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De olho nas applications? Invista em autoconhecimento e liderança

Priscila Bellini - 07/09/2017
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Quem já se aventurou pelo mundo das applications sabe de algumas peças-chave em processos seletivos do tipo. Para começar, uma série de documentos que atestem o passado do candidato, como cursos realizados no Brasil e no exterior. Notas em testes padronizados, como TOEFL e IELTS, também entram no rol de requisitos. E daí vem um dos fatores tão exigidos por instituições de prestígio: perfil de liderança.

E essa não faz parte apenas das exigências em candidaturas para graduação e pós, já que ganha destaque em outros processos seletivos. Empresas também buscam profissionais capazes de agir como líderes nos mais diversos postos de trabalho. Um dos motivos pelos quais a liderança é importante para a carreira está na melhor capacidade de analisar como concluir responsabilidades e verificar quais os próximos passos.

Não é de estranhar, portanto, que instituições de ensino de prestígio também invistam nessa competência. Isso porque candidatos que tenham perfil de liderança são mais propensos a tomar a iniciativa de projetos, sabem como construir consensos e conseguem inspirar outros a colaborarem por um resultado maior. Tais características fazem sentido em um ambiente profissional e, também, na academia.

Um dos exemplos de programas de bolsa que demandam, desde os primeiros passos da candidatura, experiências de liderança é a Chevening. Lançado anualmente pelo governo britânico, o programa apresenta em um dos itens da inscrição online uma pergunta exigindo que o candidato relate aspectos de sua trajetória em que este perfil foi apresentado.

Autoconhecimento: a fonte de um bom storytelling

Para chegar a tais conclusões – e, mais do que isso, dar conta de montar uma application completa, é necessário saber contar uma história. A sua história, com pontos muito bem conectados, relacionando o que realizou no passado com os planos para o futuro. O pontapé inicial desse processo de autoconhecimento tem a ver com perguntas-chave, que ditam quais são os aspectos essenciais na personalidade e na trajetória de cada um. “Quais são seus valores e motivações?”, por exemplo, é uma pergunta que suscita boas reflexões sobre quais objetivos temos em mente na hora de executar um trabalho.

Outros pontos essenciais, que podem ajudar em uma application para bolsas ou em um processo seletivo para empregos, tem a ver com os pontos fortes e fracos. Sabendo quais são eles e como acioná-los e aperfeiçoá-los, fica mais fácil não só discorrer sobre eles em um essay ou um item da candidatura. Mais do que um item na application, essa reflexão aponta caminhos para trabalhar quais as fraquezas de cada candidato e dá margem para elaborar um plano de ação nesse sentido.

É a partir de questões-chave e atividades voltadas para autoconhecimento que o candidato pode montar sua história e contá-la melhor. Conhecer-se é, ainda, um ponto de partida para ser um líder melhor – fator tão valorizado por instituições mundo afora.

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Preciso ter liderado pessoas para ter “perfil de liderança”?

A respostas simples e direta é “não”. E o começo da conversa tem a ver com o conceito de liderança. Pelo senso comum, muita gente imagina a figura do líder como um sujeito engravatado que manda e desmanda em um grupo de pessoas. Não falta quem associe a palavra à figura carimbada de um “chefe”, responsável por gerenciar uma equipe de dezenas de funcionários.

Só que, mais do que um cargo ou do que uma grande empresa, o conceito de liderança tem a ver com uma prática diária que pode ser aprendida e trabalhada por qualquer pessoa. Em resumo, liderança significa saber quem você é, o que quer e como traçar planos para atingir seus objetivos. Um traço que não se desenvolve do dia para a noite, nem está no DNA de ninguém — é uma questão de prática e de busca pela excelência.

Ser líder, portanto, tem tudo a ver com a capacidade de planejar e de executar, traçando uma trilha em que também conte o impacto causado. Em outras palavras, independentemente do campo de atuação, vale refletir sobre os resultados gerados e sobre o quanto eles afetam positivamente quem está ao redor.

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Os níveis de liderança

Para o consultor de gestão e autor do bestseller Pipeline de Liderança Ram Charan, não há apenas um tipo de liderança. Seriam, na verdade, níveis distintos de liderança, estágios que parte da categoria “gerentes de si mesmos”. A descrição acima, que explica os aspectos principais que envolvem a autoliderança, entram nessa categoria.

A partir daí, ao adquirir e aperfeiçoar habilidades, um indivíduo passa a ser gerente de outros, gerente de gestores, gerente funcional, gerente de negócios, gerente de grupo e, então, gestor corporativo (cargo mais alto, como um CEO).

Para ir do primeiro ao segundo nível, entretanto, é preciso ter em mente algumas habilidades essenciais, que possibilitam uma melhor interação com grupos — e que, novamente, podem ser aprendidas em um curso de liderança.

Quatro habilidades necessárias para ser um líder

#1 Boa comunicação

Um bom líder deve ser claro e sucinto ao se comunicar com os outros. Isto inclui conversas pessoais, por e-mail, em público ou através de documentos formais – como os essays exigidos nas candidaturas.

Esta comunicação é especialmente importante na hora de dar feedbacks para o time. Um bom líder deve ter interesse genuíno em desenvolver as pessoas ao seu redor – seja oferecendo ajuda ou dando feedbacks respeitosos e transparentes.

#2 Motivação

Um bom líder deve ser capaz de inspirar as pessoas ao seu redor, estimulando-as a se dedicar em nome de objetivos comuns. Isto envolve também saber ouvir e exercitar a empatia pelos colegas, respeitando diferentes pontos de vista e dando voz às ideias do grupo.

#3 Capacidade de Delegar e Executar

Quem sabe ouvir é capaz de identificar nas pessoas ao seu redor o que elas fazem de melhor – e é também papel da liderança estimular que elas tomem aquelas responsabilidades para si. Assim, o líder não se afoga em atividades por tentar centralizar a execução; consegue motivar os colegas e se concentrar na visão estratégica do projeto. Mas, além disso, um bom líder também deve ser capaz de colocar a mão na massa e ajudar na execução dos projetos sempre que necessário – isso demonstra comprometimento com o resultado final.

#4 Comprometimento

Se o líder pretende inspirar e motivar as pessoas ao seu redor, ele também deve ser capaz de ir até o fim para entregar o combinado – mesmo que isto signifique horas extras de trabalho e compromisso com a qualidade das entregas.

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Sobre o escritor

Priscila Bellini
Priscila Bellini
Priscila Bellini é jornalista, bolsista Chevening 2018/2019 e mestre em Gênero, Mídia e Cultura pela London School of Economics and Political Science (LSE). Foi colaboradora do Estudar Fora em 2016 e 2017 e editora do portal em 2018.

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