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12 filmes essenciais para quem deseja uma carreira internacional

Lecticia Maggi - 23/06/2023
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Claudia Gasparini, da EXAME.com

Investir em uma carreira internacional é o sonho de quase 8 em cada 10 brasileiros, segundo uma recente pesquisa divulgada pelo site de empregos Catho.

Nada menos do que 79,2% dos entrevistados disseram que aceitariam uma oferta de emprego fora do país. Desse total 11,5% diriam “sim” a uma vaga mesmo sem aumento salarial ou promoção de cargo.

A crise econômica explica por que tantos executivos têm olhado para fora, e até aceitado condições mais desfavoráveis para sair do Brasil. Mas muita gente ainda sonha em fazer as malas pelo simples desejo de conhecer outras culturas e ter uma experiência de carreira completamente nova.

Seja qual for o caso, é importante se preparar psicologicamente antes de partir. Segundo Ana Virgínia Kesselring, consultora em educação no exterior, a busca por uma vida melhor em outro país vem acompanhada de inúmeros desafios. “Surgem dificuldades inesperadas na língua, na cultura, nos relacionamentos, em você mesmo”, explica ela.

Para quem gosta de filmes, a sétima arte pode ser uma excelente aliada para refletir sobre os desafios da expatriação. Nesta lista, você verá 12 títulos recomendados por Kesselring e por Rodrigo Camargo, consultor de recrutamento de executivos da Talenses.

 

#1 Diários de Motocicletas

O filme mostra uma longa viagem empreendida por Che Guevara em sua juventude, nos anos 1950. Ainda estudante de medicina em Buenos Aires, o futuro guerrilheiro decide percorrer a América do Sul, de motocicleta, na companhia de seu amigo Alberto Granado.

Por que assistir? A grande mensagem deste filme é o poder transformador de uma viagem, afirma Ana Virginia Kesselring, especialista na preparação de brasileiros para cursos no exterior. “O que o protagonista deixa para trás e encontra em seu itinerário acabam por convertê-lo em uma nova pessoa”, diz. Analogamente, estar com o espírito aberto às vivências de uma experiência de trabalho internacional é fundamental para crescer pessoal e profissionalmente.

#2 Brooklin

No início da década de 1950, Eilis (Saoirse Ronan) é uma imigrante irlandesa que vive no bairro do Brooklyn, em Nova York. Quando sua mãe envia uma carta da Irlanda implorando pelo seu retorno, ela precisa escolher entre a partida para a Europa ou a permanência nos Estados Unidos, onde está seu namorado Tony.

Por que assistir? O drama da imigrante irlandesa é comum a muitos expatriados. “Sentir saudades de casa e ter de fazer certas escolhas são desafios que você deve considerar quando decide trabalhar no exterior”, diz Kesselring. “Pergunte a si mesmo se você realmente consegue viver longe dos seus entes queridos e por quanto tempo”.

#3 Comer, rezar, amar

Ao se dar conta de que vive um casamento infeliz, Liz (Julia Roberts) dá início a um doloroso processo de divórcio. Ela decide então recuperar seu interesse pela vida com uma longa viagem por três países: Itália, Índia e Indonésia.

Por que assistir? O filme mostra como experimentar hábitos estrangeiros pode ser libertador — desde que você seja realmente receptivo a essas experiências. Segundo Kesselring, a viagem empreendida por Liz faz com que ela perceba como antes vivia fechada em um mundo muito limitado. “Muitas vezes você esquece que pode ser feliz com algo totalmente diferente daquilo a que está acostumado”, explica.

#4 Encontros e Desencontros

Bob (Bill Murray) é um ator norte-americano decadente que vai filmar um comercial de whisky em Tóquio. Já Charlotte (Scarlett Johansson), também norte-americana, passa os dias “esquecida” num quarto de hotel pelo marido John, que está a trabalho no Japão. Quando os dois se encontram, acabam formando um laço improvável.

Por que assistir? Segundo Rodrigo Camargo, consultor em recursos humanos na Talenses, o filme retrata habilmente a solidão de ser estrangeiro, especialmente em meio a uma cultura muito diferente da sua. “Bob e Charlotte se aproximam simplesmente por serem da mesma nacionalidade”, afirma. A situação da mulher negligenciada pelo próprio marido, a trabalho no Japão, também merece ser observada. Segundo Camargo, um grave erro dos expatriados é não pensar o suficiente na situação do cônjuge em outro país. Essa falta de atenção pode trazer consequências sérias para todos os envolvidos, diz ele.

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O Enigma Chinês

#5 O Enigma Chinês

A vida do quarentão francês Xavier (Romain Duris) vira de cabeça para baixo quando a mãe de seus dois filhos decide se mudar para Nova York. Para não ficar longe dos filhos, ele faz as malas e vai morar no agitado bairro nova-iorquino de Chinatown.

Por que assistir? Xavier é um francês num bairro chinês numa cidade norte-americana. A mistura quase caótica de culturas é uma realidade para muitos brasileiros que decidem morar no exterior, e exige espírito aberto. “O protagonista vê graça nos chineses mesmo quando o tratam mal, experimenta comidas estranhas, sabe lidar com as diferenças”, afirma Camargo. “Se você tem um perfil fechado e não sabe fazer isso, a sua adaptação a um outro país pode ser inviável”.

