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Por dentro do MBA: Primeiros dias na América

Giana Andonini - 30/07/2013
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Por Andréa Beer, aluna de MBA em Kellogg  

A primeira semana morando em um país diferente é um exercício de paciência e até de disciplina. Se por um lado há o fascínio de estar completamente exposto a uma nova cultura, por outro, esta mesma exposição é um tanto cansativa e a tentação de voltar à zona de conforto é grande. Por zona de conforto, leia-se falar português, passear ou estudar apenas com brasileiros, passar o dia no facebook e em aplicativos como o what’s app falando com seus amigos que ficaram no Brasil.

Confesso que nos meus primeiros dias aqui em Evanston, Illinois, foi difícil resistir a estas tentações, mas foram só as aulas começarem que fui me adaptando à nova rotina. O curso de American Culture and English for International Business Students Program, mais conhecido como ACE, começou na última quarta, dia 24. A propósito, tudo em Kellogg vira uma sigla… ACE, Kwest, CIM. Com o tempo, acho que até você, leitor, vai se acostumar com elas. O ACE não é obrigatório, por isso apenas uma parte dos alunos internacionais se inscreve para o curso e a grande maioria é asiático. Com exceção de nós brasileiros (somos em cinco, no total), de um espanhol e de um ucraniano, todos os demais dos 36 alunos são da Ásia. Coréia do Sul, Taiwan, Japão, China, Tailândia e até mesmo Índia.

No primeiro dia de aula, tivemos que nos apresentar para a toda a sala e já ficou nítida a diversidade cultural e de backgrounds profissionais. Claro que tem muito consultor, mas tem também jornalista, publicitário, advogado, engenheiro, contador, analista de fundo de private equity, e por aí vai. Os hobbies também são os mais distintos, de piano à mergulho em águas profundas. Apesar das diferenças, temos algo em comum: estamos todos no mesmo barco. Somos estrangeiros vivendo e estudando business nos Estados Unidos pelos próximos dois anos, ainda não estamos seguros de nossa fluência em inglês e queremos nos sentir mais à vontade dentro e fora da sala de aula. Além de tudo isso, como eu já esperava, os alunos são simpáticos e interessados em se envolver em todos os aspectos da escola e em colaborar com os outros. Tudo isto combinado cria um ambiente amigável, seguro, onde todo mundo parece não se levar muito a sério, o que permite arriscar, errar e aprender.

As aulas ocorrem quatro vezes por semana e estão divididas em quatro módulos – pronúncia, cultura americana, práticas da sala de aula e Kellogg faculty session. Os dois primeiros módulos são autoexplicativos. Já as duas outras sessões visam nos mostrar como serão as aulas aqui. A metodologia difere bastante das escolas brasileiras. As aulas expositivas são mescladas com estudos de caso, o professor espera que o aluno participe ativamente das discussões e a maioria das tarefas é para ser desenvolvida em grupo. Apresentações também estão no cardápio.

Além das aulas tradicionais, há uma série de atividades sociais, como almoços com alunos do MBA de um ano, boliche, jogo de beisebol, sessão de filmes norte-americanos, entre outros. O objetivo é o mesmo das aulas: socializar, interagir, vivenciar.

Não tivemos nem uma semana de aula, mas arrisco dizer que o curso cumpre bem o objetivo. Mesmo fora da sala de aula, é visível o interesse e empenho dos professores. Durante a aula e depois por e-mail ou pelo nosso grupo no facebook, eles nos enviam links de vídeos, de artigos jornalísticos e dicas de programas culturais.

O aluno também tem que fazer a sua parte. Como disse um dos diretores logo no primeiro dia, “you got from Kellogg what you put into it”. Em bom português, as experiências que você vai levar da escola estão diretamente relacionados com a energia, o esforço e a dedicação que você colocar nas suas atividades. Com isso em mente, tenho me dedicado nao só dentro da sala de aula, mas também fora, organizando churrascos, encontros e até mesmo um tour por restaurantes típicos de cada nacionalidade presente na sala de aula. Keep calm, carry on and, o mais importante, socialize.

Ps. Se você ficou interessado em aprender mais sobre atualidades americanas, uma boa dica é acompanhar o The Colbert show, o programa de TV mais útil para entender a atualidade norte-americana. Trata-se de uma sátira aos apresentadores de TV mais conservadores. Além de entender melhor o que se passa no país, você ainda dá boas risadas.

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Andréa Beer – Colunista sobre a experiência de cursar um MBA no exterior

AndreaAndréa Beer, colunista do Estudar Fora,  é jornalista de formação e Relações Públicas por opção. Apaixonada por boas histórias, teve a oportunidade de contar algumas delas na rádio BandNews FM, como repórter, e depois de participar de outras como consultora de Relações Públicas no Grupo Máquina PR. Formada em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina, com pós-graduação em finanças pela USP, Andréa também presidiu por dois anos o Ação Jovem do Mercado Financeiro e de Capitais, entidade que reúne jovens investidores do mercado financeiro. Aluna do MBA de Kellogg, colabora com o Estudar Fora contando detalhes da rotina de um MBA internacional. Seu lema é simples: todos os dias são uma oportunidade de fazer a diferença. Com seus posts, espera continuar conectando ideias e pessoas.

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Sobre o escritor

Giana Andonini
Giana Andonini
Giana Andonini foi a primeira editora do Estudar Fora, entre 2013 e 2015. Todas as publicações que você encontrar aqui são as que deram "corpo" ao site - explicando as principais etapas da candidatura para universidades fora.

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