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O uso de NFTs pode fazer sentido – pelo menos para as universidades

Mariane Roccelo - 15/04/2022
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As populares NFTs – sigla para non-fungible token, ou token não fungível – chegaram também na área da educação. Apesar de populares, muita gente não entende o que elas são, para que servem e se, de fato, têm algum valor. A boa notícia é: as dúvidas também para os quem compram, vendem e utilizam as NFTs.

Uma NFT é um ativo digital único, impossível de ser replicado ou substituído, pelo menos até o momento. Na economia, “ativos” são todos os bens, valores, créditos, direitos que formam o patrimônio de uma pessoa. Dessa forma, esses ativos digitais podem ser representados por esses itens que formam um patrimônio, só que em modelo digital. O  dinheiro utilizado para a compra e venda das NFTs são as famosas criptomoedas, ou moedas digitais.

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O valor dessas NFTs são especulativo, ou seja, elas não têm preço determinado pois depende de quanto as pessoas estão dispostas a pagar por ela. Na internet, o tipo de NFT que se tornou mais debatidos foram os relacionadas às artes após algumas obras, como a Crossroad, do artista digital Beeple, ser vendida por US$ 6,6 milhões. As NFTs permitem a compra de uma obra digital original ou a réplica de pinturas ou gravuras famosas.

NFTs e Universidades

As universidades entraram na onda das NFTs de várias formas, entre elas vendendo o que têm de mais precioso: as pesquisas. Em junho, a Universidade da Califórnia, Berkeley, vendeu uma peça de NFT por US $ 50 mil com a réplica da pesquisa do imunologista James Allison, Prêmio Nobel de medicina.

Entretanto, em uma entrevista para o portal Inside Higher Ed, o diretor de Inovação e Empreendedorismo da universidade, Richard Lyons, explicou que e venda de uma segunda pesquisa premiada com um Nobel ficará em espera. Lyons explicou que o processo para criar o NFT foi legalmente complicado e, por enquanto, a Berkeley avaliará se vale a pena lançar a segunda obra.

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Paralelamente, o diretor conta que “a barreira é relativamente baixa para organizações que querem apenas tentar alavancar NFTs”. Por enquanto, as universidades têm lançado peças à venda para angariar fundos e avaliar as possibilidades que essa tecnologia pode (ou não) permitir.

O ponto positivo desse comércio, que ainda tem um futuro bastante incerto, é que a filantropia tem se tornado comum. Muitos dos dos vendedores que recebem as criptomoedas com a venda dos ativos doam o valor arrecadado para outras organizações. Nesse cenário, as universidades podem também ter o papel de recebedoras dessas doações. Para o Times Higher Ed, “os NFTs abrem um mundo de possibilidades para arrecadadores de fundos universitários”.

Outras possibilidades para as NFTs na educação

Do lado de lá do globo, a Universidade de Hoseo, da Coreia do Sul, adotou outra forma de utilizar esses ativos digitais: todos os 2.830 estudantes graduados em 2021 receberão diplomas cerficados de NFTs.

A Hoseo acredita que a mudança do diploma em papel para as NFTs impedirá possíveis falsificações e alterações no documento – uma vez que essas peças são impossíveis de serem copiadas ou falsificadas e, portanto, mais seguras. A Hoseo acompanha uma tendência entre grandes empresas coreanas, entre elas a Samsung e a LG, de emitir documentos importantes em NFT com objetivo de evitar fraudes.

De volta para as américas, no último ano, a Universidade Duke adotou uma medida parecida com parte dos alunos. A instituição forneceu credenciais de educação em forma de NFT para os estudantes de mestrado em Engenharia em Tecnologia Financeira. Nos Estados Unidos, essas peças digitais também tem sido utilizadas como um tipo de credencial que permite que os alunos tenham acesso a determinados eventos e espaços, recebam certificados mais confiáveis e até em recompensa e premiações em forma de NFTs.

 

 

 

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Sobre o escritor

Mariane Roccelo
Mariane Roccelo
Jornalista. Formada em Jornalismo e Comunicação Social pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Meios e Processos Audiovisuais (PPGMPA) e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCOM), ambos da USP.

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