InícioPós-GraduaçãoDescubra como bancar sua pós graduação no exterior

Descubra como bancar sua pós graduação no exterior

Lecticia Maggi - 17/05/2016
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Por Jéssica Ribeiro

Fazer uma pós graduação no exterior é o sonho de muitos profissionais e estudantes brasileiros. O curso em outro país é uma experiência que proporciona ganhos acadêmicos, culturais e pessoais, além de deixar o currículo mais atrativo.  Muitas vezes, o maior empecilho para que essa vontade se concretize é poder arcar com todos os gastos necessários para se manter e pagar as mensalidades, que nem sempre são baixas.

Segundo o coach em pós graduação no exterior Darrin Kerr, na hora de escolher o curso é importante levar em conta o custo de vida e o que se pretende ao estudar fora. “Por exemplo, se você vai fazer um MBA e terá que pagá-lo por alguns anos, é preciso se planejar para que quando retornar ao seu país possa melhorar seu salário para conseguir arcar com a dívida”. Ele também destaca que os contatos feitos podem servir como um networking para esse profissional:  “Morar em outro país é construir uma rede internacional que dá retorno no futuro em vários momentos da vida”, diz.

Morar em outro país é construir uma rede internacional que dá retorno no futuro em vários momentos da vida da pessoa

Outro ponto que deve ser levado em consideração é o tipo de pós graduação procurada, pois é importante ver qual tipo de curso se adequa às pretensões pessoais e profissionais do estudante. No Brasil, são reconhecidos o Lato Sensu e Stricto Sensu. O primeiro compõe programas de especialização e cursos designados, como o MBA, que oferecem certificado. Já o Stricto Sensu compreende programas de mestrado e doutorado, oferecendo um diploma após sua conclusão. Para as duas modalidades há opções de financiamento e apoio, mas cada estudante deve estar atento à sua realidade financeira na hora de decidir.

#1 Procure por bolsas de estudo

Algumas das opções de bolsas são as oferecidas pelas agências públicas de fomento, como a Capes, o CNPq e o programa Ciência sem Fronteiras que, mesmo tendo diminuído sua oferta de vagas, permanece com parcerias entre empresas e universidades específicas. Caso o curso pretendido não esteja dentro do que estas instituições oferecem, é possível procurar por organizações que oferecem bolsas por mérito, como é o caso da Fundação Estudar, do Instituto Ling e de diversas outras instituições internacionais. Confira aqui uma lista de organizações que podem ajudar a bancar a sua pós graduação fora.

#2 Busque apoio da Universidade

Outra possibilidade de financiar a pós graduação no exterior é fazer um empréstimo junto à universidade escolhida, que costuma oferecer juros menores ou somente correções monetárias. “O aluno recebe os formulários financeiros durante a application, já que nem sempre é possível conseguir bolsa. As universidades estrangeiras olham todas as possibilidades. Se percebem que o candidato é um bom aluno, irão incentivá-lo a ficar, seja por meio de algum tipo de bolsa ou financiamento das despesas”, explica Darrin.

#3 Analise opções de financiamento estudantil

É possível também que o aluno faça um empréstimo ou financiamento de forma independente, mas, neste caso, deve-se sempre levar em conta as taxas de juros, que podem ser altas para estudantes internacionais em bancos estrangeiros. Além disso, geralmente será necessário ter contatos no país para serem fiadores, o que pode ser complicado. No caso do empréstimo acontecer no país de origem, o câmbio de moedas pode comprometer o pagamento dessa dívida.

Uma outra forma de financiamento é a partir dos modelos community finance. Uma dessas plataformas é a Prodigy Finance, em que investidores e ex-alunos  financiam as próximas gerações que estão fazendo pós graduação nas melhores universidades do mundo. As taxas de juros variam de acordo com o curso e o aluno interessado deve se cadastrar no site. De acordo com a instituição, não há necessidade de garantias por parte do aluno e o empréstimo é calculado com base nos ganhos estimados após o término da pós graduação. A instituição trabalha com uma taxa de reembolso de 99% do valor emprestado e os investidores podem escolher entre apoiar uma escola ou alunos específicos.

#4 Trabalhe

Muitas empresas estão dispostas a bancar um período de aperfeiçoamento no exterior a fim de garantir a retenção e a evolução de profissionais talentosos dentro do seu quadro de funcionários. Em consultorias, por exemplo, é quase parte do plano de carreira a realização de um MBA no exterior – com a possibilidade ainda de fazer um estágio de verão em escritórios internacionais das próprias empresas.

Entre 10 e 15% dos alunos de MBA nos Estados Unidos foram financiados por seus empregadores em 2015. Esta opção, porém, além de exigir que o curso realizado tenha relação com o trabalho realizado dentro da companhia, também geralmente exige um período de permanência mínima na posição após o retorno ao Brasil. Cabe, em todo caso, conversar com os seus diretores e analisar quais possibilidades de incentivo a aprimoramento profissional a empresa oferece.

Outra possibilidade é trabalhar na universidade durante o curso, como pesquisador ou monitor de disciplinas. Engajar-se em atividades como estas geralmente cobrem parte do valor da anuidade, e o processo para tornar-se um pesquisador ou assistente de ensino tende a ser pouco burocrático. Uma vez definido o tópico que se quer estudar, basta apresentar-se a membros do corpo docente que possam se interessar em tê-lo no time.

#5 Combine diversas fontes

Eu já sabia que seria dispendioso e, por isso, me preparei para buscar bolsas, financiamento e usar alguma reserva que havia guardado desde que comecei a trabalhar

Em muitos casos, é viável e necessário que o aluno consiga o apoio da universidade e também de outras instituições. Esse é o caso do engenheiro Gustavo Bassetti, que para financiar o seu MBA na Harvard Business School, em 2009,  contou com a bolsa da Fundação Estudar,  uma bolsa de 25% em Harvard e o restante  arcou por conta própria.

Gustavo fez o MBA em General Management e conta que a sua dívida inicialmente era de 25 anos, mas conseguiu quitá-la em dois anos. Para quem pretende tentar o curso fora, ele afirma que é importante procurar se informar e ver todas as possibilidades de financiamento da universidade e das instituições privadas.

Para o engenheiro, ter feito o MBA fora foi algo crucial em sua formação: “Eu já sabia que seria dispendioso e, por isso, me preparei para buscar bolsas, financiamento e usar alguma reserva que havia guardado desde que comecei a trabalhar”, comenta. Ele se considera realizado, pois conta que o MBA possibilitou uma evolução profissional e pessoal que não seria possível caso não tivesse ido.

 

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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