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É possível trabalhar em Portugal durante o intercâmbio?

Colunista do Estudar Fora - 23/06/2017
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Por Nathália Brandolim Becker

A decisão em realizar um período de estudos no exterior pode depender de inúmeros fatores, mas eu acredito que um dos principais é: como vou me manter durante o período? Como vou custear o meu curso? E como posso conciliar estudos e trabalho no intercâmbio?

Algumas vezes é possível a obtenção de bolsas que ajudam total ou parcialmente a bancar a nossa formação em Portugal, por exemplo. Em outros casos, é preciso trabalhar. Você já deve ter lido aqui mesmo no Estudar Fora sobre como funcionam as regras para estudar e trabalhar em alguns países.

No meu caso em particular, gostaria de dar algumas dicas sobre como é possível estudar e trabalhar em Portugal, país em que estou realizando meu doutoramento. Apesar de ser bolsista, tenho acompanhado muitas situações em que os estudantes precisam trabalhar para complementar a renda e assim se manter adequadamente durante o curso. E neste sentido temos de ser realistas, pois nem todos os estudantes têm condições de concluir os estudos sem encontrarem uma oportunidade de trabalho.

É possível trabalhar em Portugal com visto de estudante?

Em Portugal o estudante que tem visto para tal, em princípio, somente poderá estudar. Entretanto, é possível trabalhar durante o período de estudos. Para proceder a este pedido, o interessado deverá solicitar autorização junto ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que é o órgão responsável por deferir ou não o seu pedido. Assim, o pedido de autorização para trabalho deve ser acompanhado de: uma carta do empregador, assinada em papel timbrado, em que conste a função que exercerá, os horários e outros detalhes pertinentes para esclarecer sobre a sua função; e, também, será preciso uma declaração da instituição de ensino em que você estiver estudando com os seus horários de aulas. A princípio é um processo bem simples em que a aprovação ou não do pedido pode ser rápida ou demorar um pouco. Há um custo para realizar este processo, que fica por volta dos 40 euros.

Outra opção são os trabalhos temporários, “trabalhos de verão”, em que há um acordo entre o empregador e os estudantes. Isso acontece, principalmente, durantes os meses de verão, aqui em Faro, pelo menos. As oportunidades em cafés, restaurantes, hotéis, entre outros locais aumenta muito. Por ser uma região turística, muitos dos locais exigem um conhecimento mínimo em inglês e, em alguns casos, também em espanhol e francês. Portanto, encontrar uma forma de garantir uma complementação na renda pode ser fácil ou não. Adicionalmente, mas, infelizmente, estágios remunerados são poucos e dificilmente encontrados.

Por fim, independentemente de qualquer coisa, eu gostaria de deixar algumas dicas importantes para quem quer trabalhar em Portugal:

1) Prepare-se para o intercâmbio um ano antes, e junte um valor que possa lhe manter por, pelo menos, 6 meses;

2) Pesquise sobre as oportunidades de trabalho na região em que se encontra a sua futura universidade;

3) Procure saber sobre possibilidades de financiamento;

4) Faça algum curso rápido de qualificação que possa te ajudar a encontrar um trabalho e, nisso, inclui-se cursos de idiomas;

5) Procure conversar com estudantes que já estão no exterior para que assim você possa ter uma noção real de como as coisas funcionam.

 

As dificuldades podem existir, mas não deixe de sonhar e buscar o que deseja.

 

Sobre a autora:

Nathália Brandolim Becker é doutoranda em Psicologia, na Universidade do Algarve (UAlg), Portugal. Atua como Representante da BRASA Grad na UAlg. É co-idealizadora do Núcleo de Alunos Brasileiros da Universidade do Algarve e do blog BrandoBe e, membro voluntário do Conselho de Cidadãos do Consulado-Geral do Brasil em Faro.

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Sobre o escritor

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