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Site lançado por Obama pretende desbancar rankings universitários

Lecticia Maggi - 03/05/2016
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Atualmente, uma das principais ferramentas que os jovens utilizam na hora de escolher sua instituição de ensino são os rankings universitários. Quem, afinal, não gostaria de fazer parte de uma universidade número 1? Embora práticos, há que se questionar o que, na verdade, há por trás destas listas de desempenho e o quanto elas, de fato, conseguem medir com relação à qualidade do ensino.

Um site lançado no final do ano passado pelo Departamento de Educação americano pretende, justamente, levantar esse questionamento, propondo uma nova metodologia avaliação para instituições de ensino dos Estados Unidos. Trata-se do College Scorecard – uma plataforma que,  segundo a revista “The Atlantic”, tira o foco do prestígio da universidade e mira na experiência acadêmica de fato.

Desde 2013, o presidente Barack Obama tem feito críticas aos populares rankings. Em agosto daquele ano, durante um discurso em Buffalo, Nova York, Obama argumentou que os rankings induziam as instituições a “jogarem com os números e, em alguns casos, serem recompensadas por aumentar os custos”. Para ele, universidades motivadas por esses tipos de classificações tendem a negligenciar um fator central: os resultados de seus alunos.

A nova ferramenta, desenvolvida em colaboração com professores, estudantes e pais, não é exatamente um sistema de ranking, mas uma plataforma que disponibiliza dados importantes sobre as instituições acadêmicas — e que, em muitos casos, não estão disponíveis em nenhum outro lugar. Entre elas, estão informações como a porcentagem de alunos que concluem o curso, custos anuais e salário médio recebido por formados.

“Todos deveriam ser capazes de encontrar informações claras e confiáveis sobre a acessibilidade e os valores das universidades —como a possibilidade de se graduar, encontrar bons empregos e pagar seus empréstimos”, disse Obama no discurso de lançamento da ferramenta.

Ao contrário de rankings populares, como o U.S. News ou o Princeton Review, o novo sistema enfatiza o valor distinto de cada instituição, em vez de traduzir os números em algum tipo de classificação entre elas. Defensores dizem que é uma forma mais transparente de mostrar os resultados acadêmicos e profissionais dos estudantes. Por meio do site, por exemplo, um estudante por filtrar sua busca por escolas que tenham o custo anual abaixo de US$ 10 mil, uma taxa de graduação superior a 75% e uma expectativa de salário anual pós-formatura superior a US$ 50 mil.

Assim, universidades aparecem em diferentes posições, dependendo da métrica. Instituições como a State University of New York Downstate Medical Center e a Samuel Merritt University lideram a lista em termos de ganhos pós-graduação e custo anual médio. Já instituições da Ivy League, como Harvard, Princeton e Yale apresentam bom desempenho quando ordenadas pela taxa de graduação. Há, ainda, páginas exclusivas para cada universidade, detalhando dívidas estudantis e programas mais populares, por exemplo.

“Finalmente, [o site] acrescenta mais dimensão para uma potencial resposta à questão espinhosa sobre o ‘valor da educação em diferentes universidades. Suas informações, vistas em conjunto com àquelas dos rankings já existentes, constroem um retrato mais holístico do que diferentes faculdades e universidades têm a oferecer —promovendo uma orientação melhor para uma das decisões mais difíceis, custosas e, esperamos, mais recompensadora que um estudante precisa fazer”, avaliou a “Atlantic”.

 

* Foto: College Scorecard Homepage 

 

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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