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Vale a pena estudar no Leste Europeu? Veja opções

Marcela Marcos - 14/07/2023
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O Leste Europeu, porção que já foi conhecida como Europa Oriental, não recebe tantos estudantes internacionais quanto as demais regiões do continente, o que não o torna menos atrativo —pelo contrário. Uma das principais vantagens oferecidas por esta parte do globo, banhada pelos mares Báltico, Mediterrâneo e Negro, é que os países têm custo de vida bem mais baixo – tanto em alimentação, quanto em moradia – em comparação com os tradicionais destinos da Europa Ocidental. 

Além disso, alguns dos governos oferecem bolsas de estudos (inclusive integrais) para quem vem de fora. A seguir, falamos mais sobre o Leste Europeu, com dicas de onde estudar!

Características do Leste Europeu 

A região que se convencionou a chamar de “Leste Europeu”, composta por mais de 20 países, está situada entre a Europa Central e a Ásia. Apesar deste recorte geográfico, nações que pertencem a outras partes do continente, como Nordeste e Sudeste, também integram a região histórica.

Não há como falar sobre o Leste Europeu sem mencionar os contextos da 2ª Guerra Mundial e do fim da União Soviética. A chamada “Cortina de Ferro” dividiu a Europa entre Oriental (socialista) e Ocidental (capitalista), culminando no uso da expressão “Leste Europeu”, alcunha contestada por algumas correntes políticas e ideológicas.

Leia também: 7 dicas de planejamento financeiro para sua pós-graduação no exterior

Ainda assim, muitos países da região preservam a herança socialista. O Leste Europeu é composto, entre outros, pelos seguintes países: Estônia, Letônia, Lituânia, Bulgária, Croácia, Eslovênia, Hungria, Polônia, Romênia e República Tcheca. 

Onde estudar no Leste Europeu

Agora que já situamos geograficamente o Leste Europeu, é hora de falar sobre o ensino superior por lá. Não faltam opções para uma educação de qualidade em países que, embora não sejam os destinos mais populares entre estudantes internacionais, conseguem oferecer excelente formação. Veja abaixo:

Hungria

Um desses países é a Hungria, cuja capital, Budapeste, sedia o Parlamento Europeu. Na lista de motivos que fazem deste um destino atrativo estão a qualidade de vida (principalmente pelo transporte público eficiente), o custo de vida e o fato de fazer fronteira com oito países, o que permite conhecer diversas outras culturas.

A University of Pécs é a mais antiga e tradicional da Hungria, criada durante o período medieval. Com alto índice de internacionalização (mais de 25% do quadro estudantil é estrangeiro), dispõe de 80 programas em diversas áreas do conhecimento, da graduação à pós. Destacam-se, ainda, as universidades de Szeged, Debrecen e Eötvös Loránd, além de instituições voltadas para segmentos específicos, como a Universidade de Tecnologia e Economia de Budapeste.

Polônia

Sistema de ensino acessível (não só financeiramente, mas com facilidade de ingresso), vida estudantil agitada e território formado por diversos patrimônios culturais são alguns dos motivos que tornam a Polônia atraente para intercambistas. 

O país europeu tem mais de 5 mil opções de formação disponíveis, distribuídas por suas instituições de ensino. A mais antiga delas é a Universidade Jagiellonian, que tem mais de 80 campos de estudo. Está classificada entre as universidades de elite da Europa. Com pesquisa acadêmica de alto nível, a Universidade da Varsóvia também está entre as principais instituições polonesas. 

República Tcheca

Aqui, estamos falando de um dos países mais belos da Europa Central, com seus castelos misturando-se a paisagens naturais. A capital, Praga, é considerada uma das mais bonitas do mundo. Assim como outros destinos do Leste Europeu (que, como já dissemos, também contempla o centro do continente apesar da nomenclatura), a República Tcheca tem ótimo custo-benefício para estudantes. Apesar de pequeno, o país tem dezenas de opções de áreas para formação e pesquisa. 

