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De Faxinal ao MBA na Universidade Duke, nos EUA

Lecticia Maggi - 06/10/2015
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Por Cláudia Adão

Meu nome é Cláudia Adão e esse é meu primeiro texto para o Estudar Fora! Atualmente, curso o primeiro ano de MBA na Fuqua Business School, a escola de negócios da Universidade Duke. Meu sonho de estudar fora começou há tanto tempo que eu nem sei quantos anos eu tinha, sério. Eu cresci em uma cidade pequena do interior do Paraná chamada Faxinal, que tem apenas 16 mil habitantes. Foi lá que cresci e fiz todo o ensino médio. Eu via nos filmes como Harvard e MIT eram escolas de excelência e acho que foi assim que surgiu minha vontade e interesse em estudar em uma dessas escolas mundialmente reconhecidas.

Eu sabia que não seria facil sair de Faxinal e ir estudar no exterior (na minha época não existia o Estudar Fora e eu nem sabia que era possível fazer uma graduação em outro país), então meu plano foi: vou me destacar no Brasil e depois terei a chance de conseguir meu espaço no exterior. E foi seguindo esse raciocínio que eu escolhi estudar no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica).

Uma das primeiras barreiras que tive de superar quando comecei o ITA foi lidar com a sensação de ser ‘inferior’ aos meus colegas de turma. (…) Ver tanta gente incrível me fez questionar se eu realmente deveria ter sido aprovada. Pensei várias vezes: ‘Será que não erraram no processo de correção?'”

Primeira barreira –  Não é segredo que grandes sonhos exigem grandes esforços, e não foi diferente para mim. Fiz três anos de cursinho até ser aprovada no processo de seleção. Foram três anos de muito estudo e dedicação, aulas de segunda a sábado e quatro horas de prova aos domingos. Deixei de viajar, sair e festar com amigos e não me arrependo da decisão que tomei. Faria tudo de novo.

Segunda barreira – Finalmente, eu tinha sido aprovada na escola dos meus sonhos, o ITA, mas quem disse que ser aprovada foi a parte mais difícil? Eu descobri em pouco tempo que me formar seria difícil também. Todo o aprendizado pessoal e a resiliência que criei durante os três anos de cursinho foram essenciais para que em cinco anos de graduação eu pudesse me formar em engenharia mecânica aeronáutica.

Uma das primeiras barreiras que tive de superar quando comecei o ITA foi lidar com a sensação de ser “inferior” aos meus colegas de turma. Eu me achava muito inteligente por ter sido aprovada em um dos mais difíceis vestibulares do Brasil, mas chegar lá e ver tanta gente incrível me fez questionar se eu realmente deveria ter sido aprovada. Pensei várias vezes: “Será que não erraram no processo de correção?”. Conto isso agora porque vou retomar esse mesmo assunto quando falar sobre o MBA.

Entender suas limitações, confiar no seu potencial, respeitar o outro e estar aberto a aprender foram as lições mais importantes que tirei durante minha graduação. Não importa se você é bom em alguma coisa, sempre haverá alguém melhor, e isso é bom porque é uma oportunidade para você pode aprender.

Oportunidades de crescimento – Durante a graduação eu me preocupei não só com as notas, como também me envolvi em várias atividades extra-curriculares – que ajudam e muito no processo de seleção do MBA e te fazem ter “histórias para contar” nas redações e entrevistas. Eu trabalhei na empresa junior, fui professora e presidente em um projeto sem fins lucrativos chamado CASD Vestibulares (organização que oferece ensino de qualidade para mais de 500 jovens de baixa renda anualmente), e ainda diretora da Comissão de Viagens (viagem realizada pelos alunos do ITA para visitar empresas na Europa). Além disso, ainda fiz aulas de alemão por dois anos e meio, e inglês e francês por dois anos.

Fazer todas essas atividades me ajudou a desenvolver várias características que depois viriam a ser essenciais durante o processo de seleção do MBA. Eu me envolvi com tudo isso porque eu achava interessante e tinha uma alegria enorme em participar e ajudar nos projetos, mas ao mesmo tempo também estava me desenvolvendo e adquirindo experiências que seriam muito valorizadas no futuro.

Foi durante a faculdade, conversando com veteranos, que eu ouvi falar pela primeira vez sobre MBA. Juro que nem tinha ideia do que era

Opções não faltam – Foi durante a faculdade, conversando com veteranos, que eu ouvi falar pela primeira vez sobre MBA. Juro que nem tinha ideia do que era, eu estava no ITA porque gostava de números e achava que ser engenheira era meu futuro. A vontade de estudar fora ainda existia, o plano estava voltado para um mestrado ou doutorado. Depois de dois anos de faculdade eu descobri que a engenharia não era minha única opção e que meu sonho de estudar fora poderia ser realizado de outras formas.

Durante meu quarto e quinto ano, fiz estágio em consultoria estratégia, foi quando surgiu minha paixão pela área de negócios e também o novo sonho: MBA em uma top school. Eu já sabia que não seria fácil, mas impossível não era!!! E não foi!

É isso. Esse primeiro texto foi para explicar como surgiu essa vontade de fazer MBA e o que fiz que acabou me ajudando no processo – sem saber que aquilo estava me preparando para algo ainda maior. Nos próximos textos vou falar de como se preparar para o GMAT; conseguir informações sobre o curso e a escola; se preparar para entrevistas; e como financiar os seus estudos. Também vou falar sobre como é estudar em Fuqua; atividades e clubs; e como são as aulas de MBA… Enfim, tudo que eu gostaria de saber antes de ter começado minha jornada de MBA. Até mais!

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Cláudia estudou engenharia mecânica aeronáutica no ITA e hoje cursa o primeiro ano de MBA em Duke, nos EUA.

*Foto: Fuqua Business School / Crédito: divulgação Universidade Duke

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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