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Quer estudar nos EUA em 2021? Saiba como as eleições podem afetar seus planos

Gustavo Sumares - 03/11/2020
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O dia 3 de novembro de 2020 é quando os cidadãos dos Estados Unidos vão às urnas para escolher quem será seu presidente pelos próximos quatro anos. Os principais candidatos são Joe Biden, ex-senador endossado pelo Partido Democrata, e Donald Trump, o atual presidente, apoiado pelo Partido Republicano. E se você quer saber como essa eleição e seus resultados podem afetar os seus planos de estudar nos EUA em 2021, continue lendo!

Eleições dos EUA em 2020

Para quem está acostumado com as eleições brasileiras, as eleições nos Estados Unidos são incrivelmente complexas. Um dos motivos disso é que como lá o voto não é obrigatório, o governo não decreta feriado no dia da eleição. Como resultado, as medidas de organização do pleito têm menos recursos, e a votação costuma ser mais confusa. E muitas pessoas acabam deixando de votar porque não foram liberadas do trabalho.

Além disso, lá cada estado tem autonomia para determinar como fará a votação. Apurar votos que são realizados de maneira diferente em cada estado acaba levando mais tempo. E os estados também podem, cada um, decidir se vão aceitar votos antecipados e/ou pelo correio.

Esse último ponto é particularmente importante em 2020 por causa da pandemia da COVID-19. Segundo dados da Johns Hopkins University, os EUA são o país com mais mortes pela doença no mundo, e as eleições podem causar aglomerações.

O que dizem as pesquisas?

Pesquisas de intenção de votos anteriores às eleições dão vantagem a Joe Biden, o candidato democrata, com uma margem de menos de 10%. É o caso deste agregador de pesquisas realizado pela BBC, por exemplo.

É importante notar, porém, que os dados das pesquisas não são conclusivos. Na eleição passada, quase todas as pesquisas davam como garantida a vitória da candidata democrata Hillary Clinton, que acabou perdendo para Trump.

Também deve-se ter em mente que o processo de apuração dos votos desta eleição deve ser particularmente demorado. Isso não se deve apenas às peculiaridades da maneira como o país realiza seu pleito, mas também à postura do atual presidente, que já declarou várias vezes que pretende contestar os resultados da eleição caso não saia vitorioso.

Como isso afeta meus planos de estudar fora?

Para quem tem planos de estudar nos EUA em 2021, as eleições podem servir de indicador de quão difícil pode ser esse processo. O atual presidente, Donald Trump, marcou seu governo com uma série de medidas que dificultaram a entrada de estudantes estrangeiros no país.

Em maio, devido aos efeitos da pandemia, ele proibiu que pessoas que tivessem passado pelo Brasil nos últimos 14 dias entrassem no país. Em julho, ele tentou deportar alunos internacionais que estivessem matriculados em cursos 100% online, como maneira de pressionar as universidades a retomar aulas presenciais, mas acabou derrotado por pressão das instituições. No mesmo mês, ele também impediu que novos alunos de escolas cujas aulas fossem totalmente virtuais tirassem visto para estudar lá.

Essas medidas se encaixam em estratégias maiores do governo de Trump de dificultar a entrada de estrangeiros no país. Ele se elegeu com promessas de fechar o país para estrangeiros, e durante seu governo os centros de detenção de imigrantes ilegais foram denunciados por agências como Human Rights Watch e American Civil Liberties Union. É de se esperar, portanto, que ele reforce essas políticas caso seja reeleito.

Por outro lado

Já Joe Biden, que durante a campanha se posicionou como oposto a Trump em diversas questões (incluindo imigrações), provavelmente não implementaria políticas tão rígidas contra o acesso de estudantes estrangeiros ao país.

No entanto, isso ainda não está claro. Um dos motivos é que Biden tem demonstrado uma postura mais séria contra a pandemia da COVID-19 (este comparativo da US News ilustra esse ponto). Sob essa perspectiva, é possível que ele opte por manter as fronteiras do país fechadas (ou sob vigilÂncia pesada) por mais algum tempo.

Nesse caso, brasileiros poderiam ser particularmente prejudicados. Como o Brasil, segundo os dados da Johns Hopkins University, é o segundo país com mais mortes causadas pela doença, a vigilância sanitária teria motivos para redobrar cuidados contra quem vem daqui.

Outro ponto de atenção é o fato de que o governo de Donald Trump, apesar de sua postura anti-imigração, é claramente favorecido por Jair Bolsonaro. O presidente brasileiro já manifestou apoio à candidatura de Trump (e repulsa ao seu rival) em diversas ocasiões. Uma vitória de Biden, portanto, poderia acabar prejudicando as relações bilaterais entre Brasil e EUA — o que também poderia afetar negativamente quem pretende estudar lá.

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Sobre o escritor

Gustavo Sumares
Escrito por Gustavo Sumares. Entre em contato com Estudar Fora pelo e-mail [email protected].

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