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Como pesquisar sobre sua turma antes de partir para estudar fora

Gustavo Sumares - 06/10/2020
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Se você vai estudar fora, especialmente na pós-graduação, deve saber que a sua turma vai ser quase tão importante quanto seus professores. Há um senso de comunidade entre os alumni das universidades estrangeiras que oferece muitas oportunidades de networking e crescimento pessoal. Mas se por um lado há rankings para avaliar as universidades, não há ferramentas semelhantes para saber quais cursos têm turmas e comunidades legais. Por isso, vamos falar a seguir sobre como pesquisar sobre sua turma antes de estudar fora!

Por que isso importa?

Se você está entrando na graduação, pense no seguinte: você tem amigos que fez no ensino médio? Eles fizeram diferença na sua vida? É bem provável que a resposta a essas duas perguntas seja “sim”. É válido imaginar então que na sua graduação você provavelmente encontrará outras pessoas igualmente importantes! Quem já está indo para a pós-graduação vai conseguir perceber isso de maneira ainda mais clara.

Um dos motivos que leva muitas pessoas a optar por uma educação no exterior é a oportunidade de conhecer outras culturas. Nessa perspectiva, participar de uma turma internacional, com pessoas de vários países, religiões, etnias, orientações sexuais e classes sociais é uma experiência mais rica do que participar de uma turma em que todos são muito parecidos.

Além disso, é comum que os contatos feitos na graduação e na pós-graduação se tornem contatos profissionais depois da formatura. Por isso, participar de uma turma com alunos dedicados e competentes pode ser um passo importante na construção de uma rede robusta de contatos profissionais. Ou seja: para ter a melhor experiência possível ao ir estudar fora, você precisa saber como pesquisar sobre sua turma e garantir que ela também será legal.

6 dicas de como pesquisar sobre sua turma

A seguir, listamos algumas dicas práticas sobre como você pode pesquisar sobre a turma dos cursos que pretende fazer. Nosso objetivo é ajudar você a se informar tanto quanto possível sobre elas, para fazer uma escolha ainda mais acertada na hora de estudar fora. Confira:

Analise alguns números

Os rankings podem não dar a medida exata de como são as turmas daquela escola, mas podem dar pelo menos uma ideia. Eles costumam destacar dados como a proporção de alunos internacionais das universidades, ou a proporção entre homens e mulheres nas salas de aula. Essas informações são importantes para quem quer participar de uma turma tão diversa quanto possível, e de fato os rankings em geral avaliam melhor as universidades que recebem pessoas de perfis diferentes.

O ranking de melhores universidades do mundo da Times Higher Education já traz essas informações direto na listagem. Já o QS World University Rankings, outra avaliação que usamos como referência, também esses dados, mas apenas nas páginas individuais dedicadas a cada instituição de ensino superior, na seção “University Highlights” sob a aba “Students & Staff”.

Converse com quem já estudou lá

Na hora de escolher um curso no exterior — seja um intercâmbio, seja uma pós-graduação — conversar com quem já foi é muito importante. Por mais que as informações disponíveis nos canais oficiais muitas vezes sejam completas, só quem já esteve lá pode te contar dos detalhes que muitas vezes só são percebidos quando você chega ao destino. E a dedicação das turmas do curso é um detalhe desse tipo.

Por isso, antes de se decidir por um curso, procure conversar com brasileiros que já estudaram lá. Temos até um post separado só com dicas de como encontrar essas pessoas. Pergunte o que motivou-o a escolher aquele curso em específico, como era o envolvimento da turma nas aulas, e se ele mantém contato com os ex-colegas. As respostas a essas perguntas já devem te dar uma boa ideia de como são as turmas daquele curso.

Quem se formou lá fez o quê?

Outra maneira de verificar se o curso que você quer fazer tem turmas legais é pesquisar sobre projetos que nasceram naquele curso. É comum que a própria escola tenha uma página dedicada a ex-alunos de sucesso, ou a negócios e projetos que foram gestados em suas salas de aula, e esse pode ser um ponto de partida. Se não, vale a pena entrar em contato diretamente com a universidade para perguntar.

Você também pode tentar verificar isso pelo LinkedIn. Usando a busca da rede social, é possível procurar por pessoas que tenham concluído aquele curso, e ver o que elas estão fazendo atualmente. Caso se sinta à vontade, aproveite para tentar puxar assunto com elas por lá. Por ser uma rede voltada a trabalho e networking, solicitações desse tipo costumam ser mais benvindas do que em outros sites.

Trace o perfil dos estudantes

Mais do que apenas entender quais projetos nasceram daquele curso, vale a pena entender também que pessoas estão estudando lá. Em termos de motivações, nível de carreira e objetivos para o futuro, são pessoas semelhantes a você? Elas esperam do curso o mesmo que você espera? Responder a essas perguntas pode te ajudar a entender se o curso é mesmo aquilo que você espera.

Para fazer isso, conversar com ex-alunos e pesquisar sobre suas carreiras é uma opção. Mas você também pode usar redes sociais para ter outra ideia de quem são as pessoas que estão estudando lá. O LinkedIn, o Facebook e até mesmo o Twitter e o Instagram podem ser úteis nessa hora.

Entre nos grupos

Por falar em redes sociais, também vale pesquisar no Facebook para ver se as turmas do curso que você deseja fazer têm grupos por lá. É verdade que esses grupos estão migrando para o WhatsApp e outras plataformas, ou mesmo que esses grupos sejam ocultos. Mas ainda é comum que a rede social seja usada para discussões mais amplas com trocas de links e arquivos. Mesmo que você não consiga entrar nesses grupos, saber que eles existem já pode ser uma indicação positiva.

Mas se você puder entrar neles, aproveite a oportunidade. Veja como as pessoas da turma interagem entre si e, se quiser, dê uma olhada no perfil delas para ter uma ideia de quem elas são. Considere que, caso você faça aquele curso, provavelmente participará de um grupo semelhante, e imagine se isso é algo de que você gostaria. Se sim, é uma boa indicação de que você está no caminho certo!

Verifique se há organizações de ex-alunos

Muitas universidades renomadas, como Harvard e Stanford, têm organizações bem robustas de ex-alunos. O curso que você deseja fazer tem algo desse tipo? Se sim, pode ser um indício de que as pessoas que estudam lá mantêm uma boa relação com a escola depois que se formam. E isso, por sua vez, sugere que ela consegue criar um ambiente propício para o surgimento de novas oportunidades e boas ideias.

Dessa forma, é importante pesquisar se o curso que você deseja fazer (ou pelo menos a escola onde deseja estudar) tem organizações desse tipo. A existência delas pode sugerir que os alunos têm mais disposição em manter contatos e criar redes entre si, o que indica que as turmas sejam mais comprometidas. E elas também podem te dar dicas de como pesquisar sobre sua turma em alguns aspectos específicos (te colocando em contato com outros brasileiros que já passaram por aquele curso, por exemplo).

 

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Sobre o escritor

Gustavo Sumares
Gustavo Sumares
Gustavo Sumares é o editor do Estudar Fora. Jornalista, já escreveu sobre tecnologia e carreira.

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