#6 Intocáveis

O imigrante senegalês Driss (Omar Sy) consegue um emprego como cuidador do rico Philippe (François Cluzet), que perdeu o movimento das pernas e dos braços após um acidente. O filme é baseado na história real de amizade entre o milionário francês tetraplégico Philippe Pozzo di Borgo e Abdel Selou, imigrante algeriano que ele contrata como enfermeiro.

Por que assistir? Você provavelmente vai rir das situações em que o abismo cultural entre Driss e Philippe se torna explícito. Porém, a verdade é que choques culturais nem sempre são leves ou engraçados. Os dois protagonistas conseguem construir uma relação harmônica porque ambos cedem —  as também sabem reclamar o seu espaço quando é necessário. “Ambos os lados precisam convergir e se adaptar”, diz Camargo. “Tanto o expatriado quanto o país que o recebe precisam mostrar receptividade e aprender o máximo possível um com o outro”.

#7 O Sorriso de Monalisa

Nos anos 1950, uma professora com ideias liberais é contratada para dar aulas de arte na conservadora Wellesley College. Seu maior desafio será mostrar a suas alunas que elas devem questionar o papel que a sociedade machista lhes reserva.

Por que assistir? No filme, a professora Katherine tenta convencer suas alunas a sair do “piloto automático” e refletir sobre sua própria situação na sociedade. O mesmo exercício de reflexão vale para os expatriados. “Qual será a sua identidade antes, durante e depois da experiência internacional? A expatriação será uma ponte para alcançar quais objetivos de vida? É fundamental que você responda a perguntas como essas antes de fazer as malas”, aconselha Kesselring.

#8 A 100 passos de um sonho

Fugindo da violência política na Índia, a família do chef de cozinha Hassan (Manish Dayal) se muda para uma pequena cidade no interior da França. Tudo muda quando o rapaz decide abrir um modesto restaurante, a apenas 100 passos do premiado bistrô de Madame Mallory (Helen Mirren).

Por que assistir? De acordo com Camargo, o filme mostra como o apoio da família é essencial para que uma aventura em outro país seja bem-sucedida. O chef indiano Hassan só consegue se dar bem na França porque conta com o afeto do seu clã. “Como o brasileiro também é muito ligado à família, é importante refletir sobre o assunto e eventualmente planejar a ida dos seus entes mais próximos para o país de destino”, afirma o executivo da Talenses.

#9 Samba

samba
Samba

Samba (Omar Sy) já emigrou do Senegal para a França há dez anos, mas continua ilegal. Pego pela polícia, ele contará com a ajuda da oficial de imigração Alice (Charlotte Gainsbourg) para permanecer no país.

Por que assistir? É comum que expatriados façam amizade uns com os outros, já que o país onde estão é estranho para todos. No filme, essa dinâmica é evidente: o personagem principal estabelece laços apenas com outros estrangeiros, ou com nativos envolvidos com a questão da imigração. Camargo diz que é importante fugir dessa tendência. “Tentar sair da sua zona de conforto é difícil, mas vale o esforço”, explica. “Conseguir desenvolver relações com os nativos é a prova real de que você é capaz de se integrar”.

#10 À procura da felicidade

Abandonado por sua esposa, o vendedor Chris Gardner (Will Smith) enfrenta imensas dificuldades financeiras. Em meio à falta de oportunidades de emprego, ele luta para proporcionar uma vida melhor a seu filho de apenas 5 anos.

Por que assistir? Do choque cultural à dificuldade de se inserir no mercado de trabalho, são muitas as adversidades enfrentadas por quem mora e trabalha num país estrangeiro. Segundo Kesselring, o mérito deste filme é mostrar que a persistência sempre acaba sendo recompensada. “Até as maiores dificuldades podem ser superadas enquanto houver esforço e vontade de buscar uma vida melhor”, diz.

#11 A sociedade dos poetas mortos

A ordem e a disciplina reinam na tradicional Welton Academy. A rotina do colégio entrará em ebulição com a chegada de John Keating (Robin Williams), professor de literatura determinado a ensinar seus alunos a pensar por si mesmos.

Por que assistir? O professor John sugere a seus estudantes que os sonhos não podem ser negligenciados. Por mais “estranhos” ou improváveis que sejam, eles são uma parte essencial da vida. “Se trabalhar fora do Brasil é um projeto importante para você, não deixe de vivê-lo”, diz Kesselring.

#12 Larry Crowne – O amor está de volta

Após anos de trabalho em uma loja, Larry (Tom Hanks) é demitido por não ter nível superior. Sua vida volta a ter sentido quando ele decide se matricular em uma faculdade.

Por que assistir? O filme é indicado por Kesselring por mostrar como uma crise pessoal pode alavancar um mundo de possibilidades. Assim como a nova fase vivida por Larry como estudante faz com que toda a sua vida adquira novo significado, a experiência de trabalhar fora também pode descortinar oportunidades imprevistas, diz ela.

 

Este texto foi originalmente publicado em EXAME.com

 

* Foto: Saoirse Ronan em Brooklin / Crédito: Cortesia de Lionsgate

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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