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Silicon Fen, o Silicon Valley inglês que tem ligação com a Universidade de Cambridge

Marcela Marcos - 02/11/2022
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Se nos Estados Unidos a região que sedia as grandes multinacionais de tecnologia e startups do ramo é o Vale do Silício, saiba que existe uma área equivalente no Reino Unido. Trata-se da Silicon Fen, que tem relação estreita com a Universidade de Cambridge. Neste post você vai entender o que é, afinal, o “Silicon Valley inglês”, como surgiu, por que é importante e quais são as empresas que estão por lá!

O que significa “Silicon Fen”

A relação com o Vale do Silício não é à toa. A primeira palavra que compõe a expressão “Silicon Fen” deriva justamente da região californiana. Já “Fen” faz referência à localização, ao sul de uma área conhecida como Fenland. A Silicon Fen também é conhecida como Fenômeno de Cambridge ou Cambridge Cluster.

Diante da relação direta com a universidade inglesa, parte do crescimento do centro tecnológico pode ser atribuído à instituição. A raiz mais tecnológica da Silicon Fen remonta dos anos 1970.

Leia também: Cambridge: tudo sobre a universidade de Isaac Newton e Charles Darwin

Naquela época, o Trinity College lançou uma iniciativa que ficou conhecida como Cambridge Science Park Initiative, o primeiro parque científico do Reino Unido – em que, oito anos depois, deu origem à Acorn Computers. Além das empresas de computação e software, o ecossistema de inovação atraiu, mais tarde, também companhias do ramo de Biotecnologia. A área, então, passou a ser vista como um dos centros tecnológicos mais importantes da Europa.

História do “Silicon Valley inglês”

Para entender o surgimento da Silicon Fen, é necessário percorrer a história da própria Universidade de Cambridge. Estabelecida em 1284, a instituição sediou descobertas como a do elétron, por Joseph John Thomson; da estrutura de DNA, por Francis Crick e James Watson, em 1953, entre outras fundamentais para a humanidade. 

Aos poucos, foram surgindo empresas que nasceram como spin-off de alunos de Cambridge. A primeira delas foi a Cambridge Scientific Instrument Company, em 1881, a partir do projeto de Horace Darwin, filho mais novo do famoso naturalista britânico. Em 1967, um subcomitê ligado à universidade planejou estreitar relações entre a ciência baseada na indústria e a instituição. O marco mais importante foi, como já destacamos, a criação do Cambridge Science Park.

Na década de 1990, a universidade estreitou laços com empresas de tecnologia (com mais de mil companhias do ramo estando por lá), mas foi também no período que surgiu um documento intitulado Cambridge Phenomenon Mkll, que apontava falta de suporte do governo britânico e falta de infraestrutura para a Silicon Fen.

Leia também: Qual é a ligação entre a Universidade de Stanford e o Silicon Valley?

Já nos últimos vinte anos, a economia britânica passou a ter um viés mais voltado para o empreendedorismo e livre mercado, o que atraiu investidores estrangeiros. Paralelamente, houve aumento no número de centros de pesquisa e desenvolvimento. Um dos marcos na história do Silicon Fen foi o ano de 2012, no qual houve aumento da taxa de empregabilidade. 

Multinacionais que estão na Silicon Fen

Um fator que auxiliou o aumento no número de empresas alocadas na Silicon Fen foi ter um aluguel comercial mais barato que o de Londres. Isso fez com que muitas multinacionais de tecnologia optassem por migrar da capital inglesa para o Cambridge Cluster. Estima-se que mais de 1.500 organizações de tech e Ciências da Vida estejam na região, com geração de receita girando em torno de 14 bilhões de libras esterlinas por ano.

Algumas dessas companhias são ARM Holdings (de microprocessadores), AVEVA (de software industrial) e Darktrace (de defesa cibernética). A Silicon Fen abriga, ainda, um escritório do Spotify e um laboratório de pesquisa da Microsoft, além da sede corporativa da AstraZeneca.

 

 

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Sobre o escritor

Marcela Marcos
Marcela Marcos
Marcela Marcos é jornalista e cursa mestrado na linha de Comunicação do programa de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do ABC. Foi colaboradora do portal Estudar Fora em 2018.

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