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Estudar fora em tempos de Facebook e WhatsApp

Lecticia Maggi - 08/04/2015
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Volta e meia me perguntam o que eu acho sobre a frequência da comunicação de quem está estudando fora com a família e os amigos e sobre fazer amizades com brasileiros no exterior. Perguntas estas difíceis e delicadas de responder, especialmente porque cada pessoa reage de uma maneira diferente à distância, ao novo e à ficar por conta própria. Mas, sem dúvida, um equilíbrio na comunicação com o Brasil enquanto se está estudando fora é importante, assim como na vida social. Lembre-se: há pessoas legais em qualquer país do mundo!

Se a sua programação diária for bem intensa, não será necessário entrar em contato todos os dias. Afinal, o mundo está lá fora, certo?

Veja a seguir quatro perguntas que recebo frequentemente e as respostas que dou a elas:

1. Devo me isolar das pessoas que ficaram no Brasil enquanto estiver estudando fora?

Não há necessidade de se isolar, mas manter contato diário também não é o ideal.  É quase como viver uma vida dupla ou querer estar em dois lugares ao mesmo tempo. Isso não quer dizer que você não deve falar com as pessoas queridas, ou que não vai dar notícias. Mas, para aproveitar a experiência, um certo isolamento é necessário. Você precisa viver a cultura local e focar no seu momento fora do país.

2. Puxa, mas com o Skype, WhatsApp, Messenger e tantos aplicativos, por que não estar sempre em contato?

Boa pergunta. É tão fácil entrar em contato! Mas, será que não acaba virando uma certa “obrigação de dar notícias”? De lá e de cá? Relaxe um pouco e deixe o celular e o computador descansarem. Se a sua programação diária for bem intensa, não será necessário entrar em contato todos os dias. Afinal, o mundo está lá fora, certo?

3. Ficar cercado de amigos brasileiros enquanto estudo fora pode atrapalhar?

Amigos nunca atrapalham, são sempre bem-vindos. Quando ficamos fora do país por um tempo prolongado, sentimos saudades e acabamos procurando pessoas que “falam a nossa língua”. Em todos os sentidos. É normal. Mas isso também pode ser limitador.

Estar fora do Brasil e só se relacionar com brasileiros reduz os benefícios da experiência internacional

Estar fora do Brasil e só se relacionar com brasileiros reduz os benefícios da experiência internacional, além de limitar o aprendizado do idioma. Vale a pena fazer um esforço e se abrir para a diversidade que você vai encontrar ao seu redor.

4 . Então o que é mais indicado?

Esta é pergunta que não cala e que só você poderá responder. Mas, se você se propôs a sair do país, a estudar fora, a conhecer uma nova cultura e a abrir os seus horizontes, precisa de um tempo com você mesmo para a experiência acontecer de forma plena. Tente ficar off line o máximo de tempo possível para ver o que rola. Haverá muitas pessoas e lugares interessantes para conhecer! Acredite, você vai se surpreender!

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andrea 2Andrea Tissenbaum é formada em História e Psicologia pela PUC-RJ. Concluiu o mestrado e o doutorado na California School of Professional Psychology, em San Diego, nos Estados Unidos, onde viveu por seis anos. Já coordenou a área de Relações Internacionais do Insper, em São Paulo, e viajou o mundo para conhecer e fazer parcerias com instituições de ensino internacionais. Nos últimos dois anos, desenvolveu trabalhos de pesquisa sobre oportunidades internacionais para profissionais das áreas de  comunicação e entretenimento. Orienta alunos em suas escolhas e decisões de estudar fora do Brasil e é autora do Blog da Tissen.

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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