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Como a crise afeta a procura (e a importância) de uma pós no exterior

Nathalia Bustamante - 20/10/2016
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Por Access MBA

Mais de 8 anos se passaram desde o início da crise financeira global, e alguns argumentam que o pior já passou. Mas mesmo se isso for verdade, os efeitos da maior crise econômica que atingiu o mundo desde a Grande Depressão da década de 1930 deixaram uma cicatriz permanente no panorama socioeconômico do mundo.

Anos de volatilidade financeira e estagnação do mercado de trabalho têm tido um forte impacto sobre a força de trabalho mais jovem, o efeito mais notável é que um diploma de graduação já não é suficiente para manter uma vantagem competitiva na busca por empregos.

Uma nova realidade para os jovens em busca de colocação

O efeito mais duradouro da crise no mercado de trabalho não foi a contração imediata que viu empregadores congelarem os salários e cortarem posições de trabalho, mas sim a consequência acumulada da saturação da força de trabalho.

A demanda por educação aumenta, porque as pessoas tentam contornar o mercado de trabalho apertado

À medida que o mercado de trabalho já encolhido começou a se encher de profissionais que perderam seus empregos, milhões de jovens recém-formados em todo o mundo se viram incapazes de encontrar trabalho por causa de sua falta de experiência. Profissionais com diplomas de graduação não poderiam competir contra os profissionais experientes que tinham sido expulsos do mercado de trabalho como resultado da crise.

Em um efeito avalanche de proporções geracionais, muitos se voltaram para os estudos de pós-graduação para preencher esta lacuna. A suposição era de que este período de um ou dois anos longe da busca por trabalho iria permitir-lhes a entrada no mercado de trabalho, ou pelo menos ganhar tempo para que a economia melhorasse.

Ao concentrar-se no setor da educação, parece que a demanda por educação aumenta, porque as pessoas tentam contornar o mercado de trabalho apertado” – é o que menciona um relatório do Instituto de Viena sobre a Demografia (2010) daquela época.

O número de profissionais com uma pós-graduação expandiu consideravelmente, “com metas de recrutamento sendo superadas”, afirma um outro relatório do mesmo ano da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). “Isto é particularmente marcado pelos programas de período integral de MA (Masters of Arts) e MSc (Master of Sciences). Em algumas faculdades, como a de Negócios, houve um aumento de 75% dos estudantes estrangeiros em comparação com a entrada em 2008 “, diz o relatório.

Mas, quando os estudantes começaram a voltar massivamente às universidades, tornou-se claro que os que foram deixados para trás teriam ainda mais dificuldade para conseguir um emprego, enquanto os que optaram por um diploma extra teriam de enfrentar uma nova realidade, em que o campo de atuação tornar-se-ia novamente estável. No entanto, “estável” não deveria ser confundido com fácil, já que um diploma de pós-graduação tem, consequentemente, e, inadvertidamente, se tornado o novo bacharelado.

Perspectivas de um Cenário Positivo

Por mais que esta análise pareça assustadora, obter um título de pós-graduação é na verdade uma ideia de investimento bastante sólida, como demonstrado por numerosos relatórios e estudos.

De acordo com o último ranking do Financial Times (FT), indicando os níveis de emprego de ex-alunos com um diploma de pós-graduação em Finanças (MiF – Masters of Finance) três meses após a formatura, 70% dos estudantes que antes não tinham experiência de trabalho haviam conseguido um emprego neste período de tempo. Estudantes com experiência anterior de trabalho tiveram uma pontuação ainda maior, com quatro em cada cinco pessoas solidamente empregadas três meses após a graduação. Vale a pena notar que estas estatísticas são provenientes das próprias universidades, e só refletem alunos os quais as escolas conseguiram manter um registro.

Além disso, a média salarial de alunos das 100 melhores escolas no ranking do FT em Pós- Graduação em Gestão (MiM – Masters of Management) é de $ 58,000.00 dólares por ano. Já entre os alunos com Pós-Graduação em Finanças (MiF) sem experiência anterior, esse número é ainda maior, em cerca de $ 65,000.00 dólares, e para alunos com que entraram no programa tendo adquirido alguma experiência de trabalho com antecedência o salário é ainda mais alto, de $ 94,000.00 dólares.

Com tudo isso em mente, é seguro dizer que estes números representam um quadro muito conclusivo. Eles são um reflexo da capacidade do título de Pós-Graduação em cumprir a sua promessa principal – isto é, de ser uma cura persistente do desemprego e uma resposta para o pântano de hiper saturação da força de trabalho.

