InícioColunistasVida em Stanford: encontro de "nerds" e aula com Mark Zuckerberg

Vida em Stanford: encontro de “nerds” e aula com Mark Zuckerberg

Lecticia Maggi - 09/07/2014
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Chega ao fim o meu primeiro ano em Stanford. Muita coisa aconteceu durante esses meses incríveis, como conhecer os fundadores do Instagram, ter aula com Mark Zuckerberg e visitar várias empresas de tecnologia. Mas o melhor de tudo foi aprender com os colegas de sala e professores e poder explorar várias áreas do conhecimento no Vale do Silício.

Stanford é lugar onde gente super inteligente do mundo inteiro aprende muito, estuda muito, mas também sabe se divertir

A mãe de um amigo que se formou em Stanford costuma se referir à universidade como um lugar onde super heróis nerds se reúnem. Depois desses meses, entendo melhor essa definição. Para mim, é um lugar onde gente super inteligente do mundo inteiro aprende muito, estuda muito, mas também sabe se divertir na hora certa.

Um dos meus amigos, por exemplo, trabalhou no setor de inteligência do exército de Israel. Um conhecido dele disse que admirava ver que “mesmo depois de ter exercido cargos tão sérios em instituições tão cruciais, ele ainda consegue deixar a maturidade de lado e se divertir quando necessário”. Aqui é um lugar onde calouros saem para festas na noite anterior à entrega de um trabalho importante. Depois, trabalham horas construindo uma rede social para a aula de programação. É muito legal estudar com gente super genial do mundo todo!

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Aulas — Um dos professores mais inspiradores com quem tive aula nesses meses foi o Mehran Sahami, de ciência da computação. Ele é extretamente popular: seus vídeos têm milhares de acessos no Youtube e ele foi um dos primeiros engenheiros do Google.

Tive a oportunidade de conhecê-lo fora da sala de aula: conversamos no dormitório, sobre educação, ciência da computação, as pesquisas dele, a carreira dele etc. É curioso ver como ele está engajado com a área de educação: ele disse que “se alguém do passado viesse para o nosso tempo, se impressionaria com a mudança em todas as áreas, menos educação. Ele veria que a educação não mudou praticamente nada: continuamos no mesmo modelo de um professor falando na frente da sala de aula e usando uma lousa. Será que essa é mesmo a melhor forma de aprender? Será que não podemos avançar nessa área também?”.

O Mark Zuckerberg disse o seguinte: ‘Não acredito em um momento de genialidade, em que você tem uma ideia incrível do nada. O Facebook foi resultado da compilação de vários estudos’

Na aula do Mehran tivemos um convidado especial: Mark Zuckerberg, criador do Facebook. Ele mora bem perto de Stanford e vem sempre dar uma passeada na faculdade. Mark não é lá dos caras mais modestos, mas isso todo mundo já esperava. Entretanto, ele disse algumas coisas muito interessantes como “muitas vezes, o que define o sucesso não é só a inteligência, mas sim a determinação”. Outra coisa que ele disse foi: “Não acredito em um momento de genialidade, em que você tem uma ideia incrível do nada. O Facebook não surgiu do nada, foi um projeto no qual já vinha trabalhando, e resultado da compilação de vários estudos que havia feito em aulas. Muito mais importante do que ser genial é não desistir — a gente passa por nuitas coisas difíceis, mas aqueles que têm sucesso são aqueles que conseguem continuar indo em frente.” Achei inspirador!

Muito interessante também foi falar com os fundadores do Instagram, Mike Krieger, que é brasileiro, e Kevin Systrom. Ambos se formaram há poucos anos em Stanford (a área de tecnologia está repleta de líderes que se formaram em Stanford, como é o caso também dos fundadores do aplicativo Snapchat). Eles falaram muito de empreendedorismo e dos fatores que fizeram o Instagram ter sucesso a ponto de valer mais de 1 bilhão de dólares.

Segundo eles, em uma viagem, a namorada do Kevin estava reclamando da qualidade das fotos e falou que seria bom um app com filtros para melhorar as imagens. Então, Kevin gastou a noite toda programando, o que seria depois o Instagram. O aplicativo começou com uma pequena comunidade de fotógrafos influentes e cresceu rapidamente entre os jovens, até que foi vendido ao Facebook por 1 bilhão de dólares.

Visitas — Nas horas vagas, visitei ainda algumas empresas de tecnologia na região e conheci gente muito interessante. É incrível poder estudar no maior polo tecnológico do mundo! Como disse o ex-prefeito de Nova York e empresário Michael Bloomberg, “nenhuma outra faculdade transformou e definiu tanto a idade moderna quanto Stanford. Sem Stanford, não existe Vale do Silício. E sem Vale do Silício, não existe revolução tecnológica, revolução de informação e nem revolução de comunicação.”

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Sobre o escritor

Lecticia Maggi
Lecticia Maggi
Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduada em Gestão de Negócios pelo Senac-SP. Foi editora do Estudar Fora entre 2014 e 2016. Atualmente, é coordenadora de comunicação no Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), que tem como um de seus objetivos ajudar a qualificar o debate educacional no país.

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