Para muitos jovens e famílias no Brasil, a ideia de tirar um gap year após o ensino médio ainda é vista com certo ceticismo. Culturalmente, existe a crença de que o percurso ideal é terminar o colégio e ingressar imediatamente na faculdade, como se esse fosse o ápice do sucesso acadêmico. Assim, optar por um gap year muitas vezes é interpretado como um “atraso” na vida.
No entanto, essa visão difere bastante da realidade de outros países, onde a prática é. Em muitos casos, é até recomendada por escolas e universidades. Conversamos com Thamiris Tavares, Application Advisor do Prep Program para te oferecer algumas informações importantes sobre o gap year:
Por que um gap year pode ser necessário
Nem sempre o gap year é resultado de uma reprovação ou de uma escolha impulsiva. Em muitos casos, ele é uma etapa estratégica para quem sonha em estudar fora do país. Eis alguns cenários comuns:
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Preparação tardia: o estudante conclui o ensino médio sem ter planejado estudar no exterior, mas decide aplicar e precisa de um ano para preparar o application
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Aperfeiçoamento do processo: o jovem quer dedicar um ano exclusivamente à preparação das candidaturas, provas e redações
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Resultados insuficientes: o aluno aplicou durante o terceiro ano, mas não conseguiu aprovação ou bolsa suficiente.
Os benefícios de um gap year bem planejado
Sem a obrigação da escola e sem a matrícula em uma faculdade, muitos pais temem que o gap year signifique ficar em casa sem fazer nada. Mas, quando bem estruturado, esse período é justamente o oposto disso: é um tempo de desenvolvimento pessoal, acadêmico e profissional.
Entre os principais benefícios estão:
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Amadurecimento e autoconhecimento: o jovem ganha mais clareza sobre seus objetivos e responsabilidades.
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Redução do estresse: muitas universidades valorizam o gap year porque ele permite que o estudante inicie a faculdade mais equilibrado, após um período de descanso e reflexão.
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Melhoria do application: com mais tempo, o estudante pode se dedicar às provas de proficiência, aprimorar redações e fortalecer seu perfil de liderança, sem o peso das demandas escolares.
Ocupados, não parados
Um gap year de sucesso exige planejamento e ação. Os jovens que aproveitam bem esse período costumam estar sempre ocupadíssimos. Algumas das atividades mais comuns incluem:
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Experiências profissionais: trabalhar para adquirir independência financeira, custear cursos ou auxiliar nas despesas familiares.
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Desenvolvimento de habilidades: aperfeiçoar idiomas, investir em formações complementares ou participar de competições acadêmicas e esportivas.
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Engajamento social: atuar como voluntário, criar projetos próprios ou participar de ONGs em papéis de liderança e impacto.
Essas experiências não apenas enriquecem o currículo, mas também ampliam a visão de mundo e fortalecem o application. Isso além de contribuir para a formação de indivíduos mais maduros, autônomos e preparados para os desafios do futuro, como as melhores universidades desejam.
A regra é simples: o gap year deve ser um ano produtivo, o que não significa que você não possa descansar. Para quem deseja estudar fora, esse período pode ser o grande diferencial para conquistar uma vaga nas melhores universidades e até mesmo garantir uma bolsa de estudos.