InícioGraduaçãoPor dentro dos colleges americanos: flexibilidade e experimentação

Por dentro dos colleges americanos: flexibilidade e experimentação

Lecticia Maggi - 05/09/2014
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Nos EUA, os colleges correspondem genericamente ao que é chamado no Brasil de “faculdade”, ou seja, uma instituição educacional ou parte de uma universidade que oferta cursos de graduação.

Eles podem estar tanto dentro de uma grande instituição privada – como, por exemplo, o Harvard College, que oferece os cursos de graduação – como em instituições “comunitárias” – os chamados Community Colleges. Mas há grandes diferenças entre os dois:

Community Colleges

Os community colleges são instituições públicas que oferecem cursos de dois anos de duração em diversas áreas. Os cursos que eles oferecem são chamados de “associate degrees”, e não têm o mesmo reconhecimento de um bacharelado no Brasil ou de um undergraduate degree nos EUA.

College Em Universidade

Neste caso, o college dura quatro anos. Neste período, o aluno terá disciplinas obrigatórias e eletivas (que poderá escolher). As obrigatórias são chamadas de Core Requirements, e devem ser cumpridas por todos, independentemente do curso pretendido.

O estudante faz um ciclo básico e declara apenas no 2º ano do curso a área em que pretende se formar (major). Ainda assim, até o último ano pode mudar sua decisão. Ou seja, não é preciso ingressar no ensino superior já sabendo o que se quer fazer. Ao contrário, você terá tempo suficiente para “experimentar” diversas disciplinas antes de optar por uma área de formação.

Em algumas universidades, como Harvard, os Core Requirements recebem outros nomes. Na instituição mais famosa do mundo eles são chamados de General Education Classes e são agrupados em diferentes áreas do saber, como matemática/informática, história, literatura, línguas estrangeiras, ciências sociais, ciências físicas/naturais, história da arte, entre outras.

As disciplinas

Mesmo dentro dessas áreas obrigatórias, é possível escolher dentre as várias disciplinas oferecidas aquelas de preferência. Harvard exige, por exemplo, que o aluno curse três disciplinas (chamadas de créditos) na área de matemática/informática. Para cumprir esse requerimento, o estudante poderá optar por “Fundamentos da Matemática I”, “Pré-cálculo”, “Introdução à Programação”, dentre várias outras.

Renan Ferreirinha, colunista do Estudar Fora formado em Harvard, esclarece que no caso da sua universidade, das 32 matérias que o aluno fará nos seus quatro anos de graduação, oito são Gen-Eds (termo que os alunos usam para se referir aos General Education Classes – as áreas de estudo obrigatórias).

As outras matérias, o aluno escolhe de acordo com o seu interesse e atendendo aos requisitos do seu major. Podem ser filosofia, sociologia, biologia, química, ciência política, entre uma infinidade de opções.

Vale frisar que uma aula pode ser Gen-Ed, mas também contar para sua formação em determinado curso. “‘Introdução à Economia’, por exemplo, conta tanto para General Education quanto para a formação (major) em Economia”, explica Renan.  Nas universidades estrangeiras, o aluno tem muito mais autonomia e pode conduzir o seu curso da forma que julgar mais conveniente.

Por Carolina Campos

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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