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Entenda as diferenças entre o MBA tradicional e o executivo no exterior

Lecticia Maggi - 17/06/2015
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Os programas de MBA são bastante procurados por diversas razões. Dentre elas, estão a possibilidade de acelerar a carreira, mudar de área ou indústria, ter uma experiência internacional ou mudar de país definitivamente e, por que não, tirar um tempo para refletir sobre como ter uma vida de mais impacto.

Existem vários tipos de programas no exterior. De maneira geral, podemos dividi-los entre full-time (ou tradicional), part-time, executivo e online. No artigo de hoje vamos nos concentrar nas diferenças entre o full time e o executivo.

A maioria dos programas full-time dos Estados Unidos costumam aceitar candidatos internacionais na faixa dos 26 aos 32 anos

O MBA dito tradicional é o que mais atrai o interesse de jovens profissionais do país. Ele oferece uma experiência imersiva (tempo integral): sua intensidade e duração, de um ou dois anos, não permite que você foque em nada mais além dos estudos. Portanto, trabalhar está fora de questão. Nos programas mais longos, é possível aproveitar o intervalo de três meses entre o primeiro e o segundo ano – o chamado summer – para realizar estágios em empresas do seu interesse, recebendo salário integral de um profissional da área. Essa experiência pode, potencialmente, resultar em uma oferta de emprego posterior. Fora disso, você estará completamente envolvido(a) com aulas, leituras, discussões, trabalhos em grupo, organização de conferências, eventos sociais. O fato de você ficar afastado(a) do mercado de trabalho por todo esse tempo é mais do que justificado pelo sólido aperfeiçoamento técnico e interpessoal e aprendizados pessoais que a experiência proporciona. E quais são os requisitos gerais para elegibilidade neste tipo de programa?

1) Idade: a maioria dos programas dos Estados Unidos costumam aceitar candidatos internacionais na faixa dos 26 aos 32 anos. Se você já está na casa dos 30, vale considerar programas europeus ou canadenses, que são um pouco mais flexíveis neste aspecto. Quer dizer que é impossível entrar em um programa full-time com mais idade? Não! Desde que você tenha uma história única e uma boa justificativa do porquê o programa faz sentido no seu momento de carreira. E por que as escolas aplicam essa restrição? Uma das características mais valorizadas da experiência é a troca entre os alunos, dentro e fora de sala de aula. Ter uma discrepância de idade e vivência de mercado grande demais entre eles pode acabar gerando desequilíbrio e frustração na troca de informações entre os mais jovens e os mais velhos.

2) Formação: qualquer área de formação é válida. Por exemplo, há médicos, advogados, engenheiros, nutricionistas, farmacêuticos, atletas e curadores de museus estudando nas melhores escolas de negócios do mundo. Cabe lembrar que é um pré-requisito ter se formado em um curso superior com duração mínima de quatro anos.

3) Experiência de trabalho: mínimo de dois anos em tempo integral (com exceção de alguns programas específicos para recém-formados; estágios não contam). Entretanto, os alunos têm, em média, de quatro a cinco anos de experiência ao iniciar o programa.

4) Candidatura: o processo de candidatura inclui notas do TOEFL e do GMAT, análise de currículo, envio de cartas de recomendação e de redações, entre outros. Entenda como funciona a seleção

O custo do MBA executivo é semelhante ou maior ao do MBA tradicional, mas a possibilidade de financiamento é mais limitada

MBA executivo – Já o MBA executivo é part-time: os alunos continuam trabalhando ao mesmo tempo em que se dedicam ao programa. De modo geral, ele mistura conteúdo online e tarefas realizadas a distância com encontros presenciais a cada mês ou em datas determinadas. É desenvolvido especificamente para quem tem mais de 8 anos de carreira e acima dos 35 anos de idade. A maioria desses programas também exige notas do TOEFL e do GMAT, mas há exceções: alguns deles permitem que você apresente somente o teste de proficiência em inglês.

 

O custo do MBA executivo é semelhante ou maior ao do MBA tradicional, mas a possibilidade de financiamento é mais limitada: enquanto há disponibilidade de empréstimos (loans) e bolsas de estudos para os programas full-time, a grande maioria dos executivos recebe patrocínio da empresa onde trabalha ou usa reservas pessoais.

Apesar da pouca oferta, existem, sim, opções para executivos experientes que desejam participar de programas full-time de 1 ano. Alguns exemplos são o MSx da Stanford, o Sloan Fellows do MIT e o IBEAR da USC Marshall.

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Esta coluna é assinada por Daiana Stolf e Alex Anton.

Daiana Stolf é cientista por formação e escritora e coach por paixão. De mestre pela Universidade de Toronto (Canadá) a aluna de Gestão Estratégica na Universidade de Harvard (EUA), passando por cientista-doutoranda da EPFL (Suíça), em 2011, descobriu o prazer de guiar brasileiros curiosos e determinados a expandir seus horizontes por meio de cursos de pós-graduação nas melhores universidades do mundo. Ela é co-fundadora da Top MBA Coaching.

Alex Anton fez MBA na Harvard Business School e adora ajudar outros brasileiros a realizarem o sonho de estudar nas melhores escolas do mundo. Apaixonado por viajar, já morou e trabalhou no Canadá, Alemanha, Suíça, Indonésia, Estados Unidos e China. É co-fundador da TopMBA Coaching e entusiasta da meditação, fotografia e corrida.

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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