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Reino Unido deixa de participar do programa Erasmus. Saiba o que muda:

Gustavo Sumares - 05/01/2021
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O tão-falado Brexit — o processo pelo qual o Reino Unido deixou de fazer parte da União Europeia — finalmente se concretizou. Desde fevereiro de 2020, o país estava num período de transição que acabou junto com o ano passado. E no final de dezembro, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson confirmou que o Reino Unido não participará mais do programa Erasmus de mobilidade estudantil na Europa.

A expectativa do país é substituir o programa europeu por um de criação britânica, chamado programa Alan Turing (em homenagem ao matemático inglês). Segundo Johnson, o novo programa permitiria que estudantes do Reino Unido se deslocassem não só por universidades europeias, mas também por escolas de outros países.

Por outro lado, o comitê britânico dedicado à saída da Europa notou, em relatório, que seria muito difícil criar um programa do tipo só com recursos britânicos. Afinal, o Erasmus é fruto da cooperação (e do investimento) de diversos países da Europa. Sair do programa, na visão do comitê, “afetaria de modo desproporcional os alunos de classes menos favorecidas e com necessidades médicas ou deficiências”.

A exceção a esse movimento é a Irlanda do Norte (que também faz parte do Reino Unido). Estudantes dessa região poderão continuar a participar do Erasmus por meio de um acordo especial com a Irlanda (que não faz parte do Reino Unido e permanecerá ligada à União Europeia).

O que muda para brasileiros?

Para brasileiros que já estejam estudando na Europa com apoio do programa, não devem haver alterações. O mesmo vale para estudantes que tenham sido aprovados para estudar no ano letivo 2021-2022, cujas aulas devem começar no segundo semestre de 2021.

De acordo com o site da Comissão Europeia, isso acontece porque o acordo do Reino Unido com a União Europeia garante que apoio financeiro concedido às instituições e programas antes do fim de 2020 será mantido. E as bolsas Erasmus+ oferecidas aos alunos dos programas participantes caem nessa categoria.

Para os próximos anos, no entanto, ainda não está claro como a saída do Reino Unido afetará os brasileiros. É possível que o programa Erasmus acabe recebendo menos recursos devido à saída do Reino Unido e, com isso, a oferta de bolsas de estudo para brasileiros acabe diminuindo.

No entanto, a Comissão Europeia tem planos, desde 2018, de dobrar a quantidade de recursos disponíveis para o Programa Erasmus. Não se sabe ainda se a intenção será mantida com os desdobramentos do Brexit, ou mesmo qual será a destinação desses recursos. De toda forma, essa postura da comissão parece indicar que a oferta de bolsas de estudo para estrangeiros não será prejudicada.

Outras possibilidades

Há ainda a possibilidade de que o Reino Unido volte a participar do Erasmus no futuro como “país parceiro”. É o caso de países como Turquia e Islândia, que participam do programa de mobilidade estudantil mesmo sem ser da União Europeia. Nesse caso, os recursos britânicos destinados ao programa não seriam perdidos.

Mesmo assim, pode acontecer de determinadas universidades do Reino Unido suspenderem sua participação. Nesse caso, os programas de mestrado dos quais elas fazem parte poderiam sofrer alterações notáveis. Isso, no entanto, precisa ser considerado de acordo com cada programa individual.

Além disso, também é possível que o programa britânico que pretende substituir o Erasmus para alunos do Reino Unido represente uma nova oportunidade para brasileiros. Embora o foco do programa provavelmente será em enviar alunos britânicos para outros países, ele também se beneficiaria de receber estudantes estrangeiros. E, nesse sentido, é possível que ele ofereça bolsas de estudo para brasileiros no futuro.

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Sobre o escritor

Gustavo Sumares
Gustavo Sumares
Gustavo Sumares é o editor do Estudar Fora. Jornalista, já escreveu sobre tecnologia e carreira.

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