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O perfil ideal para estudar no exterior existe? Saiba tudo sobre spiked e well-rounded

Pessoa de costas usando um notebook - talk global study

Um dos principais desafios de quem está se preparando para estudar no exterior, especialmente nos Estados Unidos, é construir um perfil competitivo para a candidatura. As universidades não procuram apenas boas notas, mas estudantes que estejam alinhados com os valores da instituição e que demonstrem potencial de crescimento ao longo da graduação.

Nesse contexto, é comum classificar os candidatos em dois perfis principais: spike e well-rounded. Para entender melhor essas categorias (e desmistificar a ideia de que uma delas é superior à outra) conversamos com Keyla Carvalho, especialista em applications do Prep Program, da Fundação Estudar.

Spike e well-rounded: qual a diferença?

O perfil spike é aquele em que o aluno demonstra um interesse muito claro e profundo em uma área específica. Um exemplo típico é o de um estudante apaixonado por astronomia que participa de olimpíadas da área, faz pesquisa, dá tutoria e quer cursar astronomia na faculdade. “Esse é um perfil muito clássico, está muito claro ali qual é o interesse dele”, explica Keyla.

Já o perfil well-rounded se caracteriza pela diversidade de interesses. É o caso de um aluno que fez debate, participou de projetos sociais, participou de olimpíadas, mas sem o mesmo foco exclusivo em uma única área. Keyla diz: “É uma pessoa que conseguiu grande destaque em várias atividades, mas talvez menos no interesse acadêmico, numa disciplina específica, e mais com liderança ou mostrando algum atributo muito específico”.

Qual perfil é melhor?

De acordo com Keyla, não existe um perfil melhor para se candidatar a universidades no exterior. Tanto o perfil spike quanto o well-rounded são valorizados. O que realmente faz diferença é a forma como o aluno apresenta sua trajetória.

“Não tem uma vantagem em ser um ou outro”, afirma. “É um mito que os alunos às vezes acreditam, pensando que um perfil é melhor que o outro, mas ambos são muito bons. Dá para se candidatar com os dois e ser aceito por universidades com os dois.”

A ideia de que o aluno spike precisa ser “muito, muito bom” em uma única coisa também é equivocada. Segundo Keyla, o mais importante é que o candidato mostre paixão por aquilo que faz, de formas diversas e complementares, e não apenas uma repetição de atividades semelhantes.

“Não queremos ver que o aluno só participou de várias olimpíadas, por exemplo. Existem muitas maneiras de você mostrar o seu spike que não são repetindo a mesma atividade mil vezes. Às vezes ele participou de olimpíada, mas também fez mentoria, criou um clube, desenvolveu um projeto.”

Esse tipo de variedade dentro de um mesmo interesse mostra interdisciplinaridade e iniciativa, características muito valorizadas pelas universidades. “É menos sobre você saber qual perfil você é e mais sobre como você mostra diferentes aspectos do seu interesse”, explica.

Já no perfil well-rounded, o desafio costuma ser outro: articular coerência entre interesses diversos. Muitos alunos ficam inseguros por terem feito atividades muito diferentes, como debate, modelo da ONU, projetos sociais, olimpíadas, estágios, etc. Mas isso não é um problema, desde que se consiga destacar o que une todas essas experiências.

“Às vezes todas elas são muito diferentes, mas têm um foco ambiental. Às vezes todas elas são muito diferentes, mas têm um foco em saúde.  Você não precisa ser bom em tudo, só precisa ter paixão por tudo que você faz.”

O que as universidades estão buscando?

Seja o perfil spike ou well-rounded, as universidades estão interessadas em coerência, consistência e impacto. De acordo com Keyla, ao avaliar uma candidatura, ela busca alguns aspectos principais nas atividades extracurriculares:

  1. Liderança e responsabilidade
    “Pode ser ser presidente de um clube, pode ser papéis menores também, mas ele mostra essa certa responsabilidade.”

  2. Direção e iniciativa
    “Não é um aluno que está só participando. Quero alguém que tem um caminho mais claro ou que busque essa direção.”

  3. Consistência e contribuição
    “É superinteressante ver um aluno que fez uma atividade por três anos, ou que fez por alguns meses, mas mostrou crescimento dentro dela.”

  4. Ações quantificáveis
    “Eu quero que você me mostre o que não teria acontecido sem você. O que foi exatamente que você fez?”

Preciso saber qual é o meu perfil?

Saber se você tem um perfil spike ou well-rounded não é obrigatório, mas pode ajudar na hora de organizar a sua narrativa. “É menos sobre você precisar saber qual perfil você é, e é um pouquinho mais sobre saber como aquilo vai te ajudar a mostrar esses diferentes aspectos do seu perfil”, diz Keyla.

Universidades preferem um perfil específico?

Outra dúvida frequente é se certas universidades preferem um perfil específico. Keyla explica que, embora algumas instituições, como o MIT ou Georgia Tech, possam parecer buscar um perfil mais científico, isso não deve ser encarado como uma regra rígida.

O importante, segundo ela, é mostrar sua paixão e seus resultados de maneira estratégica, com profundidade e intenção.

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