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Universidades renomadas investem pesado em pesquisa em saúde

Priscila Bellini - 18/11/2016
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Por Priscila Bellini

Das melhorias nos exames de rotina ao diagnóstico certeiro de doenças, a inovação em medicina mobiliza muitas das universidades consagradas no mundo todo. Além do valor humano desta atividade, por prover uma qualidade de vida maior às pessoas e garantir um direito fundamental, esta busca por inovação também é motivada pelo retorno monetário. “Uma droga vai ser patenteada por vinte anos, e a empresa que conseguir aprová-la vai se beneficiar do lucro dela por todo esse tempo”, explica o médico Mateus Taveira, que agora cursa o pós-doutorado em Harvard.

Como qualquer pesquisa na área médica precisa passar por etapas numerosas antes de aprovar e popularizar um teste ou um novo medicamento, o ritmo pode aparentar ser mais lento. Mateus explica que, comparada às atividades desenvolvidas em polos como o Vale do Silício, a medicina pode parecer “pouco dinâmica”. Mas, também nesse caso, as aparências enganam.

Aqui, a barreira entre o paciente, o leito e a bancada de pesquisa é quase inexistente

“O que acontece é que, antes de provar que qualquer coisa é efetiva, você tem que provar que ela é segura. E isso demora um tempo e demanda dinheiro”, explica Mateus. Atualmente, ele desenvolve pesquisas sobre câncer ligadas tanto à Harvard Medical School quanto ao Beth Israel Deaconess Medical Center, também ligado à universidade americana.

São numerosos os polos de inovação em medicina, nos Estados Unidos, na Europa, ou mesmo em destinos menos comuns, como a Ásia. Confira algumas das universidades mais prestigiadas por suas pesquisas médicas.

Harvard Medical School

A instituição americana já tem um nome de peso também na área médica, e conduz pesquisas de ponta com tecnologias promissoras. Uma delas, no caso do campo de estudo de Mateus, é a da imuno-oncologia, que busca utilizar as células defesa do paciente como aliadas no tratamento da doença, associada às drogas propriamente ditas.

Como o estudante de pós-doutorado explica, uma das vantagens de desenvolver esse tipo de atividade nos Estados Unidos vem da tradição deles em pesquisa. “Aqui, a barreira entre o paciente, o leito e a bancada de pesquisa é quase inexistente”, diz ele. Outro ponto importante nessa cultura de estímulo à pesquisa está ligado às formas que os americanos encontraram para financiar os experimentos.

Tradicionalmente, uma das instituições que mais patrocinam os estudos é o governo americano, pela figura do National Institute of Health. Entretanto, há muitas possibilidades já consolidadas no país, como as instituições filantrópicas e as associações de pacientes com determinadas doenças. São múltiplas saídas para uma barreira comum na pesquisa médica: o custo. “Qualquer reagente é caro, recrutar paciente é caro. Tudo fica caro porque é tecnicamente muito complicado, e os objetivos a longo prazo são muito mais ambiciosos”, resume Mateus.

Além de garantir um apoio generoso às pesquisas, a universidade conta com disciplinas que estimulam a inovação. A Escola de Saúde Pública, por exemplo, oferece a matéria de “Inovação e Empreendedorismo em Cuidados de Saúde” e também “Empreendedorismo e Cuidados de Saúde em Países Emergentes”.

 

MIT Initiative for Health Systems Innovation

Esse é um dos programas desenvolvidos pelo MIT (Massachussetts Institute of Technology) para os alunos que já estão matriculados em programas de mestrado ou MBA. Funciona como uma especialização na área de sistemas de saúde, que abrange estudos sobre a atividade médica em si e também sobre como criar sistemas mais eficientes.

Entram também na pauta do MIT aspectos fundamentais de biomedicina e práticas sobre o desenvolvimento de novas drogas, além da parte econômica que envolve cada atividade na área médica. Como a instituição destaca, uma das preocupações é trazer também a essa especialização o teor interdisciplinar valorizado pelo MIT. Além das várias áreas de conhecimento conectadas, o certificate tem um número reduzido de matérias obrigatórias, para permitir que os estudantes moldem sua formação como melhor se encaixa em suas carreiras.

 

* Foto: International Research & Training Program / Crédito: Harvard Medical School, Department of Ophthalmology

 

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Sobre o escritor

Priscila Bellini
Priscila Bellini
Priscila Bellini é jornalista, bolsista Chevening 2018/2019 e mestre em Gênero, Mídia e Cultura pela London School of Economics and Political Science (LSE). Foi colaboradora do Estudar Fora em 2016 e 2017 e editora do portal em 2018.

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