A Charles University in Prague é a mais antiga da Europa Central e a mais importante do país. O físico teórico alemão Albert Einstein lecionou na instituição, que, hoje, também é referência em cursos na área de Ciências Sociais.

Romênia

Você provavelmente já ouviu falar sobre a Transilvânia quando teve contato com alguma história sobre vampiros e o Conde Drácula, do escritor irlandês Bram Stoker. A região, conhecida por cidades medievais, fronteiras montanhosas, muralhas e castelos, está localizada no centro da Romênia, um país do sudeste da Europa, que também se destaca por belas praias e pela hospitalidade de seus moradores. 

Leia também: Erasmus Mundus: programa de bolsas integrais de mestrado de dois anos na Europa!

A capital, Bucareste, atrai milhares de estudantes internacionais, principalmente para a instituição romena mais prestigiada no ensino superior, a Universidade de Bucareste, que já firmou mais de 300 acordos bilaterais de colaboração com outras ao redor do mundo. A Universidade Babeș-Bolyai é outra referência quando o assunto é estudar na Romênia, principalmente quando falamos das áreas de Economia e Negócios.

Bolsas de estudos na região

Uma das parcerias mais famosas no Brasil quanto se trata de estudar no Leste Europeu com bolsa de estudos é para o programa Stipendium Hungaricum. O Ministério da Educação (MEC), junto ao governo húngaro, oferece 250 oportunidades de auxílio, da graduação à pós. Os candidatos podem escolher entre diversas modalidades de estudo, entre elas: doutorados pleno e parcial, mestrados pleno e parcial, One-Tier Master, graduações plena e parcial, e curso preparatório em língua húngara. A seleção é feita pela CAPES.

Para quem pensa em estudar na Romênia, a boa notícia é que o governo do país europeu costuma abrir anualmente inscrições para seu programa de apoio integral. As bolsas do Ministério de Relações Exteriores da Romênia, dos níveis de bacharelado, mestrado e doutorado, custeiam cursos em todas as áreas de estudo, com exceção de Medicina, Odontologia e Farmácia. Entretanto, apenas o apoio financeiro para doutorado permite que o candidato curse programas em inglês. Para as demais, é preciso falar romeno.

O governo checo também oferece bolsas em todos os níveis para estudantes de países em desenvolvimento. A maior parte deles, no entanto, é ministrada no idioma local. Para mestrado e doutorado, outra opção para estudar com bolsa na República Tcheca é por meio das parcerias universitárias do South Moravian Center for International Mobility, de mobilidade estudantil.

Outros países para estudar com bolsa no Leste Europeu

O governo da Estônia também costuma oferecer bolsas para alunos internacionais. Os auxílios são mais procurados por quem deseja fazer pós-graduação por lá, já que as bolsas para bacharelado só estão disponíveis para cursos relacionados ao idioma ou à cultura da Estônia.

Quem pretende estudar no Leste Europeu com bolsa de estudos também pode acompanhar as oportunidades do programa Erasmus Mundus, um dos maiores do mundo em apoio estudantil. Alguns países do Leste Europeu têm universidades que fazem parte do programa. Os editais podem ser acompanhados na página oficial do Erasmus Mundus.

Desvantagens 

Já mencionamos diversos motivos para optar por estudar no Leste Europeu, mas também cabe ponderar que, em determinadas regiões, há conflitos geopolíticos que podem tornar a situação mais difícil. Desde que a invasão da Ucrânia pela Rússia teve início, em fevereiro de 2022, a fronteira entre os dois países se tornou uma zona evidentemente perigosa. 

Mesmo que estes não sejam seus destinos de interesse, vale entrar em contato com a embaixada do país em que pretende estudar, bem como com a universidade pretendida para tirar suas dúvidas sobre questões de segurança.

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Sobre o escritor

Marcela Marcos
Marcela Marcos
Marcela Marcos é jornalista e cursa mestrado na linha de Comunicação do programa de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do ABC. Foi colaboradora do portal Estudar Fora em 2018.

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