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Especialistas de Harvard dão dicas para sua aprovação

Lecticia Maggi - 28/04/2015
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Por Lecticia Maggi

Todos os anos milhares de estudantes do mundo todo tenham uma vaga na Universidade Harvard, a número 1 dos principais rankings acadêmicos. No entanto, apenas 5,9% (dados de 2014) dos candidatos são admitidos. O que fazem esses alunos diferentes dos demais? Segundo John Aslanian, diretor de recrutamento da Faculdade de Design de Harvard, provavelmente eles “contaram uma história pessoal que convenceu a instituição”.

Não há nenhum elemento que, isolado, poderá garantir sua aprovação. Você pode ter uma nota excelente no GMAT  ou pode ter três cartas de recomendação muito boas que, se a sua história não fizer sentido, você não será aprovado

“O seu application (candidatura) precisa fazer sentido no todo. Não há nenhum elemento que, isolado, poderá garantir sua aprovação. Você pode ter uma nota excelente no GMAT (uma das provas exigidas dos candidatos, que mede raciocínio verbal e lógico) ou pode ter três cartas de recomendação muito boas que, se a sua história não fizer sentido, você não será aprovado”, disse ele durante palestra na noite de segunda-feira (27/4) na cidade de São Paulo (SP). Outros cinco representantes de Harvard também estiveram no evento.

John enfatizou o caráter holístico do processo seleção – algo com o qual os brasileiros não estão nada acostumados, já que aqui são avaliados por apenas uma prova (vestibular). As universidades norte-americanas, por sua vez, avaliam os candidatos não apenas por sua capacidade acadêmica, mas também suas paixões, interesses e conquistas além da sala de aula, bem como compatibilidade com a escola. “Há muitas escolas excelentes no mundo e você tem que ter certeza que aquela – no caso Harvard – é ideal para você. E tem que nos convencer disso!”, afirma John.

Segundo ele, uma candidatura competitiva demonstra que o candidato pesquisou exaustivamente a instituição e conhece a fundo o programa de interesse, disciplinas que oferece e até professores. “Se você não fizer essa pesquisa antes, suas redações e personal statement (ensaio pessoal em que o aluno conta quem é) não serão bons”.

Personal statement – O ensaio pessoal é um dos pontos principais do application e que serve para “ligar” todos os demais (currículo acadêmico, provas como GMAT ou GRE, teste de proficiência em inglês, cartas de recomendação, etc). “Nas cartas de recomendação os outros falam como te veem. Aqui, é o momento em que você poderá contar quem é sob sua própria perspectiva. Então, aproveite a oportunidade!”, afirma Laura Amrein, diretora assistente de admissões da Faculdade de Educação de Harvard (Harvard Graduate School of Education).

Laura explica que Harvard avalia, em geral, os seguintes itens no personal statement de candidatos a pós-graduação:

– Objetivos a curto e médio prazo na carreira;
– Interesses de pesquisa;
– Experiências prévias com pesquisas e background acadêmico e profissional;
– E por que o programa desejado combina com você.

Cartas de recomendação – Os candidatos devem enviar a universidade três cartas de recomendação. Neste ponto, a orientação é escolher pessoas que o conheçam bem e que possam fazer uma carta detalhada e que seja intransferível. “Em geral, escolhem-se professores ou superiores de trabalho. É importante você ir conversar com a pessoa e explicar o curso que tem interesse, seus diferenciais e como ele se ajusta aos seus objetivos de carreira”, orienta Pam Ralston, diretora assistente de admissões da Faculdade de Negócios de Harvard (Harvard Business School).

Fique muito atento para não escolher a pessoa errada para escrever sua carta: “Já tivemos cartas que não eram exatamente boas. Acho que o candidato confundiu a relação que tinha com o chefe, que não gostava tanto assim do funcionário”, ri.

Entrevistas – Por fim, muitas escolas podem solicitar uma entrevista com o candidato, que pode ser feita pessoalmente no campus da instituição ou no Brasil (algum ex-aluno escolhido pela universidade conduz a conversa), via telefone ou videoconferência. O objetivo dos admissions officers é avaliar cinco pontos principais:

– Habilidades interpessoais do candidato;
– Paixões e interesses;
Background acadêmico;
– Capacidade de pensar de forma crítica e de resolver problemas;
– Domínio do inglês.

“A entrevista pode durar de 15 a 50 minutos e serve para verificar como aquele aluno irá se comportar na sala de aula caso seja aceito. Se ele sabe se comunicar bem e se tem potencial para contribuir com os demais”, completa Pam.

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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