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Saiba como realizar a graduação nos EUA sem passar pelo ‘vestibular’

Lecticia Maggi - 04/03/2015
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Por Lecticia Maggi

Ao ouvir as palavras SAT e ACT muitos jovens que sonham em cursar a graduação nos Estados Unidos começam a suar frio. Não à toa. Estes são os nomes das provas exigidas pela maioria universidades norte-americanas no processo de seleção de seus alunos.

No 1º ano, o estudante terá aulas de inglês acadêmico e de disciplinas que possam auxiliá-lo na adaptação à universidade, como história, política e cultura americana, além de aulas introdutórias do curso pretendido

O SAT, por exemplo, avalia as habilidades dos estudantes em matemática, leitura em inglês e redação, e vale 2.400 pontos. Para conseguir ingressar em universidades de excelência, como Harvard, Stanford e MIT, é preciso obter mais de 2.000. Vale lembrar que a aprovação de um aluno se dá por uma soma de fatores. Ou seja, uma boa nota nessas provas, por si só, não é capaz de garantir sua admissão, mas uma nota muito ruim pode arruinar seu projeto de estudar fora.

A novidade é que algumas escolas renomadas dos EUA estão adotando um novo modelo de seleção, que dispensa a realização do SAT e do ACT e também o envio de redações (essays). O objetivo é justamente atrair e facilitar o ingresso de estrangeiros, a fim de tornar o corpo estudantil mais diversificado.

Para conquistar uma vaga, o candidato precisa apenas ter boas notas no ensino médio e nível de inglês intermediário (em geral, acima de 41 pontos no TOEFL). Atendendo a esses pré-requisitos, ele ingressa em um programa especial destinado apenas a estrangeiros, onde durante um ano será preparado para a graduação nos EUA: “No 1º ano, o estudante terá aulas de inglês acadêmico e de disciplinas que possam auxiliá-lo na adaptação à universidade, como história, política e cultura americana, além de aulas introdutórias do curso pretendido”, explica Roberta Verzolla, gerente no Brasil da Shorelight Education, empresa responsável por criar este modelo alternativo de ingresso e estabelecer parcerias com universidades para sua adoção.

Ao término deste primeiro ano de “preparação”, os alunos internacionais se juntam aos demais, seguindo direto para o 2º ano do curso desejado. Assim, não precisam fazer um ano a mais de graduação – eles se formarão no mesmo prazo daqueles que não passaram pelo programa de formação. “Isso é possível porque o aluno tem uma carga horária superior a dos outros no 1º ano. Ele tem 12 meses corrido de aulas, sem férias”, explica Roberta. A graduação no mesmo prazo depende, obviamente, do atendimento às exigências de notas. “É preciso mostrar que tem condições de continuar”.

Até o momento, cinco universidades já adotaram o programa: University of Central Florida (UCF), Auburn University, Florida International University (FIU), University of Kansas e Bath Spa University. Cada universidade tem autonomia para dar ao programa o nome que achar mais conveniente, além de adaptá-lo com a inclusão ou exclusão de disciplinas.

O carioda Guilherme Costa ingressou na  UCF por meio do programa (lá chamado de Global Achievement Academy) e está aprovando: “Há uma equipe de mais de dez pessoas que o ajudam com qualquer dúvida ou problema que você tiver. Estou me sentindo muito mais seguro assim, acredito que se tivesse ingressado na faculdade pelo método tradicional os anos seguintes seriam mais difíceis”. Segundo ele, o programa tem colaborado para que melhore o inglês e se integre à cultura americana.

Bolsas de estudo – Alunos internacionais que optam pelo programa só podem pleitear bolsas de estudo a partir do 2º ano. No primeiro devem arcar com o valor integral da anuidade, que gira em torno US$ 22.000. Com acomodação, transporte e alimentação, este valor pode chegar a US$ 40.000.

Entenda como funciona cada um dos programas:
University of Central Florida (UCF) – Global Achievement Academy
Auburn University – Auburn Global
Florida International University (FIU) – Global First Year
University of Kansas – International Academic Accelerator Program
Bath Spa University – International Year

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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