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Conheça 5 técnicas de liderança desenvolvidas por professor do MIT

Mariane Roccelo - 10/05/2021
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Há um conjunto de habilidades que todo bom líder precisa ter para trabalhar com equipes de forma saudável e eficiente. Segundo Charles E. Leiserson, professor de engenharia e ciências da computação do MIT e autor do livro “Introduction to Algorithms”, uma vez que Negócios tem a ver pessoas, compreender as diferentes interações humanas é a base para exercer uma boa liderança.

Em abril, o professor foi um dos palestrantes do Brazil Tech Trends, maior evento de tecnologia promovido pela Fundação Estudar.

“Liderança não nasceu naturalmente em mim”, conta Leiserson, que acredita que tudo pode ser melhorado através da educação. Em 2017, o professor foi convidado para participar do desenvolvimento da empresa de comunicação Akamai, momento em que enfrentou uma série de dificuldades ao encarar as equipes de engenheiros da então recém criada startup.

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Ao retornar para o MIT, Charles trouxe os aprendizados dessa experiência para a universidade. “Eu vi vários erros na academia acontecerem porque pessoas não são ensinadas a serem líderes”, conta. Com a experiência na Akami, Leiserson não apenas desenvolveu técnicas para trabalhar com as equipes como aprendeu a “não gastar muito tempo com interações improdutivas”.

Foi nesse contexto que ele desenvolveu o curso “Leadership Skills for Engineering and Science Faculty”, no MIT.  A iniciativa foi tão bem aceita pelos alunos que o professor criou um workshop a partir do conteúdo dado. O curso já foi dado diversas instituições norte-americanas e até estrangeiras, em países como Índia e Singapura.

Como o curso foi desenvolvido

O objetivo do workshop é ensinar técnicas de liderança para desenvolver trabalhos com coletivos e aproveitar da melhor forma possível a capacidade de cada membro da equipe. Para isso, Leiserson utilizou o conceito “whole brain model”, desenvolvido pelo pesquisador norte-americano Ned Herrmann.

Esse conceito utiliza a ideia que relaciona o lado direito do cérebro à criatividade e o esquerdo à razão. Herrmann aprofundou essa separação e dividiu cada lado do cérebro em duas partes. O lado direito abrigaria o modo de pensar artístico e criativo em relação ao sentimental. Já o esquerdo, é formado pelo pensar analítico em relacão ao organizacional.

Segundo Leiserson, esse modelo permite compreender as diferentes formas de pensar de um indivíduo para outro. É importante entender que “pessoas diferentes pensam diferentemente”, explica. A seguir, elencamos 6 habilidades que todo bom líder deve desenvolver, segundo o professor do MIT.

1. Reconhecer os próprios limites e aprender a escutar

Charles conta que pessoas de sucesso tendem a ter dificuldades de escutar outros e superestimar a autoconfiaça. No curso, ele aplica exercícios que colocam em teste as principais habilidades dos participantes, que muitas vezes aprendem que não são tão confiantes naquele tema e nem o dominam tão bem quanto imaginavam.

Com essa atividade, o professor explica sobre a importância de todo líder de saber escutar e aprender a partir do conhecimento da equipe.

2. Entender a diferença entre liderança e gestão

Segundo Leiserson, liderar significa ter a “habilidade de inspirar outros para atingir determinados objetivos”. Enquanto gestão tem a ver com aperfeiçoar modelos de trabalho, o líder deve desenvolver a habilidade de conduzir um grupo de pessoas para alcançar aquilo que a empresa busca.

Nem sempre liderar significa agir de acordo com as necessidades individuais de cada membro da equipe, explica Charles. Por isso, o líder deve ser, também, um modelo de inspiração.

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3. Grandes mudanças devem ser feitas de forma gradual

“Pessoas não reagem bem a mudanças repentinas”, explica o professor. Por isso, é importante aplicar as melhorias de forma gradual, para que as pessoas se sintam confortáveis até mesmo para debatê-las.

É preciso ter em mente que mudar simboliza sempre um momento de descontinuidade para todos. Para amenizar esse impacto, ele sugere que o líder realize encontros presenciais com objetivo de explicar explicitamente porque as mudanças estão sendo aplicadas.

4. Mantenha o diálogo aberto

Problemas sempre surgirão em trabalhos com equipes, é inevitável. Assim, é importante que exista sempre a possibilidade de diálogo entre todos os membros e o líder. Estabelecer ambientes confortáveis para as diferentes situações previne que problemas existam por baixo dos panos, dificultando a capacidade de resolvê-los.

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5. Fique atento aos pontos cegos

Um líder deve ter certeza que não tem pontos cegos ao longo do trabalho para não ser pego de surpresa. Para isso, é importante ter em mente que nem sempre tudo será contado para você. Por isso será necessário se educar para identificar as brechas.

O professor sugere duas técnicas para melhorar a capacidade de ver o todo. Primeiro, sempre se pergunte: “uma vez que tenho um plano estabelecido, o que está faltando?”.

Segundo, conheça os perfis de pensamento de cada membro da equipe e saiba como as diferentes formas de pensar podem contribuir para identificar possíveis brechas. “É nesse ponto que diferentes visões agregam”, conclui.

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Sobre o escritor

Mariane Roccelo
Mariane Roccelo
Jornalista. Formada em Jornalismo e Comunicação Social pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Meios e Processos Audiovisuais (PPGMPA) e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCOM), ambos da USP.

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