Além disso, um relatório do GMAC de 2016 que menciona a perspectiva de futuro dos ex-alunos sugere que a taxa de crescimento salarial anual de formandos com um título de Pós-Graduação em Contabilidade (MiA – Masters of Accounting) é a mais alta em uma escala que inclui programas de MBA e outros títulos de pós-graduação especializada, girando em torno de 10,6%. A segunda maior é de outro programa de pós-graduação – em Finanças, em 9,4%. O título de Pós-Graduação em Gestão (MiM) está em uma quarta posição respeitável, com uma taxa de crescimento de 7,6%. Todos os três programas são capazes de retornarem completamente todo o investimento financeiro em menos de dois anos – pouco mais de um ano e meio para formandos com Finanças, um ano para formandos em Gestão e menos de um ano para formandos com Contabilidade. Finalmente, os três títulos de pós-graduação também fornecem o maior impulso no salário registrado, com um incrível aumento bruto de $ 45,000.00 dólares para formandos em Contabilidade.

O caminho da Pós-Graduação

Mas o que uma pós-graduação realmente vai me ensinar? E além das estatísticas positivas, o que a pós-graduação realmente oferece aos estudantes a fim de justificar estes números? Se a pós- graduação é realmente o novo bacharelado, que tipo de qualificações os empregadores esperam ver dos jovens candidatos em busca de colocação?

Um título de pós-graduação é projetado para incutir habilidades especializadas. O foco está firmemente nas competências técnicas, que permitem ao formando ser altamente proficiente no mercado de trabalho. Uma combinação de teoria e prática leva à aquisição de competências que são universais e altamente aplicáveis. Em todos os exemplos, as universidades fazem parceiras com empresas locais a fim de proporcionar um ambiente de práticas reais para que estas habilidades sejam testadas, enquanto os alunos ainda estão no campus.

O foco [da pós] está firmemente nas competências técnicas, que permitem ao formando ser altamente proficiente no mercado de trabalho.

“Saber as teorias não é suficiente; precisamos aplicá-las de forma criativa. Nós trabalhamos com empresas reais em projetos que vão desde uma campanha de marketing para uma adega para o nosso projeto de consultoria até a competição do Desafio Online de Marketing da Google”, diz Marie Berriet, uma estudante que se formou na Hult International Business School, com uma pós-graduação em Marketing Internacional.

No caso de Marie, como em muitos outros, os alunos aprendem a praticar uma profissão. Por exemplo, uma pós-graduação em Economia Financeira pode levar a carreiras em ativos e risco de gestão, negociação, corporativo financeiro, bancário e de auditoria e gerenciamento de controle “, como afirma EDHEC Business School.

Simplificando, uma pós-graduação faz exatamente o que diz na lata –  transforma os alunos em mestres do ofício. Não é de surpreender, portanto, que a pós-graduação é a escolha preferida para os empregadores que buscam confiar seus negócios nas mãos de jovens profissionais. Isto é especialmente verdadeiro quando os empregadores são confrontados com a outra alternativa –  um profissional com o título de graduação, que adquiriu uma compreensão mais generalizada da área de atuação e não as muitas das habilidades específicas necessárias para fazer um determinado trabalho extremamente bem.

Finalmente, a diversidade que os estudantes enfrentam, particularmente em programas de pós-graduação internacional no exterior, muitas vezes revela-se uma experiência muito valorizada quando entram no mercado de trabalho, uma vez que lhes fornece uma visão enriquecida no mundo.

Os empregadores vão ficar impressionados com o fato de que você saiu da sua zona de conforto, especialmente se você tiver realizado trabalho remunerado ou voluntário ou superar quaisquer desafios durante a sua viagem“, sugere o jornal britânico The Guardian, em um artigo dedicado ao tema da exposição internacional.

Para muitos profissionais atuantes, esta experiência internacional não passa de um sonho, uma vez que significa que teriam que tomar um tempo precioso longe do trabalho para alcançá-lo.

No entanto, para os estudantes internacionais que têm o luxo do tempo, a pós-graduação oferece uma solução completa que os prepara para as exigências do mercado de trabalho moderno, de maneiras que um ou dois anos em um cargo iniciante, desprovido de responsabilidades reais e oportunidades, nunca poderia fazê-lo.

Portanto, como os economistas diriam, uma pós-graduação é o padrão ouro da educação para jovens aspirantes profissionais em todo o mundo.

 

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Este artigo foi originalmente publicado por Access Masters e o original (em inglês) pode ser acessado aqui.

 

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Sobre o escritor

Nathalia Bustamante
Nathalia Bustamante
Nathalia Bustamante é jornalista formada pela UFJF. Foi editora do Estudar Fora entre 2016 e 2018 e hoje é coordenadora de Conteúdo Educacional na Fundação Estudar.

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