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O SAT não é inimigo do ENEM, e o ENEM não precisa ser inimigo do SAT. De onde você tirou isso?

Por Antônio Paulo de Paiva Almeida

“Mas Antônio, eu não posso parar de estudar para o ENEM agora!”
Foi o que ouvi mais de uma vez de amigos que sonham em estudar fora. É um dilema comum: a escola exige o ENEM, a família espera o ENEM — e o SAT parece uma língua estrangeira dentro da própria língua inglesa. Mas talvez o primeiro erro esteja aí: tratar os dois exames como rivais, quando, na verdade, eles podem caminhar lado a lado.

O SAT e o ENEM têm objetivos diferentes, é verdade. O primeiro mede raciocínio lógico e proficiência em inglês; o segundo busca avaliar a formação geral do estudante dentro da realidade brasileira. Mas, se você olhar com atenção, as pontes entre eles são maiores do que parecem. A soma do quadrado dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa — e isso é verdade tanto no ENEM quanto no SAT.

O que muda é o idioma e a forma como o raciocínio é testado. Por isso, em vez de tentar viver dois mundos separados, o segredo está em sincronizá-los.

Comece fazendo algo simples: alinhe as listas de estudo. Pegue o conteúdo programático do ENEM e das principais universidades brasileiras e compare com o que cai no SAT. Você vai perceber que o SAT pode servir como base inicial, especialmente em matemática. Os tópicos fundamentais — álgebra, geometria, funções, estatística — aparecem nos dois, só que com níveis de profundidade diferentes. Use o SAT para fortalecer o raciocínio e a precisão; use o ENEM como complemento para ampliar o repertório e interpretar situações do cotidiano.

Em inglês, a dica é óbvia, mas poderosa: escolha inglês como língua estrangeira no ENEM. Assim, seu treino para o SAT Reading e Writing se transforma também em preparação real para a prova nacional. A gramática, o vocabulário e a interpretação de texto são habilidades universais — o que muda é o estilo de cobrança.

E se a sua escola ou família insistirem no ENEM, mostre que o estudo para o SAT não é tempo perdido. Pelo contrário: ele afina seu raciocínio matemático, sua capacidade de leitura crítica e o domínio do inglês — competências que servem para qualquer exame, para qualquer universidade, para qualquer futuro.

Nota: É claro que cada realidade tem seus próprios limites. Nem sempre dá pra seguir um plano ideal, e tudo bem. Se o seu contexto exige foco total no ENEM agora, ou se o acesso ao material do SAT ainda é um obstáculo, isso não invalida o seu caminho (e vice-versa). Cada estudante tem o seu tempo, o seu ritmo e as suas possibilidades — o importante é encontrar o equilíbrio possível entre o sonho e o que está ao seu alcance hoje.

Quer saber mais sobre o assunto? Leia aqui o artigo “É possível se preparar para o vestibular e para a application? Veja relatos” escrito pelo Felipe Barreto Távora para essa mesma coluna! 


 

Antônio Paulo é formado pelo Instituto Federal da Paraíba e é natural do Rio Grande do Norte, onde também reside. Sua curiosidade, liderança e proatividade o levaram a conquistar prêmios nacionais e internacionais com pesquisas científicas, além de atuar em projetos de impacto socioambiental e criar soluções educacionais. Apaixonado por desenvolvimento econômico e políticas públicas, está atualmente em processo de application para cursar Economia nos Estados Unidos com o apoio do Prep Program.

 


A coluna acima foi escrita por Antônio Paulo de Paiva Almeida, participante do Prep Program, preparatório da Fundação Estudar com foco em jovens que desejam cursar a graduação no exterior. Totalmente gratuito, o programa oferece orientação especializada sobre o processo de candidatura em universidades de fora do país. Saiba mais e faça sua inscrição aqui.

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