessoas. Por isso, pretendo pegar classes em sociologia e psicologia, para entender melhor quais são as minhas opções”. Isso mostra que você ainda está decidindo, mas que se conhece o suficiente e que tem interesse em explorar novas áreas.

10. Qual foi o último livro que você leu?

Esta pergunta é bastante frequente e pode levar a diversos erros, como escolher um livro só porque ele é famoso ou tem boa reputação. O entrevistador vai querer saber mais sobre por que você leu o livro, então falar sobre obras que você não domina e/ou não leu de verdade vai te colocar em uma enrascada. Risque da lista livros que foram leitura obrigatória no colégio ou na faculdade; livros que não são adequados à sua faixa etária, como ficção juvenil; ou grandes obras da literatura reconhecidas pela sua complexidade (Ulysses, de James Joyce, não é o livro preferido de ninguém e você parecerá mentiroso se o disser).

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Ao invés disso, escolha um livro que você goste, sobre o qual você se sinta confortável falando. Além disso, escolha um livro que tenha substância o suficiente para que você possa explicar por que gosta dele e que dê ao entrevistador uma indicação dos seus interesses. Afinal, o entrevistador quer saber sobre você,  e não o resumo da obra. Procure explicar por que aquele livro te toca e como ele abriu sua cabeça ou te levou a ter novas reflexões.

11. Se você pudesse mudar alguma coisa do seu passado, o que você mudaria?

Uma pergunta como esta pode provocar uma resposta amarga se você decidir mergulhar em decisões das quais você se arrepende. Tente colocar a situação sob uma luz positiva. Talvez você se arrependa de não ter dedicado mais tempo a coisas que gosta, como música ou atuação; talvez você gostaria de ter participado mais de atividades extracurriculares; talvez você se arrependa de ter escolhido mudar de cidade ou de emprego. Seja qual for a situação, uma boa resposta deve mostrar que, com aquela situação, você aprendeu e está mais preparado para quando novos desafios aparecerem.

12. Quem é a pessoa que mais influenciou você?

Citar um parente ou professor pode ser uma aposta segura, além de ícones políticos, como Gandhi. Pontos extras caso seja um sujeito de destaque na área em que você pretende se formar. Entretanto, prepare-se para as perguntas seguintes, que detalhem essa influência e admiração.

13. Você tem alguma questão?

Prepare muitas delas. Se a entrevista for conduzida por um ex-aluno, então, certifique-se de perguntas sobre sua experiência acadêmica. Ainda assim, faça a pergunta de forma mais criativa do que um simples “você gostou de lá?” ou “em qual acomodação você ficou?”. Essa parte também dará pistas ao entrevistador sobre o que você realmente sabe sobre a escola.

14. A que outras universidades você aplicou?

Entre as perguntas comuns, essa costuma ser capciosa. Isso porque o responsável por admissões está de olho na competição pelo candidato, e nenhuma instituição gosta de ser a “última opção”. Um caminho possível, nesse caso, é o de falar das suas escolhas de forma vaga. Por exemplo, “estou procurando universidades menores na Costa Oeste”. Depois, é só retomar a parte da conversa em que você fala da universidade que está entrevistando.

 

 

Formas de se preparar

É impossível se preparar para todas as questões, mas aqui vai uma série de exemplos das perguntas mais incomuns feitas em entrevistas de admissão:

– Descreva sua aula ideal
– Se você fosse um item de cozinha, qual seria?
– As suas notas são resultados da sua inteligência ou do seu esforço?
– Se alguém lhe desse um milhão de dólares, o que você faria com o dinheiro?
– Se você estivesse na capa da revista TIME, daqui a dez anos, por que seria?
– O que você mudaria sobre sua escola?
– Se pudesse jantar com qualquer pessoa – alguém que está vivo, que já faleceu, que é ficcional ou personagem histórico – quem escolheria e por quê?
– Se tivesse de fazer o Ensino Médio novamente, o que faria de diferente?

 

*Este texto contém informações extraídos do site ThoughtCo.

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Sobre o escritor

Nathalia Bustamante
Nathalia Bustamante
Nathalia Bustamante é jornalista formada pela UFJF. Foi editora do Estudar Fora entre 2016 e 2018 e hoje é coordenadora de Conteúdo Educacional na Fundação Estudar.

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