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Professor de Stanford dá 5 dicas para planejar a carreira

Mariane Roccelo - 03/02/2023
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Vivemos em um mundo repleto de variadas formas de perturbações e “estamos procurando por uma sensação de que estamos indo na direção correta”. A frase é de Bill Burnett, co-autor do livro Designing Your Life, best-seller do jornal New York Times, e co-diretor do Laboratório de Life Design, da Universidade de Stanford. Entre as “perturbações” citadas, estão os impactos da pandemia de COVID-19, mudanças climáticas, ameaças à democracia e guerras em andamento.

A fala aconteceu durante o Lidera, evento anual promovido pela Fundação Estudar que reúne representantes de diversos setores, do Brasil e de fora, para debaterem sobre desafios contemporâneos. Durante a conferência, o professor apresentou parte dos estudos e técnicas abordados em Designing Your Life, com dicas práticas e os 5 passos para traçar estratégias de sucesso com foco na carreira, enfrentando e aprendendo com as perturbações da sociedade atual.

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Os 5 passos para “Desenhar sua vida”

1. O primeiro passo é “aceitar”

Segundo Bill Burnett, o primeiro passo para começar a planejar a carreira em meio a múltiplos desafios é “aceitar” a realidade. No caso da pandemia, por exemplo, é importante compreender que uma parte das mudanças vieram para ficar e formam, hoje, o “novo mundo pós-covid”. “E o novo mundo ainda está sendo construído por novas regras que deverão ser seguidas”.

Nesse cenário, o que cada um pode fazer, no primeiro momento, é aceitar. O professor explicou que o processo de aceitação acontece de três maneiras: com a opressão, sem que o indivíduo aceite; com a supressão de sentimentos e emoções; a que acontece de forma engajada, em que a pessoa se envolve intencionalmente com foco em construir – sendo esta última a indicada por Burnett.

Nesse momento de disrupções, é importante “pensar diferente, pensar como um designer”, afirma. “O que pode ser mais motivador do que desenhar a própria vida?”.

Bill Burnett durante a Conferência no evento Lidera, da Fundação Estudar.

2. O segundo passo é “Simpatizar”

Para Burnett, após aceitar o cenário, é necessário se aproximar de múltiplas ideias e “conversar com pessoas”, tentando sempre realizar um trabalho colaborativo. O desenvolvimento coletivo gera empatia e traz aprendizados que muitas vezes é impossível de conseguir sozinho.

Para esta etapa, uma dica que o professor dá é “conte sua história” e apresente a “sua jornada”. Segundo ele, você deve estar apto para contar a própria vida, uma vez que “todas as histórias têm começo, meio e fim, mas não necessariamente nessa ordem”.

3. O terceiro passo é “Definir”

Segundo Burnett, “quando perguntamos para as pessoas quais tipos de impacto elas querem causar, muitas vezes elas não têm total certeza”. Para definir aonde quer chegar, é importante ter os objetivos claros em mente. Além disso, há diversos tipos de impacto possíveis, que podem ter alcance próximo ou distante.

Os tipos de impactos podem variar, desde ajudar à população sem teto da própria cidade até descobrir a cura do câncer cerebral ou desenvolver e implatar um sistema de carros autônomos seguro e eficaz. Eles variam de acordo com a trajetória de cada um.

4. O quarto passo é “Idealizar”

Na sequência, a próxima etapa é idealizar o objetivo, levando em consideração tudo que foi levantado. Nesse momento, é importante ter em mente que sucesso nem sempre tem a ver com enriquecer financeiramente e, dessa forma, ganhar muito dinheiro não significa ter alcançado os objetivos desejados.

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Ganhar dinheiro é o que move a economia de mercado, mas o professor lembra que dinheiro não é sinônimo de impacto. Na economia social, “você gera impacto, essa deve ser a prioridade e não o dinheiro gerado”. Segundo Burnett, há três fatores que devem estar presentes nessa etapa: dinheiro, impacto e expressividade.

“Não conseguimos medir as coisas que tem maior significado, então nós damos o maior significado para coisas que podemos medir”, lembra. Para o professor, é possível trabalhar por dinheiro para ter estabilidade financeira, mas isso não significa que o trabalho tenha algum significado.

5. O quinto e último passo é desenhar um “protótipo”

Com as etapas anteriores em mente, a quinta etapa é a mais prática das cinco e conta com o desenho de um protótipo de ações. Para isso, o professor dá as seguintes instruções:

  • Desenhe 3 barras, representando cada uma dinheiro, impacto e expressividade, e coloque o nível de cada um dos fatores em relação ao seu trabalho atual;
  • Defina os níveis de cada fator que você quer alcançar;
  • Escolha um dos fatores que você deseja trabalhar inicialmente e reloque-o, perguntando-se sobre quais mudanças são necessária para aumentá-lo;
  • Pense em um protótipo de ação que você possa realizar em uma semana – uma mudança pequena que pode dar algum sentido de direção para seu objetivo;
  • Por fim, compartilhe a ideia com um amigo e execute-a.

Sobre o método Designing Your Life

De acordo com Burnett, as 5 etapas devem ser encaradas como um esquema cíclico, que se repete após concluir cada ação planejada. “Essa é a única maneira de criar um futuro novo que nunca existiu”, explica. Segundo ele, em momentos de disrupção, temos que “desistir do problema e adotar esperança e coragem”. Ao final da conferência, o professor lembra que “coragem é ação diante do medo” e para encarar os desafios do mundo, deve ser usada para enfrentar os problemas de perto.

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Sobre o escritor

Mariane Roccelo
Mariane Roccelo
Jornalista. Formada em Jornalismo e Comunicação Social pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Meios e Processos Audiovisuais (PPGMPA) e doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCOM), ambos da USP.

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