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Por que estudar em francês no Canadá — mesmo que você não seja fluente no idioma

Gustavo Sumares - 06/01/2022
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Viver em um país bilíngue, com elevada qualidade de vida e moeda relativamente acessível frente ao real são alguns dos motivos que levam brasileiros a considerar o Canadá como destino para estudar fora. Mesmo assim, poucas pessoas sabem que também é possível estudar em francês no Canadá.

Francês é a língua materna de cerca de 23% da população do país, também de 85% da população da província do Quebéc, segundo dados do governo. E em alguns casos, estudar nesse idioma pode ser uma boa opção, mesmo que você não o domine ainda.

Foi o caso, por exemplo, da microbiologista brasileira Helena Toledo, que optou por fazer um doutorado na Universidade de Montreal. Helena começou seus estudos presenciais por lá em 2021, após fazer o curso de imersão acadêmica em francês oferecido pela própria universidade.

Decidindo o destino

Helena formou-se em Microbiologia e Imunologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 2014. Interessou-se por pesquisa desde a graduação, participando de projetos de iniciação científica.

Ela se sentiu atraída pelas diversas possibilidades de atuação que a área, mesmo sendo nova, já propiciava. “Particularmente a clínica e a pesquisa sempre foram as áreas que me despertaram maior interesse. Por isso, logo após a graduação dei continuidade à minha formação acadêmica seguindo o mestrado”, rememora.

Depois do mestrado, Helena trabalhou como analista laboratorial do Hospital Geral Roberto Santos para se familiarizar com a rotina de microbiologia clínica. Apesar de ter gostado da experiência, decidiu que queria continuar atuando em pesquisa científica. E nesse momento a ideia de estudar no exterior surgiu.

“Sei que nosso ensino superior e produção científica no Brasil são de alta qualidade, tanto em universidades públicas, quanto em institutos de pesquisa. No entanto, eu quis estudar fora do país por uma motivação pessoal de vivenciar outro ambiente de aprendizagem, outra cultura e aprender novos idiomas. Acredito que essa troca acadêmica/cultural é extremamente enriquecedora e benéfica”, comenta.

Inglês ou francês?

Helena chegou a fazer um intercâmbio para aprimorar seu inglês. Estudou numa escola de línguas de Montreal, e foi então que conheceu a cidade. “Em pouco tempo eu me apaixonei por Montréal e achei ainda mais fascinante o fato dela ser uma cidade bilíngue! Por isso, decidi fazer meu doutorado lá e comecei a pesquisar sobre as universidades e programas de estudo”, diz.

E nessa pesquisa, conheceu o programa de doutorado em Microbiologia e Imunologia da Universidade de Montreal e a doutora Caroline Quach, que faz parte do corpo docente do programa. “Fiquei extremamente interessada por seu trabalho, e entrei em contato demonstrando meu interesse em fazer o doutorado sob sua supervisão”, lembra a pesquisadora.

O programa, no entanto, era ministrado em francês, que não era um idioma que Helena dominava. Mas a adequação daquele programa aos planos de pesquisa da brasileira era impossível de ignorar. “Realmente cheguei a conclusão que dar continuidade aos meus estudos nessa universidade seria mais adequado, considerando o meu background e objetivos”, avalia.

Surgiu então a necessidade de aprender o idioma para estudar em francês no Canadá. O conhecimento que a pesquisadora tinha da língua não era suficiente para estudos de nível superior, “mas, estava muito motivada a enfrentar esse desafio”, lembra. Por isso, começou a fazer aulas particulares no Brasil em 2019, em escolas de idiomas.

Aprendendo francês

“Após minha admissão, me programei para fazer o curso de francisação intensivo da UdeM, que seria realizado de forma presencial no verão de 2020”. Mas o curso (como quase tudo de 2020) acabou sendo remanejado devido à pandemia da COVID-19 e oferecido online. Mesmo nesse formato, a experiência de Helena foi totalmente positiva.

Com o curso, Helena passou do nível B1 (intermediário básico, segundo o Quadro de Referência Comum Europeu) para o B2 (intermediário avançado), e de maneira bem tranquila.

“Eu adorei o curso! Apesar de ser uma experiência nova pra mim, de fazer um curso intensivo online, eu achei as aulas extremamente leves e fluidas”. Segundo ela, a variedade de estratégias de aprendizagem contribuíram para que o estudo não se tornasse maçante.

Essa variedade incluía aulas expositivas e práticas em dupla ou em grupo, com discussões sobre diversos assuntos — desde temas da atualidade até tópicos referentes à própria universidade. “Aprendemos, até mesmo a gramática, de forma leve, sem sentir”, considera.

Começando a estudar em francês no canadá

Além de se aperfeiçoar no idioma, o curso também ajudou Helena a se adaptar ao estilo de ensino da universidade. Ajudou-a também a se acostumar com a plataforma de ensino a distância que a universidade está usando enquanto não volta às aulas presenciais.

Outra vantagem do curso foi dar à pesquisadora a desenvoltura e confiança para participar mais ativamente da comunidade acadêmica. “Agora, que comecei a fazer disciplinas do meu programa de estudos me sinto muito mais segura para interagir com meus colegas de classe e fazer trabalhos em equipe”, considera.

Helena já realizou todos os procedimentos exigidos pela imigração do Canadá e aguarda receber uma permissão de estudos para poder embarcar. “Estou muito feliz e realizada de saber que essa etapa, tão sonhada e esperada, esta prestes a se concretizar”, conclui

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Sobre o escritor

Gustavo Sumares
Gustavo Sumares
Gustavo Sumares é o editor do Estudar Fora. Jornalista, já escreveu sobre tecnologia e carreira.

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