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Quem foi Ada Lovelace, primeira programadora da história

Marcela Marcos - 21/07/2023
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É praticamente impossível imaginar a sociedade atual sem a presença de computadores e softwares. E, por mais que a área da Tecnologia não tenha um protagonismo feminino tão forte em termos de procura e oportunidades (embora o cenário felizmente esteja mudando), o primeiro algoritmo para ser processado em uma máquina foi escrito por uma mulher, Ada Lovelace.

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As contribuições dela são tantas, que existe um “Ada Lovelace Day”, entre tantos outros reconhecimentos. Conheça a trajetória da primeira programadora da história e um dos expoentes da área de STEM – sigla para ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

Primeiros anos de vida da “Senhora Fada”

Filha do poeta Lord Byron (autor de Don Juan e expoente do Romantismo) e da baronesa Anne Isabella Milbanke – conhecida como Lady Byron –, Ada Lovelace nasceu em 10 de dezembro de 1815. Por influência da mãe – que a criou – ainda na infância ela desenvolveu interesse pela ciência. A ideia era que a menina tivesse uma base de conhecimento que a afastasse do que a mulher chamava de “insanidades” do pai. 

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Por ter criado fascínio por matemática e lógica, na juventude, Lovelace acabou se aproximando do matemático britânico Charles Babbage, a quem foi apresentada por sua tutora, Mary Somerville.

Ela acreditava que uma boa forma de colocar em prática os conceitos científicos era utilizar a intuição e a imaginação, ferramentas pelas quais seria possível explorar “mundos invisíveis”. Tanto é verdade que, aos doze anos, ela decidiu que queria voar e deu início ao intento de construir um par de asas, a partir de uma pesquisa minuciosa sobre a anatomia dos pássaros. Por isso, ganhou de Babbage o apelido carinhoso de Senhora Fada. O estudo deu origem ao livro Flyology, traduzido como “Estudo do Voo”. 

Ada Lovelace e a máquina analítica

Ainda na juventude, Ada se interessou pelo trabalho de Babbage sobre a Máquina Analítica, que hoje é encarada como tendo sido o primeiro projeto para computador de uso geral. Mais tarde, ela foi solicitada a traduzir um artigo do matemático e engenheiro italiano Luigi Federico Menabrea, que falava justamente da pesquisa principal de Babbage. 

Porém, mais do que apenas traduzir, ela complementou o artigo com notas de sua própria autoria, utilizando elementos de sua imaginação fértil e poética para ampliar a percepção sobre a tal máquina. Na prática, o conjunto de notas deu origem a um algoritmo criado para ser processado em máquinas.

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Durante a vida adulta, Ada foi apresentada à Corte e passou a participar de vários eventos. Na época, ela já era próxima de cientistas como Andrew Crosse e Michael Faraday e do autor Charles Dickens.

Casou-se, aos 20 anos com William Lord King, tornando-se Lady Lovelace em 1838. Após dar à luz sua filha, Ada adoeceu e, já com a saúde debilitada, voltou a estudar matemática sob tutoria de Augustus de Morgan, pioneiro no campo da lógica simbólica. Aos 36 anos de idade, Lady Lovelace morreu, vítima de câncer de útero.

Legado de Ada Lovelace

As notas de Ada Lovelace só foram republicadas mais de cem anos após sua morte. Apesar de tardio, o reconhecimento por seu trabalho fizeram-na ser referenciada como a primeira programadora da história, uma vez que suas anotações foram observadas como sendo a primeira descrição de um software. O pioneirismo foi sublinhado por Alan Turing, conhecido como o “pai da computação moderna”, que fez referência ao trabalho de Lovelace em suas pesquisas.

A linguagem de programação Ada foi criada em homenagem a ela pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos e formalizada em 1980. Um ano depois, a Associação de Mulheres na Computação criou o Prêmio Ada Lovelace. Em 1998, A Associação Britânica de Computação criou a Medalha Lovelace.

Em 2016, em Londres, foi inaugurada a faculdade Ada National College for Digital Skills, focada em tecnologia, em homenagem à cientista. Já em 27 de julho de 2018, o senador americano Ron Wyden estabeleceu 9 de outubro como Dia Nacional Ada Lovelace, tendo como justificativa honrar a vida e as contribuições dela “como uma das principais mulheres em ciências e matemática” da história. Antes, toda terça-feira de outubro já era considerada “Ada Lovelace Day”.

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Sobre o escritor

Marcela Marcos
Marcela Marcos
Marcela Marcos é jornalista e cursa mestrado na linha de Comunicação do programa de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Federal do ABC. Foi colaboradora do portal Estudar Fora em 2018.

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