Voltado a jovens profissionais em início de carreira, o Dubai Business Associates (DBA) oferece uma combinação de formação executiva, experiência prática e intercâmbio cultural em Dubai, um dos principais centros de negócios do mundo. O programa, realizado anualmente, é patrocinado pelo Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum, vice-presidente e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos e emir de Dubai.
Com duração de nove meses, o programa oferece uma formação prática e intensiva, fazendo uma ponte entre a vida acadêmica e o mercado de trabalho. A iniciativa, que recebe participantes de diversas áreas, é focado em liderança, inovação e capacidade de atuação em equipes internacionais. Conversamos com Ana Paula Poppi, estudante brasileira que participou do DBA. Saiba mais:
O que é o DBA e como ele funciona
O DBA é estruturado em três grandes eixos:
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Módulos acadêmicos: em parceria com instituições como PwC Academy e Capadev, os participantes têm aulas sobre estratégia, marketing, liderança, inovação, inteligência emocional e resolução de problemas complexos;
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Placements: experiências práticas em empresas ou agências governamentais de Dubai;
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Projetos de consultoria: grupos de participantes trabalham como consultores em projetos estratégicos reais, ligados ao setor público ou privado.
Durante o programa, os participantes também recebem mentorias com executivos e coaches, participam de eventos culturais e são constantemente incentivados a desenvolver tanto habilidades técnicas quanto interpessoais.
Quem pode se inscrever
O programa é voltado a profissionais de diversos backgrounds em início de carreira, com até três anos de experiência (desconsiderando estágios), que tenham concluído graduação ou mestrado e demonstrem fluência em inglês. Embora o perfil acadêmico seja importante, o DBA valoriza fortemente características como capacidade de adaptação, pensamento crítico e interesse genuíno em atuar em ambientes multiculturais.
“Durante o processo seletivo, ficou claro que mais do que títulos ou certificados, o que realmente diferenciava os candidatos era a combinação entre excelência acadêmica, iniciativa pessoal e a habilidade de pensar de maneira crítica e inovadora em ambientes desafiadores”, conta Ana Paula Poppi, ex-participante e atual vice-presidente da associação de alumni do programa.
Ana Paula foi uma das sete brasileiras selecionadas até hoje. Quando decidiu aplicar, estava finalizando seu segundo mestrado internacional. Ela fez um MBA pela Chung-Ang University, em Seul, e um Mestrado em Economia pela Fudan University, em Xangai.
“Essas experiências foram incríveis, mas eu sentia dificuldade de me posicionar para o mercado porque sentia falta da aplicação prática do que eu havia estudado nos mestrados e também na minha graduação de Relações Internacionais, feita no Brasil”, diz.
Processo seletivo
O processo de seleção para o DBA é rigoroso e segue o padrão de programas de liderança global ou consultoria estratégica. Inclui:
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Envio de currículo, carta de motivação e vídeo de apresentação;
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Avaliação comportamental;
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Rodadas de entrevistas em inglês;
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Estudos de caso e simulações.
“Cada fase exigiu reflexão profunda sobre minhas experiências, competências e aspirações futuras. Quando recebi a notícia de que havia sido selecionada, senti uma mistura de euforia, gratidão e responsabilidade”, relata Ana Paula.
As inscrições são abertas anualmente entre dezembro e abril, com início do programa em setembro. Por ano, são selecionados cerca de 30 participantes entre milhares de candidatos — mais de 12 mil na edição mais recente.
O que o programa oferece
O DBA é um programa totalmente financiado. Os participantes recebem:
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Passagens aéreas de ida e volta;
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Visto de consultor de inovação;
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Acomodação por nove meses em hotel com estrutura completa;
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Ajuda de custo mensal;
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Cobertura de todos os treinamentos, módulos e eventos.
A vida em Dubai
Ao chegar em Dubai, Ana Paula se deparou com uma cidade em constante transformação e um ambiente profissional exigente, multicultural e dinâmico. “Adaptar-me a esse ambiente sob um novo olhar, profissional, me ensinou, na prática, a importância da inteligência cultural e da abertura ao novo”, diz. “No meu ano, fui a única brasileira e a única latina a participar do programa”.
Durante o placement, ela atuou como consultora no Departamento de Desenvolvimento Econômico de Dubai, ajudando a desenhar estratégias para o futuro do capital humano na cidade. Também participou da preparação da Expo 2020 Dubai, vivenciando de perto a construção de um dos maiores eventos internacionais do mundo. “Cada reunião, cada apresentação, era uma oportunidade de crescer e de impactar, mesmo que de maneira pequena, o futuro da cidade”, lembra.
Soft skills e desafios
Um dos pilares do DBA é o desenvolvimento das chamadas soft skills, que são competências como escuta ativa, empatia, negociação e comunicação multicultural. Segundo Ana Paula, esse foi um dos maiores legados da experiência: “Aprendi a escutar de verdade, a gerenciar conflitos com empatia e a comunicar ideias de maneira clara e persuasiva. Aprender a construir confiança rapidamente em times multiculturais foi uma habilidade crucial que levo comigo até hoje”.
Como toda experiência intensa, o DBA também apresenta desafios. “A pressão por resultados, o ritmo acelerado dos projetos e a convivência diária com colegas de perfis muito diferentes exigiam resiliência e flexibilidade”, conta.
Impacto e legado
Para muitos participantes, o DBA não termina após os nove meses. A rede de alumni continua ativa e conectada ao ecossistema de Dubai e a seus países de origem. No caso de Ana Paula, o programa foi um ponto de virada: “Profissionalmente, abriu portas para oportunidades globais, reforçou minha paixão por trabalhar em contextos internacionais e solidificou minha vocação para a educação e o desenvolvimento de talentos”.
Hoje, ela vive em Dubai, fundou sua própria empresa e atua como mentora de jovens com aspirações internacionais. “Ter tido a coragem de me lançar em um desafio tão grande, em um ambiente tão diferente, é algo que me lembra diariamente que o crescimento acontece fora da zona de conforto. O Dubai Business Associates não foi apenas um programa: foi uma escola de vida”, relata.
Mais informações
O programa é uma iniciativa da Falcon and Associates, empresa criada por decreto real em 2009 para promover a imagem de Dubai no cenário global. A atuação dos alumni também reforça esse papel: eles se tornam uma ponte entre o Emirado e seus países de origem.
As inscrições para o DBA costumam abrir em dezembro e vão até abril, com início do programa em setembro. Mais detalhes sobre o cronograma, elegibilidade e processo seletivo estão disponíveis no site oficial.