InícioIntercâmbioExperiência profissional no exterior: AIESEC oferece programas de imersão em startups

Experiência profissional no exterior: AIESEC oferece programas de imersão em startups

Priscila Bellini - 03/10/2018
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Para quem sonha em fazer intercâmbio, não faltam opções à disposição. Programas focados em desenvolver a fluência em inglês, por exemplo. Ou outros que permitem que o aluno fale apenas português. Uma das iniciativas da AIESEC, maior ONG de liderança jovem do mundo, volta-se para a experiência profissional. Na imersão em startups, participantes trabalham em uma empresa estrangeira e turbinam o currículo logo no início de carreira.

A ideia surgiu em 2016, e desde então mobilizou mais de 6 mil jovens em viagens do tipo. Entre os destinos escolhidos, estão países como Egito e Índia, além de Colômbia e México. Pelas estimativas da própria AIESEC, o número de participantes só neste ano deve chegar a 900.

Ao integrar o programa, os jovens embarcam para um intercâmbio de curta duração, com custo de cerca de 6 mil reais. Por meio das posições em startups, é possível aprender mais sobre áreas diversas de atuação. Setores como marketing, tecnologia e design estão entre os que atraem participantes da AIESEC.

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O processo de seleção permite que cada estudante interessado verifique uma lista de vagas em aberto. A partir daí, é possível escolher as que mais atraírem a atenção e submeter o currículo. Depois, acontece uma entrevista final, com os membros da startup de interesse.

Vale lembrar que não há uma listagem fixa de requisitos, já que cada vaga apresenta seus próprios desafios. Entretanto, os critérios estabelecidos pela AIESEC incluem Ensino Superior em andamento ou completo. Além disso, nível intermediário de proficiência em inglês e conhecimento na área de interesse.

Para o programa de imersão em startup, não há remuneração. Os participantes ficam hospedados com hosts locais e, dependendo da empresa, recebem auxílios para despesas como alimentação. Os detalhes sobre inscrição e vagas podem ser conferidos pelo site da instituição.

Imersão em startups: a experiência de um brasileiro

Nascido em Brasília, o economista João Diogo Brites apostou no programa de imersão em startups no quarto semestre da faculdade. “Eu não queria um intercâmbio ‘confortável’, mas sim me obrigar a me desenvolver um pouco”, explica ele, sobre a sua decisão pelo programa. Escolheu a cidade de Cairo, no Egito, como destino.

Já com a ideia de sair da zona de conforto em mente, também deixou sua área original de atuação de lado. Na empresa egípcia ARQQA, em vez de atuar com economia, dedicou-se ao marketing digital. “A ideia era trabalhar tornando o marketing acessível para pequenas empresas, lojas menores e microempreendedores”, resume ele.

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Se não tinha experiência prática na área, como conseguiu o posto? Graças à mediação da AIESEC, pode acessar o descritivo da vaga e se interessar pelas tarefas propostas. Depois de enviar o currículo pelo site da organização, recebeu o convite para uma entrevista por vídeo. “Os sócios da empresa, que me entrevistaram, não estavam me avaliando pelas habilidades que eu já tinha, mas pela mentalidade com que eu estava indo para o Egito”, resume o brasiliense.

A ideia era que João ganhasse prática, ao longo de sua estadia na empresa, no setor de atuação. “Eles me perguntaram o que eu queria aprender em marketing, e não o que eu já tinha de conhecimento sobre isso”. Outro ponto importante, no caso de João, foi a barreira linguística, já que o idioma oficial no país de destino era o árabe. “Fui sem saber nada do idioma”, diz ele. Para a sorte de João, a proficiência em inglês já era suficiente.

Para o jovem brasileiro, os aprendizados durante a imersão em startups foram além de habilidades técnicas. Na ARQQA, as lições mais valiosas foram ligadas à gestão. “Aprendi melhor como motivar uma equipe, a fazer com que as pessoas trabalhem por um objetivo comum, e a como assumir uma posição de liderança sem necessariamente ter um cargo determinado”, conta João Diogo. De quebra, conheceu a fundo um ambiente diverso de startups e fez contatos de diversos países.

Depois de voltar ao Brasil, ele se surpreendeu com os impactos do intercâmbio. “É algo que chama atenção em todo processo seletivo”, resume o economista, que enveredou para a área de marketing digital depois da experiência. “Não me perguntam mais sobre como era estudar na UnB, mas sobre o intercâmbio”.

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Sobre o escritor

Priscila Bellini
Priscila Bellini
Priscila Bellini é jornalista, bolsista Chevening 2018/2019 e mestre em Gênero, Mídia e Cultura pela London School of Economics and Political Science (LSE). Foi colaboradora do Estudar Fora em 2016 e 2017 e editora do portal em 2018.

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